Após quatro dias de negociações, Governo fecha acordo sobre Refis

Após quatro dias de negociações, Governo fecha acordo sobre Refis

Programa visa regularizar situação tributária de empresas

AE

Após quatro dias de negociações, Governo fecha acordo sobre Refis

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Depois de quatro dias de intensa negociação, governo e parlamentares chegaram a um acordo sobre o Programa de Regularização Tributária (PRT), mais conhecido como Refis, segundo anunciou neste sábado o relator da matéria, deputado Newton Cardoso Jr. (PMDB-MG). Ele havia passado a tarde de sexta-feira no Ministério da Fazenda e, à saída, dito que havia "um abismo" entre as duas posições.

Pelo acordo, a parcela mais beneficiada com o novo Refis são aquelas empresas que têm débitos inscritos de até R$ 15 milhões. Para esses, será possível usar créditos tributários para quitar a dívida e ainda ter redução de multas, juros e encargos. O saldo remanescente poderá ser parcelado em 150 vezes ou conforme o faturamento, desde que o prazo de quitação não passe de 180 meses. Ao parcelar a dívida remanescente, o devedor terá de quitar um valor à vista ainda em 2017, provavelmente de 7,5% do total devido.

Para débitos acima desse valor, o contribuinte ainda pode ter redução de multas, juros e encargos, mas não poderá utilizar prejuízo fiscal, segundo informou o relator. Nesse caso, a entrada será de 20% e o parcelamento terá as mesmas regras do grupo com dívida menor.

"O acordo não foi o melhor, nem o pior", disse o deputado. "Foi o possível." Ele acrescentou que, para que o acordo fosse fechado, foi fundamental a participação do presidente Michel Temer e o apoio do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. Depois da rodada de negociação na Fazenda que havia terminado no "abismo", o relator foi para o Planalto junto com Meirelles e um grupo de técnicos para uma reunião com o próprio Temer, que durou mais de quatro horas.

O deputado contou que, durante as negociações, enfrentou uma dura resistência dos procuradores da Fazenda Nacional. Eles não concordavam com a redução do pagamento de encargos da dívida, porque isso prejudicaria o cálculo do bônus de desempenho que eles recebem. "Eu fiquei impressionado", afirmou. O relator não detalhou os descontos de multas, juros e encargos a que os participantes do novo Refis terão direito, mas adiantou que os encargos terão a menor redução.

Substituição

Os termos do acordo constarão de uma Medida Provisória (MP) que será editada na próxima segunda-feira ou, no mais tardar, na terça. Ela vai substituir outra MP que já está em vigor, a 766, em torno da qual não houve acordo. O governo não conseguiu votar essa matéria na noite da última quarta-feira, quando foram aprovadas outras sete Mps, num momento em que a oposição deixou o plenário em protesto contra o uso do Exército para conter as manifestações que ocorriam na Esplanada dos Ministérios.

Sem ser aprovada, a MP 766 perderá a validade no dia 1º de junho. Como não houve consenso naquela noite, governo e parlamentares concordaram que seria melhor deixar a MP 766 caducar e editar uma nova MP, com outros termos, no lugar.

"Acho que agora a tramitação vai mais fácil, porque tem acordo", avaliou Cardoso Jr. O governo tinha pressa em solucionar o impasse em torno do Refis, também, porque disso dependeria a votação do destaque feito a outra MP, a 765, que autoriza pagamento de bônus para os fiscais da Receita Federal. Como esse dispositivo não foi aprovado e corre o risco de caducar, os auditores ameaçam entrar em greve.

Receita adicional

O Ministério da Fazenda confirmou o fechamento do acordo. Ainda não há estimativa com o ingresso adicional de receitas que será obtido com esse programa, seja pelo pagamento da parcela à vista, seja pela regularização das dívidas.

A MP 766, que não foi aprovada, proporcionaria um nho de receitas da ordem de R$ 8 bilhões. Quando concordou em editar uma nova MP, na noite da quarta-feira, Meirelles havia dito que o novo texto, àquela altura ainda a ser formulado, traria ganho de arrecadação. "Eles não abriram mão do ingresso de alguma receita ainda em 2017", confirmou o relator.

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