A emoção marcou dois importantes atos da indústria nacional em apoio ao Rio Grande do Sul após as enchentes de 2024. Na manhã desta quarta-feira, foi lançado no Teatro Fiergs, em Porto Alegre, o documentário “Quando a Água Baixar”, realizado pelo Serviço Social da Indústria (Sesi) e produzido pela Federação das Indústrias do Rio de Janeiro (Firjan), com apoio do Conselho Nacional do Sesi.
Também foram assinados dois termos de doação do Sistema Fiergs, um de kits de robótica educacional, com 1.256 chromebooks e 1.240 GoGo Boards (equipamentos pedagógicos para ensino de robótica), beneficiando mais de oito mil alunos de 152 escolas da rede estadual, e outro de 500 notebooks para a formação de professores em robótica à Prefeitura de Eldorado do Sul, na região Metropolitana.
Os atos tiveram a presença de autoridades do Sistema Fiergs, da Secretaria Estadual de Educação (Seduc) e demais convidados. “Isto é muito importante para justamente celebrarmos esta retomada do Sistema, além da resiliência dos gaúchos. Nossa sede está totalmente recuperada e, por meio do Banco de Alimentos, nosso braço social, podemos também fazer as doações que são tão importantes para a vida destas pessoas”, salientou o presidente do Sistema Fiergs, Claudio Bier.
O presidente do Conselho Nacional do Sesi, Fausto Augusto Junior, ressaltou que a própria função do Sesi, que completa 80 anos em 2026, é apoiar os trabalhadores em serviços sociais. “Serviço social passa pela possibilidade de a gente contribuir na reconstrução e na reflexão, e um pouco disto é o que estamos fazendo aqui agora. A ideia é que, no caso do documentário, reconstruíssemos um pouco a história daqueles que chegaram nos espaços de acolhimento e daqueles que estavam auxiliando. Foi um grande aprendizado para todos, de logística, mas principalmente de humanidade”, comentou ele.
Lançamento do documentário “Quando a água baixar”, realizado pelo Sesi
Thiago Tarasconi Gil, gerente de operações do Sesi, é morador do bairro Sarandi, um dos mais afetados pelas enchentes em Porto Alegre, e participou do documentário, porém a residência dele, em uma área mais alta, não foi atingida pelas águas. No começo das inundações, ele contou que cuidava da área de operações da Encosta da Serra e Vale do Paranhana, onde a inundação também atingiu níveis acima do crítico, e conseguiu voltar para a Capital.
Foi quando Gil terminou designado para coordenar a operação emergencial em todo o RS. Ele contou ainda que logo nos primeiros dias ajudou a organizar um abrigo do Sesi no bairro Rubem Berta, onde a água chegou a somente duas quadras dali. “Vimos situações bastante complicadas. Participar deste trabalho foi bastante desafiador, porque era algo que nunca tínhamos vivido. Ao mesmo tempo que era bastante triste ver esta situação, sentimos uma força muito grande, juntamente com a entidade. Foi uma experiência de vida, algo que vai ficar marcado e que nos traz outros valores”, salientou ele.
Para a secretária Estadual de Educação, Raquel Teixeira, o legado que fica para o futuro após as inundações é a construção de escolas mais resilientes. “Estamos saindo maiores e mais fortes daquilo que vivemos. Precisaremos aprender a conviver com o clima no Rio Grande do Sul, que tem uma posição geográfica que chamamos de ponto de choques climáticos. Tenho certeza de que o Rio Grande do Sul sabe conviver com várias coisas, e o fará também desta forma”, disse ela, agradecendo pela doação realizada.
