Apesar de alta pela manhã, dólar recua para R$ 4,12

Apesar de alta pela manhã, dólar recua para R$ 4,12

Ibovespa teve leve baixa de 0,13%, encerrando o dia com 110.977,23 pontos

AE

Moeda americana teve a sexta queda consecutiva

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Na máxima do dia, pela manhã, o dólar foi a R$ 4,16. Ao longo do dia, a moeda americana teve a sexta queda consecutiva e fechou a segunda-feira no menor nível em 30 dias, cotado em R$ 4,1293, em baixa de 0,42%. O câmbio teve dois movimentos distintos. De manhã, a moeda americana subiu e no início da tarde, passou a cair. Os números bons da balança comercial da primeira de dezembro, com superávit de US$ 1,6 bilhão, ajudaram a estimular as vendas de dólares.

No início da tarde, o dólar caiu a R$ 4,1256. Operadores relataram um movimento de recomposição de posições mais defensivas, após a queda de mais de 2% da semana passada.

A cautela antes de uma série de eventos importantes da semana também justificava a busca por proteção no dólar, ressalta um gestor. Até quinta-feira, serão três reuniões de política monetária, no que vem sendo encarada pelo mercado como a última semana de eventos importantes de 2019.

O Banco Central do Brasil e o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciam suas decisões na quarta-feira. No dia seguinte, é o Banco Central Europeu.

Mais do que os resultados em si, os investidores estão aguardando pistas sobre os próximos passos da política monetária dessas regiões, ressaltam os estrategistas do Danske Bank. Eles pontuam ainda que os mercados estão monitorando de perto as negociações comerciais entre a China e os Estados Unidos, levando em conta que a partir do próximo dia 15, entra em vigor nova rodada de aumento de tarifas de produtos chineses.

O operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, comenta que a queda do dólar hoje reflete o saldo forte da balança comercial e a perspectiva de que a China e EUA vão conseguir chegar ao acordo "fase 1". As exportações chinesas em novembro decepcionaram, com queda anual de 1,1%, mas declarações de dirigentes do país vêm alimentando otimismo com o avanço das conversas, ressalta ele.

No caso das exportações brasileiras, a queda rápida do superávit comercial vinha preocupando as mesas de câmbio. Em novembro, antes da revisão dos dados pelo Ministério da Economia, o Brasil teria o primeiro déficit comercial desde 2015. Por isso, o dado da primeira semana de dezembro traz alívio. "Foi um número bem positivo", diz Faganello.

Bovespa

Após três fechamentos em nível recorde e cinco sessões de ganhos consecutivos, o Ibovespa fez uma pausa neste pregão, encerrando o dia em leve baixa de 0,13%, a 110.977,23 pontos, cedendo a recém-conquistada marca de 111 mil. O giro financeiro foi de R$ 18,6 bilhões, com o principal índice da B3 oscilando entre mínima de 110.869,87 e máxima de 111.453,05 pontos na sessão.

Concluída a primeira sessão de desempenho negativo neste mês de dezembro, o Ibovespa acumula agora ganho de 26,27% no ano, tendo fechado novembro aos 108.233,28 pontos. Em Nova York, os três principais índices encerraram o dia com perdas em torno de 0,3% a 0,4%.

"É natural que haja uma pausa, e mesmo alguma realização, quando se considera o nível em que o Ibovespa está agora", diz Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos, que considera que o índice de ações não deve se afastar de 111 mil pontos até o fim do ano. "Tivemos uma dicotomia hoje, entre o doméstico e o exterior, com o doméstico ainda amparado por revisões, para cima, nas estimativas de crescimento econômico, e o exterior ainda atento a EUA-China, com alguma cautela para o próximo domingo", acrescenta,

referindo-se também à fraca leitura sobre as exportações do país asiático.
No boletim Focus desta segunda-feira, 9, a projeção de crescimento do mercado para o PIB de 2019 foi elevada de 0,99% para a marca de 1,1%, com ajuste marginal, também para cima, na projeção para 2020. No Focus, a expectativa para o IPCA em 2019 foi elevada de 3,52% para 3,84% e mantida a 3,60% para o próximo ano.

Em desdobramento positivo após a recente preocupação com as contas externas, a balança comercial registrou superávit de US$ 1,646 bilhão na primeira semana de dezembro. No ano, o saldo acumulado é de US$ 42,72 bilhões e, no mês, houve alta de 4,9% na média diária das exportações em comparação a dezembro de 2018.

Além da decisão do governo Trump sobre a adoção ou não, no dia 15, de novas tarifas de importação sobre bens produzidos na China, a semana reserva decisões de política monetária no Brasil e nos EUA, na quarta-feira, e na zona do euro, na quinta. Embora esteja precificado nesta reunião um corte de 0,5 ponto porcentual na Selic, de 5% para 4,5% ao ano, é preciso ver o que haverá de sinal para o próximo ano.

Juros

A exemplo da etapa matutina, os juros futuros oscilaram majoritariamente ao redor dos ajustes anteriores ao longo da tarde desta segunda-feira refletindo a pouca disposição do investidor em assumir posições antes dos eventos da semana, marcada por decisões de política monetária no Brasil, Estados Unidos e Europa. Logo após a virada do dólar para o terreno negativo, quando a moeda, nas mínimas, chegou à casa dos R$ 4,12, as taxas de médio e longo prazos ensaiaram se firmar em baixa, indo também nas mínimas, mas o movimento não se sustentou. Tampouco a agenda de indicadores, nesta data bastante restrita, foi capaz de estimular os negócios.

Com exceção da taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021, que fechou com viés de alta, a 4,62%, de 4,599% no ajuste anterior, as demais fecharam muito perto do ajuste. A do DI para janeiro de 2023 terminou estável em 5,72% e a do DI para janeiro de 2025 passou de 6,351% para 6,34%. O DI para janeiro de 2027 encerrou em 6,70%, na máxima, também estável. Na sessão estendida, o mercado operou sob um viés de alta e as taxas fecharam nas máximas, respectivamente, em 4,63%, 5,74%, 6,36% e 6,72%.

Além da falta de um condutor forte para os negócios nesta segunda-feira, profissionais nas mesas de renda fixa lembram que as taxas já tiveram rodada de queda expressiva na última sessão, em função da leitura "qualitativa" do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de novembro e, desse modo, a percepção foi de que é preciso aguardar o desenrolar da agenda para montar posições, mesmo com o dólar em baixa.

"Não tivemos indicador mais relevante nos EUA e, aqui, só IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna). A Focus veio sem mudança no cenário de juros, então o mercado fica em compasso de espera, pois temos na semana vários eventos no front de política monetária", disse o estrategista-chefe do Banco Mizuho, Luciano Rostagno.

O IGP-DI de novembro subiu 0,85%, acima da mediana das estimativas coletadas pelo Projeções Broadcast, de 0,76%, o que, no entanto, não foi suficiente para alterar o cenário de inflação do mercado nem pressionar os juros futuros. A exemplo do IPCA, o IGP-DI foi afetado por preços de carnes, tido como um choque, que deve perder força no começo de 2020.

Desse modo, o mercado segue firme na visão de que a Selic será reduzida em 0,50 ponto porcentual, para 4,50%, na quarta-feira, 11. Como tal aposta está bastante consolidada, a expectativa é maior pelo comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom), que poderá dar pistas sobre as intenções do Banco Central para fevereiro, encontro para o qual as apostas estão divididas entre queda e Selic estável.


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