Dólar avança 1,02% e fecha a sexta-feira em R$ 3,56

Dólar avança 1,02% e fecha a sexta-feira em R$ 3,56

Movimento foi resultado de ajustes de posições em relação ao exterior e da operação com swaps cambiais

AE

Moeda americana fechou o dia em R$ 3,56

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Numa sessão de liquidez reduzida, em função do feriado dessa quinta, no Brasil, o dólar subiu nesta sexta-feira, ante o real. O movimento foi resultado de ajustes de posições em relação ao exterior e da operação com swaps cambiais reversos do Banco Central - equivalente à compra de dólares no mercado futuro. O dólar à vista terminou em alta de 1,02%, aos R$ 3,5669. Já a divisa para maio, fechou em alta de 1,20%, a R$ 3,5815.

O viés para a moeda americana ante o real era claramente positivo desde o início do dia. Isso porque ontem, quando o mercado não funcionou no Brasil (feriado de Tiradentes), o dólar subiu ante várias divisas no exterior, como o dólar australiano, o dólar canadense, o peso chileno e o peso mexicano. Assim, era preciso ajustar as cotações hoje ante o real. Além disso, hoje também foi um dia de novo avanço do dólar no exterior.

Além destes fatores, influenciou o dólar o fato de o Banco Central ter vendido, logo no início da sessão, 20 mil contratos de swap cambial reverso. Na prática, US$ 992,2 milhões foram retirados do sistema.

Durante a tarde, já com a ptax do dia definida (R$ 3,5829), a liquidez secou. Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, disseram que muitos agentes fizeram negócios pela manhã e, à tarde, nem estavam mais nas mesas. O giro financeiro do mercado à vista somava há pouco apenas US$ 643,9 milhões (US$ 640,1 milhões em D+2), conforme a clearing de câmbio da BM&FBovespa. No mercado futuro, o dólar para maio havia movimentado US$ 9 bilhões até agora - menos que o normal.

No campo econômico, o Banco Central divulgou hoje seu Índice de Atividade (IBC-Br) de fevereiro: -0,29% ante janeiro, com ajuste; -4,54% ante fevereiro de 2015, sem ajuste. Já o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego indicou o fechamento líquido de 18.776 pontos de trabalho em março. Estes números não influenciaram de forma decisiva as cotações do dólar.

Bovespa

A Bovespa fechou em queda de 1,35%, aos 52.907,88 pontos, nesta sexta-feira. Com esse resultado, o desempenho na semana ficou negativo em -0,60%. No mês, o indicador mantém-se em alta (+5,70%), assim como no ano (+22,05%).

A maior contribuição para o resultado de hoje veio das ações da Vale, que lideraram o ranking das maiores baixas da carteira Ibovespa ao longo do dia, juntamente com a PN da Bradespar. A ON da mineradora recuou 11,17% e a PNA, -8,21%. A forte desvalorização aconteceu por conta de ajustes aos preços dos ADRs em Nova York (em queda ontem e hoje) e também pelo recuo de 4,7% do preço do minério de ferro no mercado à vista chinês hoje. As ações da Bradespar, acionista da mineradora, caíram 7,61%.
 
Já os papéis da Petrobras finalizaram a sessão entre as maiores altas (PN em +2,85% e ON em +4,54%), diante da valorização de 1,30% do petróleo do tipo Brent, na ICE em Londres, e de 1,43% do WTI na Nymex, em Nova York.

O giro financeiro hoje foi mais baixo que a média de abril por ser esta sexta-feira uma ponte entre o feriado nacional ontem e o fim de semana, na avaliação do analista da Clear Corretora, Raphael Figueredo. O volume negociado totalizou R$ 7,14 bilhões. Na média diária de abril, o giro está em R$ 8,732 bilhões.

Juros

A baixa liquidez foi a principal característica dos negócios no mercado futuro de juros nesta sexta-feira. Com poucas novidades no cenário doméstico, as taxas acompanharam a alta do dólar pela manhã, mas perderam fôlego à tarde, terminando o dia próximas da estabilidade. As taxas oscilaram em intervalos pequenos e, segundo operadores, devem manter esse ritmo enquanto durar a tramitação do processo de impeachment no Congresso.

Pela manhã, o dólar em alta próxima dos 2% e o resultado do IBC-Br melhor que o esperado chegaram a sustentar as taxas futuras. Já o discurso da presidente Dilma Rousseff no evento da Organização das Nações Unidas (ONU) não teve interferência sobre as oscilações. Ao contrário do planejado inicialmente, ela apenas fez menção indireta à sua tese sobre um golpe de Estado.

"O dólar em alta com o 'gap' do feriado e o leilão de swap reverso, somado ao IBC-Br mais forte, acabaram por manter os juros em alta, embora bastante limitada. Mas, na verdade, o dia não teve nada de muito novo", disse um profissional de uma asset paulista.

Ao final dos negócios no horário estendido da BM&FBovespa, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 tinha taxa de 13,520%, ante 13,495% do ajuste de quarta-feira. O DI para janeiro de 2018 ficou com 12,77%, ante 12,76%. O vencimento de janeiro de 2021 projetou 12,90%, ante 12,88%.

O economista salienta a depreciação do iene em relação ao dólar "por conta da expectativa que o BoJ (banco central japonês) afrouxe mais uma vez a política monetária" como elemento que compõe esse cenário de aumento da aversão ao risco. Nesse contexto, Rey observa que o CDS de cinco anos do Brasil - que voltou a superar o nível dos 350 pontos - e de outros países - como México e Turquia - subiram nos últimos dias.

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