Dólar fecha dia a R$ 4,10, maior cotação em oito meses
Ambiente político conturbado e guerra comercial são fatores que influenciam alta
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Com o ambiente político conturbado, o dólar acelerou o ritmo de alta, chegando a registrar R$ 4,11 na máxima, em alta de 1,91%. Ao fim do pregão desta sexta-feira, a moeda americana marcou R$ 4,10, com elevação de 1,60%. É a maior cotação de fechamento do dólar no País desde 19 de setembro de 2018. Na ocasião, a moeda fechou o dia a R$4,13, depois da notícia de que, durante as eleições presidenciais, Paulo Guedes estudava a criação de um novo imposto nos moldes da CPMF.
Embora a sessão de hoje tenha sido marcada por fortalecimento global da moeda americana por conta da guerra comercial entre EUA e China, o real esteve entre os piores desempenhos das divisas emergentes, evidenciando o peso de fatores domésticos sobre a formação da taxa de câmbio. No mercado de ações, o Ibovespa amargou o terceiro pregão consecutivo de queda, perdendo o nível dos 90 mil pontos. O principal índice de ações do País terminou a sexta-feira aos 89,992,73 pontos, em baixa de 0,04%.
Segundo operadores do mercado, a sequência de notícias políticas negativas e a deterioração das expectativas econômicas levaram os investidores a adotar uma postura mais defensiva, migrando para o dólar.
No exterior, os mercados acompanham os desdobramentos da disputa entre chineses e norte-americanos. Segundo o Instituto de Finanças Internacionais (IIF, na sigla em inglês), o aprofundamento das tensões comerciais nesta semana provocou a maior fuga de recursos de investidores estrangeiros das bolsas da China desde 2015.
Nesse período, foram retirados do mercado acionário chinês US$ 2,76 bilhões, que se somaram à saída líquida de US$ 2,56 bilhões na semana anterior, totalizando US$ 5,32 bilhões em apenas 15 dias. Ontem, o dólar à vista fechou cotado a R$ 4,0357, no maior valor desde setembro de 2018, e a Bolsa caiu 1,75%, chegando aos 90.024 pontos.