DNA extrajudicial, oficinas de conciliação, acordo de alimentos e registro civil são alguns dos serviços oferecidos em mutirão

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A ação realizada pela Defensoria Pública do RS faz parte do projeto Meu Pai Tem Nome. Em Porto Alegre a atividade ocorre no Mercado Público, nesta quinta e sexta-feira

Paula Maia

O reconhecimento de um pai responsável o principal objetivo do mutirão

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A ausência paterna é um problema histórico e não se limita à falta de um nome na certidão de nascimento. A existência da distância emocional ou física pode causar impactos emocionais na vida de um filho. Segundo dados do Conselho Nacional das Defensoras e Defensores Públicos-Gerais (Condege) neste ano, 91 mil crianças foram registradas sem o nome do pai no Brasil. No Rio Grande do Sul foram 4 mil crianças, em Porto Alegre cerca de 700. Para tentar mudar esse cenário, a Defensoria Pública do Estado do Rio Grande do Sul (DPE/RS) está realizando um mutirão para reconhecimento e registro de paternidade.

Em Porto Alegre, a ação está sendo realizada nesta quinta e sexta-feira, das 10h às 16h, no Mercado Público, no Centro Histórico. Essa é a terceira edição nacional da campanha Meu Pai tem Nome de iniciativa do Condege e que é realizada no mês de agosto – em alusão ao mês em que se comemora o Dia dos Pais. Ação é promovida pelo Núcleo de Defesa da Criança e Adolescente (NUDECA) e pelo Núcleo de Defesa dos Direitos das Famílias (NUDEFAM).

Serão disponibilizados, pela DPE/RS, os serviços de acordo entre familiares para decisões de guarda, convivência e alimentos pela Câmara de Mediação Familiar e rodas de conversa sobre paternalidade consciente promovida pela psicóloga Simone Vieira da Cruz. O Registro Civil integra a ação fazendo reconhecimento da paternidade.

A defensora pública e dirigente do NUDECA, Paula Simões Dutra de Oliveira afirma que a principal intenção do evento é promover ações que estimulem o reconhecimento da paternidade, não só biológica, mas também da paternidade sócio-afetiva, sendo desta forma, o reconhecimento de um pai responsável o principal objetivo do mutirão.

“A ideia é não limitar ao registro da paternidade, mas sim, estimular a paternidade responsável, que é importante também para que a gente possa encaminhar uma pensão alimentícia, incluir como dependente no plano de saúde, ter, no caso de óbito, a condição reconhecida ou encaminhar algum benefício previdenciário, mas o que a gente valoriza muito também é estimular a paternidade responsável”, garantiu e destacou a importância das rodas de conversa: “Que esse reconhecimento não se limite a certidão de nascimento, mas seja um pai que participe da vida do filho, que tenha laços de afetividade, que seja estruturante ao longo do desenvolvimento desse indivíduo.”


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895