Após fala de Lula sobre meta, Haddad reforça importância de recuperação de base fiscal

Após fala de Lula sobre meta, Haddad reforça importância de recuperação de base fiscal

Sem querer fazer corte em investimento e obras, presidente admitiu que o governo "dificilmente chegará à meta zero"

AE

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Após reunião com o presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tentou explicar nesta segunda-feira, 30, as preocupações do mandatário sobre a possibilidade de se atingir a meta de primário zero no próximo ano. Ele apresentou dados que mostram que a receita não tem performado em 2023 devido a "ralos tributários"

Lula admitiu na última sexta-feira, 27, que o governo "dificilmente chegará à meta zero", até porque o chefe do Executivo "não quer fazer cortes em investimentos e obras".

Mais uma vez, Haddad reforçou a importância de se recuperar a base fiscal do País. "O presidente está constatando problemas de decisões anteriores que devem ser reformadas ou saneadas. Precisamos recuperar a base fiscal do Estado, corrigir a erosão fiscal. Esse foi o sentido do alerta de Lula sobre a meta fiscal de 2024", completou.

Segundo o ministro, ele levou a Lula a informação de que, mesmo com o PIB crescendo acima das projeções de mercado, há um efeito sobre a rentabilidade das empresas que afetam esses dois tributos. Ele lembrou que o IRPJ e a CSLL estão diretamente ligados aos repasses dos fundos de Estados e municípios, que foram ao Planalto pedir ajuda ao presidente.

"A melhor coisa é se atentar aos fatos que foram levados ao presidente. O que o presidente se preocupou é o que eu tenho dito desde junho, que a arrecadação vem sofrendo por uma série de fatores. As empresas estão lucrando menos devido à taxa de juros, e isso impacta o IRPJ e a CSLL", afirmou Haddad.

Haddad culpou decisões que envolvem o Congresso e o Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo ele, o abatimento da base de cálculo de IRPJ e CSLL decorrente da LC 160 projetado para 2023 é de R$ 200 bilhões. "Isso abriu uma brecha enorme para subvenções estaduais e a MP 1185 corrige essas distorções. Se tudo der certo, 2023 será o último ano dessa brecha das subvenções estaduais na base de cálculo de tributos federal", avaliou

Haddad também voltou a citar a decisão do STF de 2017 que tirou ICMS da base de cálculo do PIS/Cofins. "Vou falar de um dado que tive conhecimento e levei a Lula antes da declaração dele. Apenas uma empresa de cigarro conseguiu um crédito de quase R$ 5 bilhões. Estamos falando de muitas dezenas de bilhões de reais que estão sendo abatidos do cálculo do tributo de 2017 para cá", argumentou.


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