Nando Gross: O racismo está entre nós
Coluna do Nando Gross aborda o tema segregação racial
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O racismo é um preconceito baseado na diferença de raças. Pode ser contra negros, asiáticos, índios, mulatos, nordestinos, brancos e até uruguaios. Segundo dados do Ipea, (Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicada), comparando trabalhadores brasileiros com mais de 12 anos de estudo, o rendimento médio dos homens negros equivale a 66% daquele auferido por homens brancos com a mesma escolaridade. No caso das mulheres negras é ainda mais grave, com este mesmo nível educacional, recebem rendimentos equivalentes a apenas 40% do rendimento dos homens brancos. Sabe qual o motivo que o relatório do Ipea aponta para essas distorções? “A segregação racial nos papéis relativos às carreiras, posição na ocupação, setor de atividade e nível hierárquico reflete-se na desigualdade salarial entre negros e brancos, mesmo entre aqueles com igual nível de escolaridade.”
Segregação racial
O significado de segregação racial, na língua portuguesa: “Uma política que objetiva separar e/ou isolar no seio de uma sociedade as minorias raciais ou um grupo étnico específico. Na segregação racial os indivíduos ficam restritos a uma região delimitada, ou são criadas barreiras de comunicação social. Na segregação racial, as pessoas ficam impedidas de usufruir dos seus direitos dentro da sociedade”. Nas redes sociais se comentou muito a descrição de Punta Del Leste como um paraíso, onde teria acontecido uma “segregação racial pacífica”. Como assim segregação pacífica? Este é o pensamento daqueles que não enxergam nada de mais no episódio Aranha e sempre encontram um “mas” para justificar o preconceito. O deputado federal mais votado do Rio Grande do Sul assumidamente não gosta de negros, índios e gays. Talvez por isso tenha recebido tantos votos. Mas não estamos sós, Bolsonaro foi o segundo mais votado no Rio de Janeiro. Mas levo fé mesmo nesta nova geração que vai para as redes sociais enfrentar os racistas fundamentalistas e não se deixa intimidar. Apenas o repúdio forte e barulhento da população poderá combater este preconceito, que hoje é tratado de forma silenciosa pelos formadores de opinião da sociedade brasileira.