Com ambiente otimista no exterior, dólar fecha em baixa de 1,09%, em R$ 5,27

Com ambiente otimista no exterior, dólar fecha em baixa de 1,09%, em R$ 5,27

Bolsa termina o dia em alta de 1,94%, a 100.274,52 pontos, com fluxo para ações de bancos

AE

Real foi a moeda com melhor desempenho no mercado internacional nesta segunda-feira

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O real foi a moeda com melhor desempenho no mercado internacional nesta segunda-feira, considerando uma cesta das 34 divisas mais líquidas. Em dia de noticiário mais esvaziado no Brasil, o mercado de câmbio local operou colado no exterior, onde prevaleceu um ambiente de mais otimismo, com a retomada de testes para a vacina contra o coronavírus pela universidade de Oxford e a parceria fechada pela Oracle com o aplicativo chinês TikTok, o que foi visto nas mesas de operação com sinal de redução da tensão entre as duas maiores economias do mundo.

O dólar à vista fechou cotado em R$ 5,2755, em queda de 1,09%. No mercado futuro, o dólar para outubro era negociado em queda de 0,83%, em R$ 5,2795 às 17h. A quarta-feira terá três reuniões de política monetária: Brasil, Estados Unidos e Japão. Nas mesas de operação, traders seguem mencionando a questão fiscal do Brasil como um limitador para uma valorização mais expressiva do real, enquanto pelo lado positivo, bancos e consultorias vêm melhorando suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) do País de 2020.

O economista para Brasil do ING em Nova Iorque, Gustavo Rangel, melhorou a previsão do PIB do Brasil este ano, de queda de 5,2% para baixa de 4,8%, mas alerta que o risco fiscal é crescente. Por isso, ele vê o dólar acima de R$ 5,00 ao menos até o segundo trimestre de 2021, quando deve cair para a casa de R$ 4,90, mas deve voltar para R$ 5,00 em 2022. "A resposta da política econômica do Brasil à pandemia foi incomumente agressiva para os padrões dos emergentes", destaca Rangel. Além da deterioração fiscal, o economista do ING observa que a própria volatilidade cambial deve ser um limitador para um novo corte da taxa básica de juros esta semana. Uma redução da Selic para menos de 2% pode causar ainda mais oscilações no câmbio, ressalta ele.

De acordo com o CEO e fundador da FB Capital, Fernando Bergallo, embora o dólar esteja cedendo em meio ao alívio dos mercados financeiros em torno de uma evolução na vacina para o novo coronavírus, não é esperada grande queda pela frente. "Na semana passada, tivemos a notícia da suspensão da vacina de Oxford e isso trouxe cautela aos mercados. Durante o fim de semana, a suspensão foi revertida e os testes continuam", destaca ele. "Cada vez mais fica evidente que não vai haver uma queda grande do câmbio no médio e curto prazos. O boletim Focus apontou que a média do dólar para este ano ainda é de R$ 5,25, próximo do que temos hoje, e R$ 5,00 para 2021", avalia.

Ibovespa

Após duas sessões negativas, que o fizeram retroceder dos 101 mil para os 98 mil pontos, o Ibovespa conseguiu recuperar o nível dos 100 mil nesta segunda-feira, 14, ao fechar em alta de 1,94%, a 100.274,52 pontos, saindo de mínima na abertura a 98.366,62 pontos, com máxima a 100.519,80 pontos, em ganho então acima de 2%. A moderação das perdas nas ações de commodities, especialmente Petrobras, que segurava o índice desde a manhã, contribuiu para a acentuação dos ganhos na B3 a partir de meados da tarde, enquanto os setores de siderurgia e bancos se firmavam em direção única, positiva.

Assim, invertendo a dinâmica observada pela manhã, o Ibovespa superou avanço observado em Nova Iorque, onde os ganhos ficaram entre 1,18% (Dow Jones) e 1,87% (Nasdaq) nesta segunda-feira. O giro financeiro na B3 foi de R$ 24,0 bilhões e, com o desempenho de hoje, o Ibovespa volta a subir no mês, 0,91%, cedendo agora 13,29% no ano.

Setor de maior peso no Ibovespa, o desempenho das ações de bancos foi fundamental para o sprint observado na etapa final dos negócios, com Itaú PN em alta de 1,78%, Banco do Brasil ON, de 1,41%, e Bradesco PN, de 1,17% no fechamento da sessão, ainda entre as ações mais descontadas no ano, e que tendem a ser beneficiadas por giro de carteira em direção a papéis que ofereçam oportunidade. Assim, mesmo sem notícias específicas, a recuperação ante as perdas vistas no setor na abertura fazem sentido, aponta Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos. As ações de bancos "sofreram muito com a pandemia - toda a questão de provisionamento para inadimplência - e vêm meio de lado desde então."

"Houve fluxo na parte da tarde para as ações do setor financeiro, o que ajudou o Ibovespa. Mas, fundamentalmente, não tem notícia nova. O mercado continua movido a fluxo, e o que vale num dia, acaba não valendo para o seguinte, então fica nesta volatilidade. Há muitas variáveis em aberto, incertezas que afetam não apenas a Bolsa, como juros e commodities. Impossível fazer previsão consistente, para qualquer lado que seja", aponta Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença.

Na B3, destaque negativo nesta segunda-feira para Petrobras (PN -0,91% e ON -1,00%) em dia de moderado ajuste nos preços do insumo após a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ter revisado a contração da demanda global em 2020, estimando também que a recuperação no próximo ano será mais lenta do que o imaginado anteriormente. Os impactos do furacão Sally na produção na costa do Golfo do México, por outro lado, contribuíram para limitar as perdas nos preços da commodity.

Na ponta negativa do Ibovespa, PetroRio cedeu hoje 1,54%, seguida por Petrobras ON. No lado oposto, Yduqs subiu 7,96%, seguida por Gol (+7,29%) e Cielo (+6,98%) - destaque também para B3, em alta de 4,84% no fechamento.

Taxas de Juros

Os juros futuros fecharam a sessão em queda, alinhados mais uma vez ao bom humor dos mercados internacionais e, principalmente, ao desempenho positivo das moedas emergentes, entre as quais o real foi destaque. As taxas tinham recuo moderado pela manhã desta segunda, 14, e ampliaram o movimento à tarde, justamente quando o dólar passou a cair mais fortemente, abaixo dos R$ 5,27 nas mínimas. O noticiário interno não trouxe novidades, assim como o IBC-Br de julho, ainda que abaixo da mediana, teve efeito limitado sobre as taxas no início do dia. O alívio da curva, no entanto, não teve respaldo de liquidez, com o investidor aguardando as reuniões de política monetária da semana para definir posições. A dois dias da decisão do Copom, o consenso das apostas se mantém na estabilidade da Selic em 2%.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 fechou em 2,810%, de 2,853% no ajuste de sexta-feira, e a do DI para janeiro de 2023 caiu de 4,144% para 4,060%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,920%, de 6,973% no último ajuste.

"Como não tivemos noticiário negativo na seara política e o dólar recuando, tudo isso tira pressão dos juros", disse o operador de renda fixa da Nova Futura André Alírio, destacando que, por hoje, as questões fiscais, como o risco de flexibilização do teto de gastos, ficaram em stand by.

Jefferson Lima, gerente da Mesa de Reais da CM Capital Markets, lembra que os ativos andaram em bloco nesta segunda-feira, a partir da retomada do apetite pelo risco visto no exterior. "O mercado melhorou como um todo, com o 'sell off' das techs arrefecendo, mas a semana promete com Copom, Fed, BoE", disse.

Em função desta agenda pesada na semana, o volume de contratos negociados foi, como de costume às segundas-feiras, abaixo do padrão e hoje agravado pelo compasso de espera pelas decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos.

Por aqui, o quadro das expectativas para o Copom segue inalterado, com o mercado amplamente posicionado para manutenção da Selic em 2% na quarta-feira, embora a curva tenha apostas isoladas de uma alta de 0,25 ponto porcentual.

A maior expectativa é em relação à sinalização do comunicado para os próximos passos, embora Alírio, da Nova Futura, acredite que o texto não deva trazer definições e, assim como o anterior, manter um espaço mínimo para ajustes na taxa básica. "Pode ser mais do mesmo, pois os fatores que podem definir alta ou baixa nos movimentos futuros estão dados, como a questão fiscal, as pressões inflacionárias e a retomada da economia", elencou. O problema, diz ele, é que é preciso justamente aguardar os próximos meses para ver como esse fatores ainda vão evoluir. "Talvez esse nível de definição perpasse essa reunião", afirmou.


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