Greve dos rodoviários em Rio Grande deve começar nesta segunda-feira

Greve dos rodoviários em Rio Grande deve começar nesta segunda-feira

Paralisação deve iniciar às 3h da madrugada, de acordo com sindicato

Angélica Silveira

Os trabalhadores do transporte coletivo urbano devem se reunir na madrugada para decidir o percentual de ônibus que irá atender a população

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A população de Rio Grande que depende de transporte coletivo para deslocamento deve se preparar para um início de segunda-feira difícil, após o Sindicato dos Trabalhadores em Transporte Rodoviário decidir pela greve. A manifestação deve iniciar às 3h da madrugada. Segundo o presidente Fábio Machado, os trabalhadores devem se reunir na madrugada para decidir o percentual de ônibus que irá atender a população.

Atualmente 234 pessoas trabalham na função no município. Ele conta que após último dia 22 ocorreu uma mediação no Tribunal Regional do Trabalho e o Sindicato Patronal e empresa (a transpessoal faz o transporte urbano em Rio Grande) não avançaram nas propostas apresentadas pelo Sindicato.

"Tivemos ausência de diálogo para que pudéssemos avançar. O Sindicato fez uma reunião com seus diretores e o jurídico e decidimos chamar a classe para uma votação de aprovaçāo ou nāo de estado de Greve", relata.

Ele afirma ainda que a empresa disse não ter mais interesse em renovar o contrato em Rio Grande, que se encerra no próximo mês. "Na segunda-feira foi lançado o edital e convocamos a categoria para a votação respeitando as 48 horas prevista na lei de greve", enfatiza. Na quarta feira foi realizada a assembleia e a votação com 170 votantes. O placar foi de 104 que foram favoráveis e 63 contrários. Dois votantes anularam e um trabalhador votou em branco.

"Após aprovado o estado de greve, comunicamos os órgãos públicos, sindicato e empresa. Todos os tramites da greve foram respeitados", garante. Machado confirma que o sindicato teve duas decisões favoráveis do Tribunal Regional pela legalidade da greve. "Até o momento não fomos procurados pelo Sindicato Patronal, nem pela empresa e nem pelo município para formalizar uma porcentagem para o transporte que é um serviço essencial", destaca.

Ele relata que os trabalhadores pedem o retorno do plano de saúde, que tinham desde os anos 90 e foi retirado, as perdas salariais que tiveram entre os anos de 2020 e 2025, 7,5% acima do índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) de fevereiro e uma comissão para os motoristas que exercem dupla função e cobram passagem, no valor de três passagens.

A Prefeitura se manifestou, por meio de uma nota, dizendo que mesmo estando convicta que haja um acordo entre empresa e trabalhadores, adotou medidas administrativas e jurídicas preventivas para garantir o direito de ir e vir da população. Ainda no sábado, notificou a empresa Transpessoal para que, de acordo com a lei federal, mantenha serviços considerados essenciais à comunidade.

Uma audiência de conciliação foi marcada para às 10h30min desta segunda-feira, no prédio anexo administrativo do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região, em Porto Alegre.

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