Alta do dólar afeta economia da Fronteira
Gangorra comercial afastou os compradores brasileiros de Rivera
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A situação dos free shops afeta também a rede hoteleira. Segundo o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Livramento, empresário Mozart Hillal, a queda no índice de ocupação nos hotéis da cidade gaúcha chega a 50%. Em Rivera, que possui maior número de lojas de importados do Uruguai, a retração dos negócios deixou o centro comercial vazio, reduzindo a circulação de bens e serviços. Só na vizinha cidade, cerca de mil comerciários, desde os primeiros meses deste ano, ingressaram com pedidos de seguro-desemprego, benefício pago pelo Banco de Previsión Social do Uruguai por seis meses.
Alguns empresários estimam que a queda nas vendas aproxima-se de 60%. Proprietário de um free shop em Rivera, José Luis Cornelius diz que há anos se vive uma gangorra comercial na Fronteira: bonança num lado e tristeza no outro. “São ciclos que vão e voltam dependendo do momento econômico de cada país.” Afirma que muitos empresários investiram alto em infraestrutura, pagando aluguéis que variam entre 5 e 8 mil dólares na avenida Sarandi, onde não se vê turistas brasileiros. “É uma situação especial, pois, além de provocar desemprego, afasta os investidores da cidade.”