Cidades

Torres e ICMBio liberam caiaques e stand-up paddles na Ilha dos Lobos e devem liberar barcos turísticos neste mês

Acesso das pequenas embarcações é gratuito e diário, mediante agendamento no site do ICMBio

Liberação dos caiaques e stand-up paddles na Ilha dos Lobos, em Torres
Liberação dos caiaques e stand-up paddles na Ilha dos Lobos, em Torres Foto : Divulgação / Prefeitura de Torres / CP

Um evento neste sábado, na Prainha, em Torres, no litoral Norte, com a presença de autoridades, marcou a reabertura da visitação de pessoas que estiverem em caiaques e stand-up paddles à Ilha dos Lobos, refúgio da vida silvestre (Revis) e única ilha costeira natural do Rio Grande do Sul. O acesso é gratuito diariamente, das 6h às 17h. Mas isto é apenas o começo, de acordo com o secretário Municipal de Turismo, Gabriel de Mello. “Após muitos anos e muito estudo, isto está sendo possível”, comentou ele.

Gabriel acrescentou que um edital para barcos de passeio está sendo aberto neste mês, com a intenção de credenciar embarcações turísticas para atender a grupos coletivos, vedadas lanchas particulares. As liberações e estudos já estão prontos. “Por muito tempo, foi considerado que a visitação na ilha poderia causar algum tipo de trauma ou afastamento dos animais. Após muito monitoramento, se viu que, neste formato, é possível”, salientou ele.

O turismo na Ilha dos Lobos, local onde é possível ver durante todo o ano gaivotas, biguás e golfinhos, entre outros, além dos lobos-marinhos, leões-marinhos e baleias-francas-austrais na primavera, estava fechado desde 2018. Para obter a permissão de ir até o local, é preciso preencher um formulário no site do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), administradora da ilha e fiscalizadora do serviço, até às 15h do dia anterior à visita, que é gratuita. Não é permitido o desembarque, e a autorização é automática pelo sistema. Não há um limite mínimo ou máximo de pessoas em um mesmo grupo, mas o site pode emitir um alerta a depender do número de interessados, disse o secretário.

Quanto aos barcos, eles devem ser administrados por operadoras de turismo, e dois atuando localmente manifestaram interesse até o momento: o Pirata e o Marina. As embarcações credenciadas devem operar já neste verão, e a situação será monitorada durante a alta temporada para avaliar se o número de barcos será ampliado ou mantido. “Preferimos serviços locais, porque eventualmente conseguimos trabalhar melhor a consciência ambiental e a orientação”.

As concessões não estão sendo cobradas pelo ICMBio ou Prefeitura. A intenção é que, em troca, os operadores credenciados doem um determinado número de acessos anuais ou mensais à ilha para projetos de educação ambiental, visando crianças e adolescentes. Outro projeto em andamento pelo Turismo de Torres visa a liberação no local do surfe na modalidade tow-in, associado às radicais e perigosas ondas gigantes.

“A Ilha dos Lobos tem a onda considerada a melhor do Brasil. É conhecida por criar um double lip (duas ondas se encontrando) e ter uma crista que encorpa, podendo ser até sete vezes maior do que um ser humano. Mas são profissionais muito específicos que surfam ali, são os mesmos que vão para Jaguaruna (em Santa Catarina), em Nazaré (em Portugal, consideradas as maiores ondas do mundo)”, explicou Mello, dizendo ainda que isto, potencialmente, poderá atrair mais turistas à área, já que também no local, a altura e o tipo da onda mudam constantemente, conforme a maré. Os estudos para esta eventual liberação deverão ser concluídos em três anos.

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