Dólar fecha em queda com alívio político e melhora externa

Dólar fecha em queda com alívio político e melhora externa

Moeda americana ficou cotado em R$ 3,38 nesta segunda-feira

AE

Dólar fecha em queda com alívio político e melhora externa

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O dólar fechou em queda frente ao real nesta segunda-feira, direcionado pelo alívio na política e cenário mais favorável ao risco no exterior. Num movimento que ganhou força à tarde, o dólar negociado à vista no balcão fechou em baixa de 0,62%, aos R$ 3,3863. De acordo com dados registrados na clearing da BM&F Bovespa, a movimentação no mercado somou US$ 797,862 milhões. Já no segmento futuro, o contrato de dólar para dezembro encerrou em queda de 0,97%, aos R$ 3,3860, com giro total de US$ 12,771 bilhões.

O dia de trégua no turbilhão político do País abriu caminho para recuo do dólar frente ao real. A leitura entre os profissionais de mercado é que diminuíram os riscos para o governo de Michel Temer e, com isso, houve espaço para retomada da confiança no ajuste fiscal. No entanto, o ambiente de negócios ainda é de apreensão com possíveis surpresas, principalmente, aquelas vindas da Operação Lava Jato, o que afastou investidores do mercado e reduziu o volume de negócios. O alívio político veio de duas frentes que, na semana passada, trouxeram tensão para o mercado e levaram o dólar à forte alta na sexta-feira.

Uma delas foi tom mais ameno adotado pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, depois de acusar o presidente Temer de tráfico de influência para favorecer interesses pessoais do ex-ministro da Secretaria de Governo Geddel Vieira Lima. Em entrevista, Calero confirmou que gravou conversas com Temer, mas ressaltou que isso ocorreu em "apenas uma única conversa protocolar", minimizando preocupações de que os áudios poderiam conter provas contra o peemedebista.

Também foi bem recebido pelos agentes de câmbio o pacto entre Temer e os presidentes do Poder Legislativo, Renan Calheiros (Senado) e Rodrigo Maia (Câmara), para barrar proposta de anistia a crimes de caixa 2 em campanhas eleitorais no pacote anticorrupção. A anistia, caso aprovada, seria vista como potencial fagulha para estourar protestos pelo País, o que dificultaria o trabalho do governo para aprovar medidas impopulares, com a reforma previdenciária.

O ambiente externo também favoreceu ativos de mercados emergentes, como o real. O avanço dos contratos futuros de petróleo abriu caminho para um desempenho positivo entre os emergentes. No final da tarde, a queda do dólar frente ao peso mexicano era de 0,19% e o Dollar Index recuava 0,15%. Hoje, nas mínimas, o dólar à vista chegou aos R$ 3,3836.

Bovespa

Mesmo com as bolsas americanas em queda, o Ibovespa começou a semana em alta firme, encostando nos 63 mil pontos nesta segunda-feira, e no nível mais elevado desde o dia 9 de novembro, após a divulgação do resultado da eleição nos Estados Unidos. Os argumentos para o justificar o avanço, que se consolidou somente no período da tarde, foram o bom desempenho das commodities, que ajudou papéis da Petrobras, Vale e siderúrgicas, e também o avanço do setor financeiro. A notícia de que os líderes do Executivo e Legislativo fecharam um acordo para barrar a anistia ao caixa 2 no pacote anticorrupção foi considerada positiva, mas não a ponto de dissipar as incertezas do quadro político.

O Ibovespa fechou com 62.855,49 pontos, alta de 2,11%. Na máxima, já nos ajustes finais, marcou 62.934,36 pontos (+2,23%). Na mínima, caiu 0,52%, aos 61.240 pontos. O volume somou R$ 6,452 bilhões. Com o resultado, as perdas no mês foram reduzidas de -5,18% para -3,19%. Em 2016, a bolsa tem ganho de 45,00%. Em Nova Iorque, às 18h23, Dow Jones caía 0,21% e S&P 500 cedia 0,38%, após na semana passada terem renovado recordes de pontuação. "O cenário político e econômico não inspira muita confiança. O resto são boas notícias corporativas e as commodities", resumiu o operador da mesa institucional da Renascença, Luiz Roberto Monteiro, para explicar a bolsa.

Após uma manhã de instabilidade, alternando pequenas altas e baixas, a bolsa ganhou tração à tarde, quando os preços do petróleo aceleraram o avanço. O desempenho da commodity, por sua vez, esteve atrelado à expectativa para a reunião da Opep, na quarta-feira, em torno do fechamento de um acordo para corte da produção. O petróleo WTI na Nymex fechou com valorização de 2,21%.

As ações da Petrobras se beneficiaram dos ganhos do petróleo, mas não subiram no mesmo ritmo. Petrobras PN e ON fecharem com altas de 1,05% e 0,28%, respectivamente. Alguns players também adotaram alguma cautela sobre um possível acordo na reunião da Opep, pelo histórico de não cumprimento das cotas pelos produtores.

Em compensação, as ações da Vale começaram a semana ampliando os ganhos já exuberantes das últimas sessões. Não somente o preço do minério avançou de novo (1,3%), como também animou o mercado a expectativa de que a companhia pode anunciar amanhã, em encontro com investidores e analistas em Nova York (Vale Day), que não vai se desfazer mais de ativos, e que deve distribuir dividendos. Vale PNA encerrou em +6,34% e Vale ON, +7,30%.

Ajudou ainda a carregar a bolsa o setor financeiro, que subiu em bloco. O índice financeiro avançou 1,79%. O destaque foi BB ON (+4,60%), após o presidente do banco, Paulo Rogério Caffarelli, afirmar que vai continuar perseguindo a redução de custos operacionais na instituição. Itaú Unibanco ON avançou 2,12%.

Taxas de juros

Os juros futuros de longo prazo fecharam nesta segunda-feira, em baixa, refletindo a diminuição da tensão dos investidores com o cenário político doméstico, além do recuo do dólar. Na política, foi bem recebida a resposta do governo para barrar proposta de anistia a crimes de caixa 2 no Congresso. A leitura é a de que ela deve ajudar a reduzir a insatisfação popular com o governo, o que ajudaria o avanço do ajuste fiscal. A queda das taxas também esteve sintonizada com uma devolução de rendimentos dos Treasuries nos Estados Unidos.

No trecho curto da curva a termo, as taxas fecharam praticamente estáveis. Os investidores mantiveram as apostas, majoritárias, de corte de 0,25 ponto porcentual da Selic na próxima quarta-feira, quando sai o anúncio do Comitê de Política Monetária (Copom).

O dia já começou com trajetória de baixa para os juros. "Houve amenização da pressão", destacou Matheus Gallina, trader de renda fixa da Quantitas Asset, lembrando que as declarações vindas de Brasília desde sábado reduziram a "incerteza elevada" embutida nos preços na sexta-feira. Além do anúncio do presidente Michel Temer, ao lado dos presidentes da Câmara e do Senado, de que vetará a anistia a caixa 2, houve alívio com afirmações do ex-ministro da Cultura Marcelo Calero, indicando que o teor de gravações que tem de conversas com integrantes do governo não seria tão comprometedor quanto o antecipado pelo mercado.

À tarde, as taxas longas intensificaram o movimento, acompanhando desvalorização do dólar ante o real em reação ao fortalecimento do petróleo no exterior. A commodity se apoiou nas expectativas de que a Opep chegue a acordo para estabilizar as cotações.

Ao término da sessão regular, o contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2017 apontava 13,620%, ante 13,636% no ajuste de sexta-feira. O DI para janeiro de 2018, 12,12% e o para janeiro de 2019, 11,68%, de 12,16% e 11,76%, respectivamente. O DI para janeiro de 2021 tinha taxa de 11,91%, de 12,06% no ajuste anterior.

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