A Badesul, agência de Fomento do Rio Grande do Sul, tem apostado em linhas de crédito na área de inovação e tecnologia para apoiar startups e empresas mais maduras, além de promover parcerias para estimular a inovação. O presidente Claudio Gastal discutiu o papel do fomento no desenvolvimento econômico e tecnológico do Rio Grande do Sul e os créditos disponíveis para as empresas, especialmente do setor de Tecnologia da Informação, na edição do "Conexão Assespro-RS" desta terça-feira, promovida pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro-RS).
O evento teve como objetivo apresentar institucionalmente o Badesul, as ações feitas durante esse e o último ano, principalmente com ações voltadas à enchentes, bem como as linhas de crédito na área de inovação e de tecnologia. Com a Assespro, a discussão foi voltada a quais ações que o próprio fabricante pode fazer para melhorar o ambiente de negócio para elas e buscar maior conectividade e linhas possíveis para atendê-los.
"O Badesul, hoje, tem se caracterizado por fortalecer o processo de inovação, sejam linhas da Finep [Financiadora de Estudos e Projetos do governo federal], Nova Cred, como também linhas próprias e fundos de investimento e participação, com apoio a startups, também programas de parcerias, como Instituto Caldeira e a Tecnopuc para o estímulo à inovação no Rio Grande do Sul".
A agência destacou o investimento nos Fundos de Investimentos em Participação (FIPS) no Rio Grande do Sul, e que buscou parceiros para preparação de startups, como o Parque Científico e Tecnológico da PUCRS (Tecnopuc) com a vertical de inovação em finanças Fine Hub. "A gente trabalha apoiando fintechs e startups da área financeira para melhorar seu negócio e conseguirem buscar em investimentos no mercado", complementa o presidente. Outra parceria é com o Instituto Caldeira, por meio da iniciativa Invest Macth, com o apoio e capacitação de startups para poderem apresentar suas demandas aos fundos de investimento.
Na análise do presidente, o Estado tem tido sucesso em atração de investimentos, como a parceria com a Scala Data Centers. "O Rio Grande do Sul criou um ambiente por ser destacado na área de inovação e produção de pesquisa e desenvolvimento, trazendo os investimentos de fronteira tecnológica. Como Badesul, temos que estar preparados com linhas de crédito que permitam que esse recurso chegue ao empreendedor com taxas e condições melhores, para que ele possa aportar no Estado", diz.
Alexandre Mello, presidente da Assespro-RS, destacou que a inovação depende dos investimentos para se desenvolverem, principalmente aos que passam pela insegurança natural de projetos inovadores para ter validação. As linhas de fomento, pontua, vêm para o desenvolvimento das empresas - tanto as de tecnologia quanto as que contratam essas - na área.
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"O fomento de forma geral, seja público, seja privado, é fundamental para o desenvolvimento das empresas de tecnologia. Essa proximidade com projetos, como o Badesul, visam exatamente aproximar a agência de fomento do Rio Grande do Sul das empresas de tecnologia", diz. Ele afirma que essa conexão dá visibilidade às linhas de crédito e parcerias entre agências de fomento e empresas de tecnologia, tanto as startups quanto as mais maduras.
Para o presidente da associação, o principal desafio dos investimentos está em avaliar a capacidade de riscos. "A inovação sempre trabalha com certa insegurança na medida em que vamos testar modelos de negócios, de estrutura e inovadores. Essa capacidade que a gente tem de investir e fomentar a inovação não pode ser atrelada a uma garantia de sucesso naquela operação", diz. Ainda, pontuou que o retorno não é apenas financeiro, mas também consolidando o Estado como um polo de inovação. E que esse retorno financeiro não será necessariamente imediado, mas em um retorno de médio a longo prazo.