Ações da Petrobras sobem após mudança na política de preços

Ações da Petrobras sobem após mudança na política de preços

Movimento do mercado financeiro ocorre mesmo diante das críticas de alguns especialistas e integrantes do setor

R7

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As ações da Petrobras abriram esta terça-feira (16) em alta de cerca de 2% após a companhia abandonar a política de paridade de importação como base principal para os reajustes da gasolina e do diesel. Às 10h20, os papéis ordinários da empresa (PETR3) subiam 1,65% e eram negociados a R$ 29,03. Já as ações preferenciais (PETR4) avançavam 2,03%, a R$ 26,18. O movimento acontece após perdas no pregão da véspera.

O aumento no valor das ações acontece mesmo em meio às críticas de alguns especialistas e integrantes do setor, de que o fato relevante da Petrobras sobre o assunto deixa a estratégia pouco clara, o que aumenta o risco para importadores e outros agentes que atuam no mercado brasileiro.

De acordo com a estatal, os reajustes de preços da gasolina e diesel continuarão sendo feitos sem periodicidade definida e evitando repasse da volatilidade aos preços. A empresa afirmou ainda que a nova política garantirá preços em patamar que permitem a realização de investimentos de seu planejamento estratégico.

Pouca transparência

"Já li duas vezes esse fato relevante da Petrobras e realmente a gente não sabe exatamente o que ela vai fazer", afirma o presidente da Abicom (Associação Brasileira de Importadores de Combustíveis), Sergio Araujo.

"Vamos aguardar a primeira movimentação, acho que essa semana ela deve anunciar uma redução de preços, até porque os preços estão realmente acima do mercado internacional, existe espaço para redução, vamos aguardar para ver", acrescenta Araujo.

Ele disse ainda que o texto é "confuso" e ficou "difícil ter uma referência". "Quando ela fala que vai considerar melhor alternativa do cliente, vai considerar competitividade do produto, margem por refinaria, acho que está muito confuso, vamos aguardar para que a gente possa fazer uma análise e comentar."

Segundo Paulo Valois, sócio do Schmidt Valois Advogados, "apesar das novas regras não estarem totalmente claras, parece que a Petrobras caminha para uma política mais discricionária de precificação do preço de refino dos combustíveis, que não estará necessariamente ao seu preço no mercado internacional".

Segundo ele, isso poderá gerar ganhos ou perdas maiores para a companhia "em função de eventuais disparidades". O especialista em energia Adriano Pires, do CBIE (Centro Brasileiro de Infraestrutura), também concordou que o "anúncio feito pela Petrobras da nova política de preços é muito confuso".

"Não dá para entender de forma clara como serão feitos os reajustes futuros. O fato relevante no fundo é só blá-blá-blá. A única coisa que dá para afirmar é que acabou a transparência na determinação dos preços na refinaria", disse Pires.

Ele disse também que, quanto mais elemento se usa para determinar o preço dos combustíveis, "menos transparência teremos e mais risco para o privado importar". "Aumentou o risco para todos os agentes que atuam no mercado de combustíveis", completa.


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