Dólar fecha o dia em queda, a R$ 5,18, e Ibovespa tem 6ª alta seguida

Dólar fecha o dia em queda, a R$ 5,18, e Ibovespa tem 6ª alta seguida

Resultado é favorecido por aceno do governo à responsabilidade fiscal e resposta a ataques aos Três Poderes, em Brasília

R7

Dólar volta a ficar em alta

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Na tarde desta quarta-feira, o dólar confirmou suas perdas e encerrou o dia abaixo dos R$ 5,20, com os investidores reagindo bem aos acenos da ala econômica do governo à responsabilidade fiscal. O Ibovespa fechou em alta pelo sexto pregão seguido, a 112.294,38 pontos, de acordo com dados preliminares. 

Enquanto a queda da moeda americana ainda repercute a forte resposta das autoridades brasileiras aos ataques contra as sedes dos Três Poderes, em Brasília, no domingo (8), o bom resultado do Ibovespa, o índice de referência do mercado acionário brasileiro, é endossado por Wall Street.

A alta foi de 1,33%, e o volume financeiro somava R$ 23,6 bilhões. As petrolíferas 3R Petroleum e Prio ficaram entre os destaques positivos, beneficiadas pelo forte avanço do petróleo no exterior.

O dólar à vista caiu 0,40%, a R$ 5,1813 na venda, renovando a mínima de encerramento desde 23 de dezembro (R$ 5,1655), depois de, na véspera, já ter recuado mais de 1%. A moeda, que trocou de sinal várias vezes na manhã, começou a registrar perdas mais acentuadas por volta das 14h30, pouco depois de Simone Tebet, a ministra do Planejamento e Orçamento, anunciar que o economista Gustavo Guimarães, que foi secretário do ex-ministro Paulo Guedes no Ministério da Economia, será o número 2 da pasta.

Análise do mercado

Além disso, Tebet disse que o Planejamento será a "pasta dos 'nãos'", pois vai barrar as medidas do governo que violem a Lei de Responsabilidade Fiscal. "O mercado recebeu super bem essa informação, foi responsável por essa queda do dólar à tarde", disse Alexandre Viotto, head de banking da EQI Investimentos.

Segundo agentes financeiros, a presença, na equipe econômica do governo, de autoridades vistas como mais conservadoras do ponto de vista fiscal que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, bem como os comentários alinhados à responsabilidade na administração das contas públicas, é um alento para os mercados.

"Mas a gente vai monitorar para ver até que ponto a ala econômica do governo tem autonomia para poder tocar essa parte sem ingerência da parte política, como do presidente (Lula)", ponderou Viotto.

Para além do anúncio de Tebet, "algo que ajudou bastante nessa melhora do preço dos ativos brasileiros, por incrível que pareça, foi o que aconteceu no final de semana em Brasília", disse o especialista. Ele afirmou que a forte reação das instituições democráticas brasileiras aos ataques no domingo ajudou a consolidar, entre os investidores estrangeiros, a percepção de "um nível de governança muito bom" no Brasil.

Soma-se a isso o grande diferencial de juros entre o Brasil e outras economias, completou Viotto. A taxa Selic está atualmente em 13,75%, um patamar elevado, que torna o real atraente para estratégias de "carry trade", que consistem na tomada de empréstimo em país de juro baixo e aplicação desses recursos em um mercado mais rentável.

No exterior, o índice do dólar contra uma cesta de moedas rondava a estabilidade, com investidores à espera da divulgação, na quinta-feira, de dados de inflação norte-americanos. A expectativa no mercado é de que os números mostrarão desaceleração no aumento dos preços, o que alimentaria apostas num abrandamento do ciclo de aperto monetário do Federal Reserve, o banco central dos Estados Unidos.

No entanto, uma leitura acima do esperado teria o efeito oposto e, provavelmente, impulsionaria a moeda desse país contra a maioria de seus pares, uma vez que custos de empréstimo mais altos por lá costumam atrair recursos para a maior economia do mundo.

"O cenário global tem sido menos desfavorável para o real, já que os preços das commodities permanecem praticamente estáveis, ​​e o dólar, mais fraco", disse o Citi em relatório, nesta quarta. No entanto, o banco norte-americano ponderou que a incerteza do cenário doméstico está crescendo gradativamente, em meio à falta de detalhes da equipe econômica sobre qual será a nova âncora fiscal do Brasil. "Detalhes futuros podem reduzir a incerteza, mas a flexibilização fiscal recentemente aprovada pode dificultar uma potencial valorização do real."


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