Os efeitos da falta de chuva no Rio Grande do Sul fizeram com que o Guaíba registrasse o menor nível desde janeiro na manhã desta quinta-feira. Por volta das 10h, a régua instalada na Usina do Gasômetro marcou 1,09 metro. Pouco após, por volta das 12h, subiu levemente para 1,11 metro. Este foi o menor nível registrado desde o dia 17 de janeiro, quando o Guaíba estava em 1,07 metro.
O recuo também registrado nos rios que deságuam no Guaíba faz com que bancos de areia e praias temporárias comecem a surgir, principalmente no bairro Arquipélago. Na Ilha Grande dos Marinheiros, ao longo da rua Nossa Senhora Aparecida, em ao menos três pontos é possível identificar a pequenas áreas de acúmulo de areia, formando balneários.
Em um deles, a moradora Ana Maria Rodrigues Mallet, de 50 anos, que reside desde os 9 anos na ilha, conta que adquiriu e está limpando um terreno que dá acesso à praia. Ela cita que também comprou terreno do outro lado da rua e seu objetivo é criar no local um pequeno balneário com acesso para os demais moradores da região.
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“Estou limpando para podermos aproveitar essa prainha. Ficou bom de tomar banho. Ela se criou nos últimos dias, em função dos bancos de areia da enchente e do nível baixo do Guaíba. Quando a água estava um pouco mais alta, ela não tinha aparecido. Vai ser para todo mundo aproveitar, só que as pessoas também têm que cuidarem”, contou a moradora.
Ela aproveitou a manhã de forte calor para tomar banho no Guaíba. Entretanto, ela reforçou que o cuidado deve ser redobrado pois, depois de alguns passos, existem degraus no banco de areia. Ela também explicou que a prainha deverá sumir nas próximas semanas. “Quando chega o inverno, a água do Guaíba vem até o nível da rua”, completou.
Areia forma novos trechos de praia na orla da Ilha Grande dos Marinheiros
Como estão outros rios da região
Além do Guaíba, outros leitos de água da região Metropolitana apresentaram redução nesta quinta-feira. De acordo com o boletim do Departamento de Gestão de Recursos Hídricos e Saneamento (DRHS), da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e Infraestrutura (SEMA), dois dos principais rios que abastecem as cidades da região estão em condição de atenção, mas com captação de água normalizada.
No rio dos Sinos, as marcas aferidas foram de 1,80 metro na régua da Corsan, em Campo Bom, com redução de 10 centímetros se comparado com o dia anterior, além de 1,40 metro em São Leopoldo, também com redução de 10 centímetros, e 2,46 metros em Novo Hamburgo, com redução de três centímetros se comparado com o dia anterior.
Já no rio Gravataí, as medições foram de 1,66 metro em Alvorada, representando uma redução de sete centímetros, além de 0,99 metro no Passo dos Negros, em Gravataí, com queda de nove centímetros, e os mesmos 1,66 metro no Passo das Canoas, também em Gravataí, com redução de oito centímetros se comparado ao dia anterior.