Dólar termina o dia em baixa de 0,72%, a R$ 5,34

Dólar termina o dia em baixa de 0,72%, a R$ 5,34

Bolsa fechou em alta de 1,49% nesta segunda-feira, aos 104.426,37 pontos, perto da máxima do dia

AE

Real teve o melhor desempenho nesta segunda em uma cesta de 34 divisas internacionais

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O real teve o melhor desempenho nesta segunda em uma cesta de 34 divisas internacionais, em meio ao otimismo com o avanço da vacina para o coronavírus, da possível nova proposta para a criação de um fundo trilionário na Europa e da reforma tributária no Brasil, que levou o Ibovespa a superar os 104 mil pontos. Após uma manhã volátil, a moeda americana firmou queda nos negócios da tarde, sobretudo após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmar que uma vacina sairá "muito em breve".

Após subir 1,1% na semana passada, o dólar à vista fechou a segunda-feira em baixa de 0,72%, a R$ 5,3417. No mercado futuro, o dólar para agosto era negociado em queda de 0,69% às 17h, cotado em R$ 5,3510.

Operadores destacam que também ajudou a retirar pressão do câmbio o superávit comercial de US$ 1,759 bilhão registrado pelo Brasil na terceira semana de julho (de 13 a 19). Com isso, o saldo positivo acumulado no mês atingiu US$ 4,7 bilhões. Com fuga de recursos estrangeiros do mercado financeiro, operadores ressaltam que é pelo canal comercial que tem entrado primordialmente dólares no Brasil e hoje houve novos relatos de fluxo positivo.

O economista da Advanced Corretora de Câmbio, Alessandro Faganello, ressalta que o aumento da esperança para a vacina contra o covid aliado a expectativa do fundo europeu ajudam a estimular a busca por ativos de risco, na véspera do dia em que o governo prometeu entregar sua proposta de reforma tributária no Congresso, nesta terça-feira.

Os analistas do banco americano JPMorgan avaliam que é positiva a tentativa do governo e Congresso de buscar algum avanço das medidas tributárias e que isso pode melhorar a "narrativa de curto prazo" para o Brasil. Mas o JP se mostrou cético de que o governo vai conseguir aprovar uma "ampla reforma" em 2020 e mesmo em 2021. Para a consultoria norte-americana Eurasia, a tributária pode andar na Câmara este ano, mas a aprovação no Senado deve ficar para 2021.

No mercado internacional de moedas, o dólar teve um dia de enfraquecimento quase que generalizado. O DXY, índice que mede o comportamento da moeda americana ante divisas fortes, chegou a testar os menores valores desde março, enquanto o euro, amparado pela perspectiva de criação do fundo europeu, subiu para as máximas em 19 semanas, de acordo com o banco Western Union. A expectativa também é de avanço para um novo pacote fiscal nos Estados Unidos.

No câmbio brasileiro, os economistas do Rabobank mantiveram a projeção de real enfraquecido, com dólar em R$ 5,45 em dezembro e R$ 5,10 ao final de 2021. O banco destaca que indicadores têm sugerido que a atividade econômica brasileira pode estar se recuperando mais rapidamente, mas a previsão por enquanto foi mantida em contração de 7,3% este ano.

Ibovespa

Nesta segunda-feira, o Ibovespa emendou a segunda sessão em alta e o quinto fechamento consecutivo na casa de seis dígitos, tendo permanecido acima dos 100 mil pontos em seis dos sete encerramentos desde o último dia 10, em sequência não vista desde a virada de fevereiro para março quando as ações na B3 acentuavam a correção iniciada na quarta-feira de cinzas, em momento no qual a disseminação do coronavírus fora da China passou a preocupar. Nesta primeira sessão da semana, o índice mostrou fôlego para fechar o dia bem perto da máxima, renovada nos minutos finais.

Assim, o Ibovespa escala um degrau novo em sua recuperação desde as mínimas de março, em alta nesta segunda-feira de 1,49%, aos 104.426,37 pontos, com máxima a 104.438,58 pontos. O nível de fechamento permanece como o melhor desde 4 de março, então aos 107.224,22 pontos - no intradia, a máxima de hoje se mantém como a maior desde 5 de março (107.216,56 na abertura daquela sessão). No mês, o Ibovespa acumula ganho de 9,86%, superando os avanços observados ao longo de junho (+8,76%) e de maio (+8,57%), aproximando-se agora do resultado de abril (+10,25%). No ano, as perdas caíram para a casa de um dígito (-9,70%).

Entre as referências de Nova Iorque, o desempenho do Ibovespa nesta segunda-feira foi superado pelo Nasdaq, que apontava ganho de 2,51%, com Dow Jones em leve alta de 0,03% e o S&P 500, de 0,84% no fechamento. Em dia de vencimento de opções sobre ações, o giro financeiro foi moderadamente reforçado na B3, a R$ 39,2 bilhões no encerramento, com o Ibovespa tendo chegado na mínima a 102.744,25 pontos, saindo de 102.887,60 na abertura.

Destaque nesta segunda-feira para ações do setor de consumo, como Via Varejo (+7,35%) e Magazine Luiza (+6,10%), que dividiram a ponta do Ibovespa com ações de telecom - TIM (+7,35%) e Telefônica Brasil (+5,99%) -, após as duas empresas mais a Claro terem apresentado proposta para aquisição do negócio móvel do Grupo Oi, que está em recuperação judicial. No lado oposto, Sabesp cedeu hoje 1,99%, seguida por Fleury (-1,51%).

"Há uma combinação de quatro fatores que contribuem para sustentar as ações: sinais de progresso sobre as vacinas, especialmente a da Universidade de Oxford; o início positivo da temporada de balanços de empresas de tecnologia nos EUA; a retomada da discussão da reforma tributária no Congresso brasileiro; e a perspectiva de aprovação de novos estímulos fiscais no Congresso americano", diz Renato Chain, economista da Parallaxis Economia. A expectativa de que a União Europeia consiga superar as divisões internas em direção a um entendimento sobre pacote de 1,8 trilhão de euros contra os efeitos econômicos da pandemia também contribuiu para o ânimo dos investidores nesta sessão, observa Chain.

Taxas de Juros

Em linha com o otimismo visto nos demais ativos, os juros futuros passaram boa parte desta segunda-feira em queda, mas o movimento, que não teve respaldo de liquidez, acabou perdendo força na reta final dos negócios e só as taxas intermediárias conseguiram terminar em baixa. As demais encerraram de lado. O bom humor que ditou o ritmo durante a sessão foi sustentado tanto pelo exterior, após notícias positivas sobre testes de vacinas contra o coronavírus e esperança de mais pacotes de estímulos de liquidez na Europa e nos Estados Unidos, quanto por fatores domésticos, nesta véspera de entrega da primeira parte do projeto de reforma tributária do governo ao Congresso.

A taxa do contrato de Depósito Interfinanceiro (DI) para janeiro de 2022 caiu de 2,952% para 2,92%. A taxa do DI para janeiro de 2025 fechou estável em 5,49%. O DI para janeiro de 2027 encerrou com taxa de 6,31%, de 6,29% no último ajuste.

Com a agenda e noticiários locais relativamente fracos nesta segunda-feira, o investidor olhou para o exterior onde os testes de vacinas produzidos por diferentes laboratórios e Universidades têm mostrado resposta imunológica positiva, o que alimenta a esperança sobre um fim mais próximo do isolamento social e de reabertura das economias num prazo mais curto. "São notícias com potencial para afastar o risco de se prolongar as quarentenas e as medidas de expansão fiscal e, por isso, a curva está fechando", afirmou o economista-chefe da Parallaxis, Rafael Leão, acrescentando que o câmbio menos pressionado também ajudou.

Como pano de fundo, o cenário político, embora não tenha tido novidades, ajudou no clima ameno diante da expectativa com o projeto de reforma tributária que o ministro da Economia, Paulo Guedes, prometeu para amanhã. "Há dúvidas sobre qual reforma será apresentada, se haverá de fato a simplificação de tributos e alta de impostos, mas só de o fato de o projeto estar caminhando e para ser apresentado já é algo muito positivo", disse Leão.

O Executivo leva nesta terça-feira sua proposta ao Legislativo e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que amanhã mesmo está prevista reunião para analisar o texto. Ele reiterou que a discussão será feita em conjunto com os senadores. Segundo Maia, se apenas a proposta do governo tiver condições de avançar para ser votada já será um progresso. "O importante é que a gente avance e dê melhores condições tributárias para aqueles que querem investir no País."


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