Bolsa tem segundo melhor fechamento da história, a 118.478,30 pontos

Bolsa tem segundo melhor fechamento da história, a 118.478,30 pontos

Dólar chegou a subir, mas terminou recuando, fechando em queda de 0,61%, a R$ 4,16

AE

Ibovespa fechou acima dos 118 mil pontos, em alta de 1,52%

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Com forte ganho de 3,32% na ação da Vale, beneficiada por avanço dos preços do minério de ferro em Qingdao (+1,27%), e alguma recuperação nos papéis de bancos, entre os mais pressionados neste início de ano, o Ibovespa retomou correlação com o exterior e fechou nesta sexta-feira, 17, em alta de 1,52%, a 118.478,30 pontos, pela segunda vez acima dos 118 mil - a primeira havia sido no dia 2, quando o índice fechou na máxima histórica de 118.573,10 pontos.

Na semana, o principal índice da B3 acumulou ganho de 2,58% e, no mês, de 2,45%. Na semana anterior, a primeira completa do ano, o principal índice da B3 havia registrado perda de 1,87%. Nesta sexta-feira, o giro financeiro totalizou R$ 20,6 bilhões. Durante a sessão, o índice foi a 116.709,91 na mínima e a 118.478,95 pontos na máxima do dia, instantes antes do fechamento. "O fluxo prevaleceu, com o doméstico comprando e levando o índice a se sustentar acima dos 118 mil pontos no fim da sessão", diz Luiz Roberto Monteiro, operador sênior da Renascença. "Os últimos dados econômicos, mais fracos, reforçaram o cenário de corte de juros - um ou até dois neste ano", acrescenta.

Em Nova York, os três índices de ações voltaram a renovar recordes de fechamento, antes da pausa do fim de semana prolongado pelo feriado de Martin Luther King, na segunda-feira, quando não haverá negócios nos mercados de ações e bônus. Em dia acomodado a Wall Street nas máximas, o índice MSCI Brazil, que reúne ADRs de empresas brasileiras em NY, teve forte desempenho, em alta de 1,92%, a 46,76 pontos, no fechamento, acompanhando o movimento por aqui em antecipação ao vencimento de opções sobre ações na Bolsa brasileira, na segunda-feira.

"A leitura favorável sobre o PIB da China deu o tom e, com o cenário político ainda esvaziado e uma agenda menos carregada aqui, a tendência é de que, a exemplo de hoje, o mercado doméstico siga mais correlacionado ao exterior na próxima semana, com uma lista forte de dados nos EUA, entre os quais inflação e vendas do varejo", diz Stefany Oliveira, analista da Toro Investimentos, chamando atenção também para o noticiário corporativo, que tem induzido movimentos na ausência de catalisadores macro, e que ganhará interesse ainda maior com o início da temporada de balanços.

Além de avaliação positiva sobre a economia chinesa, grande consumidora de matérias-primas como o minério de ferro, o desempenho da Vale na sessão foi condicionado por aspectos do setor, que impactam diretamente a cotação do insumo. Ontem, a Vale confirmou interrupção das operações de uma barragem de rejeitos na mina de Esperança, que pode processar cerca de 1,2 milhão de toneladas de minério por ano - a interrupção decorre da necessidade de avaliação técnica e de obras para reforço da segurança.
Em outro desdobramento importante, a mineradora australiana Rio Tinto informou ter embarcado 327,4 milhões de toneladas de minério de ferro de seus poços no noroeste da Austrália, no ano passado, em queda de 3% ante 2018. Para 2020, a expectativa é de embarques entre 330 e 343 milhões de toneladas.

Entre os bancos, destaque para alta de 1,35% na ação do Banco do Brasil ON, com a do Bradesco PN apontando ganho de 2,34% e a Unit do Santander, de 1,92%, no fechamento - no mês, ainda acumulam perdas, respectivamente, de 5,11%, de 1,95% e de 2,76%.

Dólar

O dólar fechou em queda nesta sexta-feira, depois de dois dias seguidos de valorização e de subir mais de 4% no ano. A sexta-feira que antecede o feriado de Martin Luther King nos Estados Unidos, comemorado na segunda-feira, foi marcado por fortalecimento da moeda americana e de liquidez reduzida em Wall Street e aqui. Na semana, porém, a divisa acumulou alta de 1,74%, a terceira seguida de ganhos, mesmo com empresas brasileiras captando US$ 3 bilhões no exterior nos últimos dias.

No mercado à vista, o dólar chegou a subir nesta sexta-feira e foi a R$ 4,19, ainda refletindo um movimento de recomposição de posições no mercado futuro, que estava apostando muito na apreciação do real, segundo um gestor. Mas a divisa dos EUA acabou fechando em queda de 0,61%, a R$ 4,1646, em dia marcado por bons indicadores da economia chinesa, o que ajudou a estimular a busca por ativos de risco e as moedas de países exportadores de commodities.

"Nesta semana, o real definitivamente se descolou de seus pares e de outras classes de ativos locais", observam os estrategistas do Rabobank. Em alguns dias desta semana, a moeda americana subiu mesmo em dia de alta do Ibovespa, quebrando a máxima do mercado de "bolsa em alta, dólar em queda". A semana também foi marcada por quedas nos juros futuros e do risco-País medido pelo Credit Default Swap (CDS) de cinco anos do Brasil, que estava em 96 pontos no final da tarde da sexta-feira, no menor patamar em 10 anos. Na avaliação do Rabobank, o dólar vai continuar na casa dos R$ 4,05/R$ 4,15 nas próximas semanas.

Para o Itaú Unibanco, que tem como economista-chefe o ex-diretor do Banco Central, Mario Mesquita, a decepção com os dados de atividade fez com que a moeda brasileira voltasse ao patamar de R$ 4,15. "No curto prazo, os movimentos da moeda brasileira devem continuar relacionados à perspectiva de recuperação da economia", afirma o banco nesta sexta-feira. O banco segue com a aposta de que haverá mais cortes na taxa básica de juros, a Selic, que deve terminar o ano em 4%.

O Itaú manteve a previsão para o dólar em R$ 4,15 para o final deste ano e de 2021. A aceleração do Produto Interno Bruto (PIB) pode contribuir para a depreciação do real, observa o relatório, na medida em que deve atrair recursos externos. "Contudo, reconhecemos que não temos observado, por ora, esse fluxo relacionado ao aquecimento da atividade."

A liquidez nesta sexta-feira já ficou bem abaixo da média, com os agentes evitando maiores apostas antes por conta do final de semana prolongado nos Estados Unidos. Na segunda-feira Wall Street não opera. No mercado futuro, o giro do contrato de fevereiro do dólar ficou em apenas US$ 15 bilhões. No mercado à vista, o volume de negócios foi de somente US$ 680 milhões. A expectativa é que os negócios só voltem a ganhar fôlego na terça-feira.

Juros

Os juros futuros encerraram em queda a sessão de hoje, depois de uma semana em que o mercado voltou a precificar com maior intensidade um corte de 0,25 ponto porcentual da Selic em fevereiro. Com o noticiário econômico fraco hoje, o mercado fez um ajuste para baixo, motivado ainda por uma melhora de humor do investidor com ativos brasileiros. Há de se pontuar ainda que a liquidez foi bastante limitada, o que favorece movimentos de desmonte de posições.

O contrato do Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2021 fechou a sessão regular e a estendida com taxa de 4,420%, de 4,450% ontem. Foram negociados 458,8 mil contratos, abaixo dos 638 mil de ontem. O janeiro 2023 recuou de 5,690% para 5,670% (regular) e 5,640% (estendida). O janeiro 2025 passou de 6,430% para 6,380% (regular) e 6,360% (estendida). E o janeiro 2027 caiu de 6,820% para 6,750% (regular, na mínima) e 6,730% (estendida).

Depois de os indicadores da indústria, do comércio e dos serviços de novembro esfriarem as expectativas do ritmo de expansão do Brasil, o mercado de juros ampliou as apostas de que a Selic vai cair a 4,25% na reunião de fevereiro. Cálculos da Quantitas Asset Management apontam que a precificação estava em 62% para redução hoje. Na sexta-feira passada, era 51%.

Esta também é a mediana e a maioria das estimativas coletadas pela pesquisa do Projeções Broadcast. Das 40 casas consultadas, 24 aguardam corte de 0,25 ponto porcentual, enquanto outros 16 esperam manutenção. Depois, em março, 6 apostam em nova redução de igual intensidade, para 4,00%. A minoria das instituições (8) estima o início de um ciclo de aperto monetário ainda este ano. De forma geral, para o fim de 2020, as projeções vão de 4,00% a 5,50%. As expectativas para o fim de 2021, por sua vez, vão de 4,50% a 7,25%.

Nesta tarde, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, repetiu em evento em Miami que o estágio atual recomenda cautela na política monetária e que os próximos passos dependerão da atividade econômica e dos riscos. Ele também voltou a dizer que as condições atuais prescrevem "política monetária estimulativa, ou seja, com taxas de juros abaixo da taxa estrutural".


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