Dólar cai pela sexta vez e fecha o dia em R$ 3,14, menor valor do ano

Dólar cai pela sexta vez e fecha o dia em R$ 3,14, menor valor do ano

O valor é o menor desde 15 de julho de 2015, quando foi cotada a R$ 3,13

AE

Moeda norte-americana fechou a terça-feira com o menor valor de 2016

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A expectativa de novos ingressos de recursos ao País foi um dos principais fatores que levaram o dólar a mais uma desvalorização nesta terça-feira, 9. A moeda americana terminou o dia cotada a R$ 3,1420 no mercado à vista, em baixa de 0,87%, menor valor desde 15 de julho de 2015 (R$ 3,133). Na mínima, a cotação chegou aos R$ 3,1285 (-1,30%), intensificando as discussões sobre quanto ainda há de espaço para a queda.

A votação no Senado da pronúncia do processo de impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, foi um dos principais combustíveis do otimismo dos investidores. Apesar de o mercado já dar como certa a vitória do "sim", operadores ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real do Grupo Estado, afirmam que o que realmente animou foram sinais de que a votação pelo afastamento possa mostrar um placar com grande folga.

Essa eventual vitória expressiva indicaria força do governo Temer para avançar nas medidas de ajuste fiscal no Congresso, aumentando a atratividade do Brasil perante os investidores estrangeiros. Enquanto os senadores discursavam, a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara aprovou a admissibilidade de Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do teto do gasto público. O governo conseguiu vencer por 33 votos a 18, fazendo a matéria avançar na Casa. A PEC é uma das principais apostas do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, para a retomada da confiança e o controle do gasto público.

O dólar já abriu em baixa e teve uma alta pontual, atingindo a máxima de R$ 3,1739 (+0,14%). O avanço foi temporariamente sustentado pela virada para baixo dos preços do petróleo e pelo leilão de US$ 500 milhões em contratos de swap cambial do Banco Central. A percepção mais otimista com o cenário brasileiro, no entanto, conduziu as oscilações de volta ao terreno negativo.

A mínima de R$ 3,1285 foi registrada pouco depois das 12h30, refletindo o fluxo cambial positivo e as expectativas favoráveis vindas do cenário político doméstico. Esse patamar acabou por atrair compradores, o que gerou volatilidade temporária e sustentou a cotação em um patamar dos R$ 3,14. No mercado futuro, o dólar para setembro fechou em baixa de 0,95%, cotado a R$ 3,1700.

Bovespa A Bovespa segue à espera de um driver para definir seu rumo e voltou a operar de lado, sem fôlego para ganhos expressivos. O apetite dos investidores é limitado pela fraqueza de suas pares em Nova York e pela persistente rota de queda do petróleo no mercado internacional.

Internamente, os investidores acompanham a sessão de pronúncia do processo de impeachment de Dilma Rousseff. Embora operadores acreditem que a saída definitiva da petista já tenha sido precificada, a hipótese de um placar amplamente favorável ao afastamento ainda pode animar a Bolsa - já que reforça a expectativa de ingresso de recursos no País.

O Ibovespa encerrou ao redor da estabilidade pelo terceiro pregão seguido. Nesta terça-feira, terminou em leve alta de 0,09%, aos 57.689,41 pontos. Ontem, marcou baixa de 0,04% e, na sexta-feira, registrou discreto ganho de 0,12%.

No pregão desta terça, o índice à vista bateu mínima aos 57.615 pontos (-0,04%) no início da tarde, enquanto durante a manhã alcançou os 58.095 pontos (+0,80%) na máxima, aproveitando que o petróleo ainda apresentava valorização em Londres e em Nova York. O giro financeiro somou R$ 5,51 bilhões. No mês de agosto, a Bolsa tem ganho acumulado de 0,67% e, no ano, de +33,08%.

As ações da Petrobras devolveram os ganhos vistos durante a manhã e terminaram em queda de 0,51% (ON) e 0,25% (PN), em linha com a fraqueza do petróleo no exterior. Em meio a previsões de aumento na produção da commodity nos Estados Unidos, os contratos futuros fecharam em queda, pressionados também pelo ceticismo em relação à possibilidade de a Organização dos Países Organizadores de Petróleo (Opep) congelar a produção em setembro.

O WTI para setembro, negociado na Nymex, fechou em queda de 0,58%, aos US$ 42,77 por barril, enquanto o Brent para outubro, negociado na ICE, em Londres, recuou 0,90% e encerrou o pregão a US$ 44,98 o barril.

Taxas de juros Os juros futuros fecharam a sessão desta terça-feira em baixa, alguns deles nas mínimas, estimulados principalmente pelo andamento do processo de impeachment de Dilma Rousseff e pela queda do dólar.

As taxas encerraram com baixa expressiva no trecho longo, que reflete mais sensivelmente o risco político, ao qual está relacionada a questão da aprovação das medidas fiscais. Com o foco dos investidores no Senado, tanto a agenda doméstica, que trouxe a Pesquisa Mensal de Comércio (PMC), quanto o cenário externo - hoje sem indicadores relevantes - ficaram em segundo plano.

Ao término da negociação regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 (144.465 contratos) fechou em 13,935% (mínima), de 13,975% no ajuste anterior. O DI janeiro de 2018 (112.405 contratos) terminou em 12,65% (mínima), de 12,74%. O DI janeiro de 2019 (115.780 contratos) caiu de 12,17% para 12,08% (mínima). O DI janeiro de 2021 (102.805 contratos) recuou de 11,95% para 11,85%.

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