Dólar cede 1,55% com ajuda do exterior

Dólar cede 1,55% com ajuda do exterior

Taxas dos contratos futuros de juros subiram em meio a ajustes técnicos após recuos recentes

AE

Taxas dos contratos futuros de juros subiram em meio a ajustes técnicos após recuos recentes

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O dólar emplacou nesta sexta-feira mais um dia de baixa ante o real, sob influência direta do exterior. A perspectiva de que o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) eleve os juros apenas em 2016, que ganhou corpo desde a última sexta-feira, continuou servindo de motivo para que, no Brasil, investidores reduzissem posições compradas na moeda americana. O dólar à vista de balcão cedeu 1,55%, aos R$ 3,7510.

Na semana, a divisa acumulou baixa de 4,87% e, no mês, recuo de 5,61%. Na máxima de hoje, às 10h28min, a divisa marcou R$ 3,7740 (-0,94%) e, na mínima, vista às 12h11min, 12h11min, atingiu R$ 3,7240 (-2,26%). No mercado futuro, cujos negócios terminam apenas às 18 horas, a moeda para novembro (a mais líquida) caía nesta tarde 0,92%, aos R$ 3,7785.

O viés era claramente negativo para o dólar no início do dia, após a ata do último encontro do Fed, divulgada ontem, ter trazido indicações de que o aperto monetário nos EUA ficará para um futuro mais distante. Entre os fatores que levam os investidores a concluírem isso estão a projeção de inflação do Fed, indicando taxa inferior a 2% até o fim de 2018, e as preocupações com várias economias ao redor do mundo, incluindo Brasil e China.

Durante esta sexta-feira, dirigentes da instituição comentaram publicamente a questão da alta de juros nos EUA - que quando vier poderá atrair recursos que, atualmente, estão aplicados em países como o Brasil. E mais uma vez não ficou claro, pelos discursos, qual será a postura da instituição, embora a maior parte dos players tendam a esperar por um aumento de taxas apenas em 2016.

O presidente da regional de Chicago do Fed, Charles Evans, afirmou que o momento de elevação dos juros não é tão importante quanto o ritmo da ação. "A taxa de juros deveria ficar abaixo de 1% até o fim de 2016", afirmou. Segundo ele, a decisão do Fed será guiada pelos indicadores. "Quero ter mais confiança de que a inflação subirá antes de apoiar a elevação de juros", acrescentou.

Já o presidente do Fed de Nova York, William Dudley, afirmou que, se a economia evoluir como esperado, "as taxas serão elevadas em 2015". "O Fed poderá aumentar as taxas de juros em sua reunião de política monetária em outubro", disse. Ao mesmo tempo, o titular do Fed de Atlanta, Dennis Lockhart, disse ser improvável a adoção de taxas negativas de juros no curto prazo.

Internamente, poucos fatores novos surgiram do cenário político, e nenhum deles serviu para prejudicar os negócios no câmbio. Mesmo porque, na sexta-feira a maior parte dos parlamentares já está longe de Brasília - ainda mais com um feriado na segunda-feira (Nossa Senhora Aparecida).

Taxas de juros

As taxas dos contratos futuros de juros subiram nesta sexta-feira, em meio a ajustes técnicos após os recuos recentes. O movimento ocorreu a despeito de o dólar à vista ter recuado 1,55% ante o real. Ainda pela manhã, as taxas dos contratos futuros de juros foram impulsionadas por um equívoco de negociação de uma corretora local, que levou as taxas para cima (houve compra de taxa e venda de PU). Estrangeiros viram o movimento e aproveitaram para zerar algumas posições na renda fixa brasileira, o que amplificou a pressão.

Passado este momento, as taxas ainda se mantiveram em alta na maior parte dos vencimentos, mesmo porque já haviam recuado bastante nos últimos dias. No fim da sessão regular, a taxa do DI para janeiro de 2016 marcou 14,32%, ante 14,321% do ajuste de ontem, enquanto o vencimento para janeiro de 2017 indicou 15,56%, ante 15,23%. Na ponta mais longa, o contrato para janeiro de 2021 marcou 15,65%, ante 15,32%. Pela manhã, destaque para a divulgação do Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) da primeira prévia de outubro. O indicador mostrou alta de preços de 1,64%, ante 0,56% da primeira leitura de setembro. No ano, o IGP-M acumula ganhos de 8,09% e, em 12 meses, avanço de 9,82%.

Bovespa

A Bovespa oscilou entre altas e baixas durante boa parte desta sexta-feira, em sintonia com Nova York. Durante o dia, as mesas de renda variável repercutiam ainda a divulgação de ontem da ata do último encontro do Fed. Em linhas gerais, a percepção foi de que a instituição tende a elevar juros apenas mais à frente, provavelmente em 2016, o que tira pressão do mercado de ações. Investidores até ensaiaram uma realização de lucros no Brasil à tarde, vendendo ações, mas, como os índices em Wall Street se fortaleceram, o Ibovespa ainda conseguiu terminar em alta de 0,47%, aos 49.338,41 pontos.

Foi o nono avanço consecutivo, com a bolsa acumulando +12,24% no período. Na mínima do dia, a bolsa chegou a marcar 48.698 pontos (-0,83%) e, na máxima, atingiu 49.752 pontos (+1,31%). O giro financeiro somou R$ 7,769 bilhões. Em Nova York, o Dow Jones avançou 0,20%, aos 17.084,49 pontos, o S&P 500 teve alta de 0,07%, aos 2.014,89 pontos, e o Nasdaq subiu 0,41%, aos 4.830,47 pontos. No Brasil, alguns dos papéis que passaram por realização de lucros foram os que subiram com vigor nos últimos dias, como Petrobras. No fechamento de hoje, o papel ON da petrolífera marcou 0,37% e o PN +0,57%.

CSN continuou como destaque entre as siderúrgicas, com o mercado precificando um aumento de preços de seus produtos pela empresa, entre 6% e 10%. O papel subiu +6,60%. Usiminas PNA avançou 1,63%, Gerdau PN teve ganho de 0,60%, mas Metalúrgica Gerdau PN caiu 3,74%. Vale ON terminou com valorização de 3,64% e Vale PNA, de 2,01%.


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