Em uma manhã de emoção na Praça Maurício Cardoso, em Porto Alegre, foi inaugurado neste domingo (5) o Monumento de Resiliência, obra idealizada pela Federação Israelita do Rio Grande do Sul (FIRS) em parceria com a Prefeitura. O espaço é uma homenagem às vítimas do terrorismo e um promover a paz, especialmente após os ataques de 7 de outubro de 2023, em Israel, que deixaram milhares de mortos e feridos.
Com a frase “Nossas feridas são centenárias, mas a nossa resiliência e a nossa força também”, gravada na estrutura, o monumento busca trazer uma mensagem universal de superação inspirada na tradição judaica, mas que dialoga com a história do povo gaúcho. A vegetação plantada em seu centro simboliza o renascimento, a preservação da vida e os ciclos de superação de geração em geração.
A presidente da FIRS, Daniela Raad, destacou que o monumento nasce como uma homenagem às vítimas israelenses, mas se estende a todas as pessoas afetadas pelo extremismo e pela violência. “O terrorismo não é um problema que atinge apenas judeus ou israelenses. Ele é uma ameaça à humanidade. Todos os dias morrem pessoas vítimas do extremismo, que começa no discurso de ódio, na intolerância, na propagação de ideias violentas. Este monumento é um símbolo de que nossa sociedade precisa se manter firme contra qualquer forma de intolerância”, afirmou.
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Daniela explicou que o espaço foi pensado como um marco de memória a pessoas que tiveram suas vidas ceifadas pelo extremismo, mas também de continuidade da vida. “O monumento tem uma estrutura que significa a solidez, feito com cimento e neste formato firmado no chão, sendo os valores. Ele também tem um formato que remete à Estrela de Davi, que é um símbolo de proteção no judaísmo. E no centro, propositalmente, estão flores, que representam a vida, a continuidade e a resiliência. Ainda que tenham momentos trágicos e de dor, a vida continua”, completou a presidente da Federação.
Durante o ato, realizado em clima de respeito e união, representantes de diferentes religiões, lideranças políticas e a comunidade judaica participaram de uma oração pelas 48 pessoas ainda mantidas reféns na Faixa de Gaza. O gesto, segundo Daniela, expressa o desejo de todos por um futuro de paz. “Todos vieram vestidos de branco, porque buscamos um futuro em que possamos viver dentro das nossas diversidades, em paz”, disse.
Presente na cerimônia, a secretária municipal de Desenvolvimento Econômico, Turismo e Eventos, Fernanda Barth, destacou a simbologia do espaço. “Este monumento precisa ser cuidado todos os dias. Suas plantas devem crescer e nunca ser esquecidas. Todos nós buscamos ser livres todos os dias e nós precisamos lutar pela liberdade, pela verdadeira democracia e pelos valores judaico-cristãos que nós defendemos”, afirmou.
O secretário estadual de Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Fabrício Peruchin, representou o governador Eduardo Leite e reforçou que o combate ao extremismo é um compromisso que deve unir toda a sociedade. “Combater a violência e o extremismo é uma pauta universal. Este é um recado que o povo gaúcho dá das nossas intenções, de que queremos nos unir através de todas as etnias e religiões. E nós temos muito orgulho do povo judeu que habita aqui no Estado”, disse.
Também participaram do ato a primeira-dama de Porto Alegre, Valéria Leopoldino, vereadores, lideranças religiosas e representantes de diversas entidades, além de centenas de judeus.