Polícia indicia aluna da UFSM por publicações racistas em rede social

Polícia indicia aluna da UFSM por publicações racistas em rede social

A estudante de 21 anos, publicou no início de maio, ofensas contra estudantes negros

Agostinho Piovesan

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A Polícia Civil de Santa Maria indiciou nesta quarta-feira, uma estudante de 21 anos da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), aluna do curso de Artes Cênicas. A universitária publicou nas redes, no dia 6 de maio, ofensas contra estudantes negros. Na oportunidade, estudantes da instituição se manifestaram contra atos de racismo e a Polícia Civil abriu inquérito e ouviu a estudante e colegas. Segundo a delegada titular da Delegacia de Proteção ao Idoso e Combate à Intolerância (DPICOI), Débora Dias, o crime de racismo é muito mais amplo e atinge toda uma coletividade. “A conduta dela, face a tudo que tem nos autos, nos levou a indiciá-la”, disse a delegada.

Na postagem feita pela aluna, posteriormente apagada, a estudante disse ter “pavor de conviver com pessoas escuras”. Outra expressão usada foi “essa negadinha”. Ainda nas redes, a estudante citou que se referia a uma pessoa e que não era caso de racismo. Familiares da autora da publicação dizem que ela está internada em uma clínica desde o dia 13 deste mês. Durante 20 dias a Polícia ouviu alunos, além do diretor e da coordenadora do curso. O estudante que foi alvo específico das ofensas da colega, não quis representar criminalmente contra a estudante.

A delegada Débora Dias informou que o inquérito foi remetido ao Poder Judiciário. É aguardada a manifestação do Ministério Público (MP), que pode ou não oferecer denúncia à Justiça. Logo que o caso veio a público, a direção da UFSM divulgou uma nota repudiando manifestações racistas e injúrias raciais proferidas no âmbito acadêmico e registrou o fato no canal oficial de denúncias da instituição, que é a Ouvidoria, e está sendo tratado através das vias administrativas. “Esse tipo de manifestação fere os princípios da diversidade e da pluralidade, que constituem a sociedade e nossa instituição e a UFSM se solidariza com as vítimas, porque acredita em uma universidade plural, sem espaço para qualquer tipo de preconceito”, cita a nota.


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