Dólar fecha em baixa com desvalorização de 0,61%
Moeda americana terminou o dia cotada a R$ 3,50
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O petróleo subiu em Londres e em Nova Iorque, após o banco Goldman Sachs afirmar que o mercado global da commodity "provavelmente" entrou em situação de déficit em maio, diante da demanda forte e do recuo na produção. A instituição também elevou suas projeções para os preços dos contratos. Somado a isso, circularam notícias sobre a queda na produção da Nigéria e sobre a possibilidade de que o mesmo ocorra em breve na Venezuela.
A moeda americana à vista registrou ganho apenas no início da jornada, quando marcou a máxima de R$ 3,5319 (+0,14%). Logo depois, migrou para o negativo ante o real e por lá ficou até o fim da sessão. Na mínima do dia, às 15h49, o dólar à vista foi cotado a R$ 3,4955 (-0,89%). Da máxima para esta mínima, a moeda oscilou -1,03%. Profissionais ouvidos pelo Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, chamaram a atenção para o giro baixo no dia, tanto no segmento à vista quanto no futuro.
Bovespa
Em meio à escassez de notícias no cenário doméstico, a Bovespa buscou no cenário internacional o estímulo para uma recuperação, mas acabou terminando o pregão estável, aos 51.802,92 pontos. O volume de negócios somou R$ 7,66 bilhões, inflado pelo exercício de opções sobre ações, que movimentou pouco mais de R$ 2 bilhões.
A alta do petróleo impulsionou as ações da Petrobras, que ajudaram a sustentar a bolsa brasileira no positivo na maior parte do tempo. Ao final do dia, Petrobras ON e PN avançaram 3,47% e 3,07%, respectivamente.
Por outro lado, as ações do setor bancário pesaram para o lado negativo, principalmente após notícia da Serasa de que a inadimplência nas contas de água, luz e gás bateram recordes em março. O Ifinanceiro, índice da BM&FBovespa que reúne somente ações de empresas do setor financeiro, previdência e seguros, fechou na mínima do dia, em queda de 1,12%. Os destaques de baixa nesse grupo ficaram com BB Seguridade on (-3,61%), Porto Seguro ON (-2,70%), Bradesco PN (-1,75%) e Itaú Unibanco PN (-1,53%).
Entre as ações que fazem parte do Ibovespa, as maiores quedas foram de Metalúrgica Gerdau PN (-7,60%) e Gerdau PN (-6,67%), influenciadas pela notícia do indiciamento do empresário André Gerdau, investigado da Operação Zelotes. Na outra ponta, a maior alta do índice ficou com JBS ON, que disparou 16,38% em reação à elevação da recomendação de compra feita por uma instituição estrangeira.
Taxas de juros
Os juros futuros deram sequência nesta segunda-feira ao movimento de alta moderada que pautou os negócios na sessão anterior, ainda à espera da confirmação dos demais integrantes da equipe do ministro da Fazenda, Henrique Meirelles. O mercado segue otimista sobre os nomes escolhidos por Meirelles, principalmente com a possibilidade de Ilan Goldfajn, economista do Itaú Unibanco, assumir o comando do Banco Central, mas aguarda a oficialização por parte do ministro. Até por isso, a liquidez nesta segunda-feira foi extremamente baixa.
Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) com vencimento em janeiro de 2017 marcou 13,600%, de 13,575% no ajuste da sexta-feira. O DI janeiro de 2018 avançou de 12,63% para 12,67% e o DI janeiro de 2021, de 12,19% para 12,27%.
"O mercado hoje teve uma sessão esvaziada, sem notícias relevantes e com o adiamento do anúncio sobre quem será o presidente do Banco Central. A expectativa sobre Ilan Goldfajn continua. Mas, com poucos players atuando, quem tem lote acaba prevalecendo", disse o operador de renda fixa da Renascença Thiago Castellan.
Meirelles anunciará a sua equipe e dirigentes dos bancos públicos e do Banco Central somente amanhã às 11 horas e preferiu adiar o anúncio porque não teria conseguido fechar todos os cargos, segundo apurou o Broadcast, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado. À tarde, o ministro esteve reunido com o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, em uma "visita de cortesia", mas isso não chegou a balançar o mercado, que considera o encontro como parte do processo de transição no BC.
Os investidores também trabalham com a possibilidade de que Tombini ainda esteja à frente do Banco Central na reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) dos dias 7 e 8 de junho, já que o provável novo presidente do BC terá de ser sabatinado pelo Senado.
Enquanto o mercado aguarda os nomes da equipe, a expectativa de aprovação das medidas cruciais para o ajuste fiscal pelo Congresso tem sido colocada à prova, diante das primeiras críticas de "aliados" à proposta de reforma da Previdência e ao relançamento da CPMF. A pressão parte, principalmente, do presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, e do deputado Paulo Pereira da Silva (SD-SP), da Força Sindical.