Bolsonaro recebe grande apoio interno por perdão a Silveira

​Bolsonaro recebe grande apoio interno por perdão a Silveira

Mesmo integrantes do governo que foram pegos de surpresa acreditam que Bolsonaro acertou ao conceder o benefício

Blog do Nolasco / R7

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Dentro do Palácio do Planalto é grande o apoio ao presidente Jair Bolsonaro (PL) por ter concedido o perdão ao deputado Daniel Silveira. O Blog do Nolasco, do R7 conversou com vários integrantes do governo para saber como a medida foi recebida, já que muitos foram pegos de surpresa.

Alguns ministros, como Ciro Nogueira, da Casa Civil, e Fábio Farias, das Comunicações, por exemplo, estavam viajando. Filhos do presidente também não tinham conhecimento da medida. Uma fonte ligada ao deputado Eduardo Bolsonaro explicou que "quando ele [Eduardo Bolsonaro] viu já estava publicado, e a comemoração foi geral."

Um integrante do governo disse ao blog que "a medida não foi açodada e observou a constitucionalidade", uma referência a julgamentos anteriores feitos pelo Supremo. Ao analisar indultos concedidos pelos ex-presidente Michel Temer e Dilma Roussef, os ministros do STF Alexandre de Moraes e Roberto Barroso reconheceram a constitucionalidade da medida. Os aliados de Jair Bolsonaro fazem questão de lembrar disso.

Esse mesmo integrante do governo ainda justificou o perdão ao deputado ao dizer que "há muito tempo o Judiciário está extrapolando suas atribuições, se intrometendo no Executivo e no Legislativo". Ele ainda comentou que integrantes do Supremo, internamente no governo, são criticados por "declarações agressivas, como se fossem os semideuses, acima da lei e da ordem. Estão sempre certos e eles definem o que é verdade."

Assessores próximos ao presidente participaram dos estudos, das percepções, dos riscos e dos possíveis desdobramentos de conceder o benefício ao deputado condenado pelo Supremo. Na manhã de quinta-feira, pouco antes da publicação do decreto, foi realizada uma reunião no Palácio da Alvorada.

O presidente discutiu a medida com alguns assessores. Estavam presentes: os ministros Bruno Bianco, Advocacia-Geral da União, Célio Faria Junior, Secretaria de Governo e os assessores, general Braga Neto, Almirante Rocha, secretário para Assuntos Estratégicos e Pedro Cesar Sousa, subchefe para Assuntos Jurídicos.

Na ocasião, já foi observado um esboço do decreto que seria publicado horas depois. As fontes garantem que a decisão sobre editar ou não a medida foi do presidente Jair Bolsonaro, "com estabilidade emocional", explica outro assessor.

O deputado Daniel Silveira foi condenado pelo STF a oito anos e nove meses de prisão em regime inicialmente fechado, multa de R$ 212 mil e perdas do mandato e dos direitos políticos por ameaças aos ministros do Supremo e às instituições democráticas.


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