Evento debate regeneração e reconstrução de Porto Alegre após enchente
Representantes de iniciativas de inovação trataram da necessidade de convivência com o meio ambiente para trabalhar políticas públicas para o futuro

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Resiliência, reconstrução e retomada de Porto Alegre após a enchente de 2024 foi tema de discussão de debate promovido pelo Conselho Municipal de Ciência e Tecnologia nesta quarta-feira, 7. O evento "Comcet pela Cidade”, ocorrido no Instituto Caldeira, integra a programação da Semana da Superação e da Solidariedade. O secretário do Gabinete da Inovação, Luiz Carlos Pinto, que mediou o debate, ressaltou a importância de tratar a regeneração urbana com os setores da prefeitura e do Estado, com a lógica primordial de buscar uma melhor convivência com o meio ambiente.
Os projetos para regeneração das cidades devem ser pensados ponto a ponto, afirma o secretário, que mediou o debate, mas com conhecimento compartilhado sobre como utilizar melhor recursos naturais, por exemplo.
"Como a gente pode ter mais árvores, como reaproveitar a água, também discutir isso tem de entrar nas políticas públicas, nas ações privadas, porque de fato a gente começa a ter uma reversão do que foi o século 20, no qual a gente construiu cidades meio que 'desacopladas' da natureza. Acaba se pagando um preço ainda mais nessa época de desafios climáticos crescentes", diz.
O Conselho tem promovido uma série de debates sobre diferentes temas, como saúde, educação. O de hoje, repensando um ano das enchentes, tratou de regeneração e reconstrução, sendo uma reunião preparatória para a conferência municipal de Ciência e Tecnologia, que deve acontecer em junho para estabelecer diretrizes que serão apresentadas aos setores governamentais e sociedade civil, com prioridades de políticas públicas para os próximos anos na cidade.
O debate contou com falas de Giovana Uilan, da Biossplena Regeneração Urbana, Dani Nunes, do movimento Pacto Alegre, que visa articular projetos para a cidade ser um polo de inovação, investimentos e empreendedorismo, e Cláudia Titton, da startup Capim. Daniela ressaltou a necessidade de pensar a cidade como um ecossistema, onde “todo mundo é parte”, e de aproveitar recursos que a natureza dá, como a água da chuva, para pensar em modos de utilizá-los em benefício da sociedade. Giovana mencionou sobre a gestão local do território ser o principal desafio para dar continuidade em projetos, e a importância de investir em estratégias mais transversais para as políticas públicas. Claudia enfatizou que exemplos locais, como o Quilombo dos Machado podem auxiliar ao se pensar estrutura de governança para o futuro, em vez se sempre olhar para “fora”.
O secretário afirma que as ideias debatidas serão transformadas em propostas de diretrizes, que serão analisadas na comissão municipal e poderão passar a informar as políticas públicas montadas futuramente. "A gente percebeu já boas possibilidades de sinergias, com programas que já estão existindo, com educação e outras ações, porque tudo passa por uma lógica da gente conseguir ter cidadania e engajamento. Mudar e inovar sempre demanda a desacomodação. Essa lógica de fazer cidades mais adequadas ao convívio com o natural, mais compatíveis com os desafios do século 21, vai passar por isso também, e repensar modos de construção e regulamentos que a gente tem, até mesmo o comportamento das pessoas", disse.
Entre iniciativas que podem ser levadas para discussão de uma cidade, foram debatidos exemplos que ressaltam a necessidade de se ter senso de de valores essenciais da cidade, como questões de educação e licenciamento ambiental, de incentivos existentes para construções baseadas nesses critérios. "A gente pode incorporar alguns outros elementos para poder estimular mais projetos que incorporem critérios de sustentabilidade e elementos de regeneração urbana", diz Luiz.
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