Aumento do IPI deve elevar preço de eletrodomésticos da linha branca e móveis

O governo federal anunciou nesta semana o aumento no Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para eletrodomésticos da linha branca e móveis a partir de terça-feira. A medida deve causar um aumento nos preços dos produtos e consequentemente uma diminuição da procura pelos consumidores.

A avaliação é da economista-chefe da Federação do Comércio de Bens e de Serviços do Estado do Rio Grande do Sul (Fecomércio-RS), Patrícia Palermo. A especialista explica que o repasse ao preço final será uma decisão de cada empresa e que o impacto deve ser maior para aquelas que já estão com uma margem de lucro apertada.

Conforme a economista, há dois fatores que influenciam as vendas de eletrodomésticos e móveis no mercado atual. Uma delas é o aumento do IPI, que atuará no sentido da redução das vendas, e outro é o programa Minha Casa Melhor, que possibilita crédito para beneficiários do Minha Casa Minha Vida, contribuindo para uma maior procura.

A elevação do IPI, porém, afeta um público maior, enquanto o crédito do programa é destinada apenas a pessoas de menor renda. Os beneficiários têm direito a um crédito de até R$ 5 mil para compra de produtos, com juros de 5% ao ano e pagamento em 48 vezes. Há, entretanto, um limite de valor para os itens adquiridos.

Com esse cenário, a economista estima que o aumento repassado possa ser maior aos produtos mais caros, já que as empresas tentarão manter os preços de determinados eletrodomésticos e móveis dentro da faixa contemplada pelo Minha Casa Melhor. Isso se justifica em razão da contribuição do programa para o bom desempenho das vendas do setor nos últimos meses, segundo a economista. Dessa forma, o consumidor que busca produtos de valor mais elevado poderá sentir mais o impacto da elevação do IPI.

As alíquotas haviam sido reduzidas em abril de 2009, mas voltaram ao normal em fevereiro do ano seguinte. Em dezembro de 2011, a linha branca teve nova desoneração e desde fevereiro deste ano as alíquotas estão sendo gradualmente recompostas.

A partir de outubro, o IPI para o fogão passará de 3% para 4%; da geladeira, de 8,5% para 10%; do tanquinho, de 4,5% para 5%, da máquina de lavar, permanecerá em 10%; e de móveis e painéis, subirá de 3% para 3,5%. Os percentuais valem até o dia 31 de dezembro.