Cloudflare rompe com site 8chan após massacre de El Paso

Cloudflare rompe com site 8chan após massacre de El Paso

Acredita-se que suspeito publicou "manifesto" racista no site antes do ataque

AFP

Tiroteio deixou 21 mortos em supermercado Walmart no Texas, nesse sábado

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A empresa de segurança e infraestrutura digital Cloudflare anunciou no domingo que não continuará prestando serviços ao 8chan, site em que o atirador de El Paso teria publicado um "manifesto" racista antes de assassinar 21 pessoas.

Em um post de blog anunciando a medida, o presidente-executivo da Cloudflare, Matthew Prince, descreveu o site como um "poço negro de ódio". "O 8chan se encontra entre os mais de 19 milhões de sites da Internet que utilizam o serviço da Cloudflare. Acabamos de enviar um aviso de que estamos cancelando o 8chan", garantiu Prince.

"O motivo é simples: demostraram ser anárquicos, e essa anarquia causou diversas mortes trágicas. Mesmo se o 8chan não tiver descumprido a lei ao se negar a moderar sua comunidade cheia de ódio, criaram um ambiente que se deleita de violar seu espírito". Outros extremistas de direita, misóginos e teóricos da conspiração publicam no 8chan, que não modera o conteúdo. 

A medida da Cloudflare retira a segurança cibernética e outros serviços do 8chan, que pode ficar exposto a ataques distribuídos de negação de serviço (também conhecido como DDoS), no qual hackers derrubam um site após inundá-lo com tráfego falso. O 8chan estava offline na manhã desta segunda, e seu administrador tuitou que vão migrar para um novo serviço.

Acredita-se que pouco antes do ataque a tiros de El Paso, no sábado, o suspeito - um homem branco identificado pela imprensa como Patrick Crusius - publicou um "manifesto" racista no 8chan, que inclui trechos contra a "invasão hispânica" do Texas. O fundador do 8chan, Frederick Brennan, que já cortou laços com o site, disse que ele deveria ser fechado. Atualmente, o portal é propriedade de Jim Watkins, veterano de guerra americano que vive nas Filipinas.


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