Dólar fecha cotado a R$ 3,34, maior nível desde 7 de julho

Dólar fecha cotado a R$ 3,34, maior nível desde 7 de julho

Bovespa fechou em alta de 0,42%, com R$ 6,7 bilhões em negócios

AE

Dólar fecha cotado a R$ 3,34

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O dólar avançou ao nível de R$ 3,34 no mercado à vista, a despeito de uma atuação menor do Banco Central através do leilão de swap cambial reverso. Num dia de direção mista no câmbio internacional, o dólar teve uma manhã volátil e só se firmou em alta durante a tarde. O avanço foi alimentado por uma possível redução de liquidez no exterior e por preocupações com o andamento do ajuste fiscal no Brasil. O posicionamento mais defensivo no câmbio local foi intensificado pela queda de quase 3% nos contratos futuros de petróleo e incertezas com a disputa eleitoral no Estados Unidos.

No segmento à vista, o dólar subiu pelo segundo dia seguido e fechou aos R$ 3,3415, em alta de 0,79%, maior nível desde 7 de julho, quando terminou em R$ 3,3617. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, o volume de negócios somou US$ 1,170 bilhão. Já no mercado futuro, o contrato de dólar para outubro encerrou em R$ 3,3600, em alta de 0,90%. O volume foi de US$ 18,666 bilhões.

O Banco Central vendeu nesta quarta-feira o lote integral de 5 mil contratos de swap cambial reverso colocado em leilão, em um total de US$ 250 milhões. O volume foi menor do que os 10 mil contratos que vinham sendo ofertados pelo BC nas últimas semanas. Essa diminuição do lote ocorreu em meio a forte movimentação no mercado global de moedas. Como pano de fundo para a instabilidade está a aproximação da reunião de política monetária do Federal Reserve, na semana que vem, e possível redução da liquidez fornecida pelos principais bancos centrais do mundo.

Ainda nos Estados Unidos, há cautela com a disputa eleitoral para a presidência do país. Para analistas do banco Nomura, a eleição do candidato republicano, Donald Trump, poderia levar a um crescimento menor do Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos anos e pressionar o Federal Reserve a abandonar sua estratégia de elevação gradual de juros em favor de um aperto monetário mais rápido para conter a inflação.

Domesticamente, há preocupações com o andamento dos esforços do governo para ajustar as contas públicas, alimentando a cautela no câmbio. A dor de cabeça da vez é a negociação com governadores sobre dívidas dos Estados, o que poderia prejudicar o tamanho e o ritmo do ajuste fiscal. Os representantes das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste pedem ajuda financeira de R$ 7 bilhões. Caso contrário, cerca de 15 Estados poderiam decretar situação de calamidade nas finanças.

Bovespa 

A Bovespa enfrentou instabilidade, mas acabou por recuperar nesta quarta-feira uma pequena parte da perda de 3,01% da véspera. O Índice Bovespa fechou em alta de 0,42%, aos 57.059,46 pontos, com R$ 6,7 bilhões em negócios. O noticiário do dia foi escasso, o que manteve os investidores concentrados nas preocupações com o ritmo lento de crescimento da economia global, a poucos dias das reuniões do Federal Reserve e do Banco do Japão. As bolsas americanas chegaram a ensaiar uma recuperação na primeira metade do dia, mas voltaram a cair à tarde, o que limitou o avanço das ações no Brasil.

As ações da Petrobras fecharam com ganhos de 0,88% (ON) e de 0,77% (PN), apesar de uma nova rodada de queda dos preços do petróleo. Ontem, esses papéis haviam caído 7,61% e 6,74%, respectivamente. A recuperação, na contramão da desvalorização da commodity, é favorecida pelo noticiário mais favorável à companhia nas últimas semanas, principalmente no que diz respeito ao plano de desinvestimento. Segundo fontes ouvidas pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, a estatal deve voltar na próxima semana ao mercado de dívida externa, com emissão feita em euros.

As ações da Vale também se destacaram após fortes perdas na terça-feira. Entre as ações que compõem a carteira do Ibovespa, a maior alta ficou com Bradespar PN (acionista da Vale), que subiu 3,70%. Vale PNA subiu 2,24% e Vale ON avançou 2,27%.

Fora do Ibovespa, destaque para as ações da Eletrobras, que subiram 0,88% (ON) e 0,60% (PNB), após decisão publicada pelo Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) no Diário Oficial da União (DOU), que definiu em R$ 1,708 bilhão o novo preço mínimo de venda da distribuidora de energia elétrica Celg, da qual a Eletrobras possui 50,93% do capital social, o que, em tese favorece a venda da empresa.

Com o resultado de hoje, o Ibovespa acumula queda de 1,45% em setembro e alta de 31,63% em 2016. Os investidores estrangeiros retiraram R$ 432,487 milhões da bolsa na última segunda-feira, 12, quando o Ibovespa fechou em alta de 1,01%. No acumulado de setembro, a bolsa registra saldo negativo de R$ 188,12 milhões. Em 2016, há superávit de R$ 14,82 bilhões em recursos externos.

Taxas de juros 


Os juros futuros terminaram a sessão em queda, acompanhando o movimento das taxas dos Treasuries (títulos dos EUA), mas de forma bem mais moderada diante da piora das commodities, das bolsas e da alta firme do dólar ante o real. O noticiário doméstico, de poucos destaques, mais uma vez foi apenas monitorado.

Ao final da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) em janeiro de 2018 (147.965 contratos) encerrou em 12,63%, de 12,68% no ajuste de ontem. A taxa do DI janeiro de 2019 (258.035 contratos) caiu de 12,17% para 12,10%. O DI janeiro de 2021 (273.790 contratos) fechou em 12,20%, de 12,26%. O DI janeiro de 2023 (65.875 contratos) passou de 12,44% para 12,42%.

À tarde, os principais contratos reduziram o ritmo de queda, que pela manhã já não era tão firme, na medida em que o ambiente externo ficou mais cauteloso. Os preços do petróleo voltaram a ceder mais de 2%, as bolsas norte-americanas inverteram o sinal positivo e passaram a recuar, enquanto o dólar manteve-se valorizado ante parte das moedas emergentes, principalmente o real e o peso mexicano.

Mas o recuo dos yields dos Treasuries, desde a manhã, acabou garantindo um fechamento em baixa das taxas futuras, que devolveram, no entanto, uma parte muito pequena do que haviam subido na sessão de ontem, já que a cautela sobre a atuação dos bancos centrais das economias centrais prevalece. Adicionalmente, começou a pesar a expectativa com a corrida presidencial nos EUA. Nova pesquisa mostrou o candidato republicano, Donald Trump, à frente da democrata Hillary Clinton em Ohio. O Estado é considerado um dos cruciais na disputa pela Casa Branca. Às 16h34, o juro da T-note de 10 anos estava 1,694%, ante 1,712% no final da tarde de ontem.

Por aqui, as incertezas fiscais permanecem como um entrave para um alívio maior dos prêmios, com o investidor de olho agora na discussão sobre a situação dos Estados.

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