Desastres naturais e inflação aumentaram custos dos seguros em 2022

Desastres naturais e inflação aumentaram custos dos seguros em 2022

Valores de indenização por catástrofes naturais ultrapassaram os US$ 100 bilhões pelo segundo ano consecutivo

AFP

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Os desastres naturais aumentaram os custos das seguradoras em 2022 e a inflação as tornou ainda mais caras, revelou a resseguradora Swiss Re nesta quarta-feira. Os custos, em constante aumento por 30 anos, podem continuar subindo devido às mudanças climáticas, alertou a Swiss Re.

Os prejuízos econômicos causados por desastres naturais atingiram US$ 275 bilhões em 2022, uma queda de 5,8% em relação aos US$ 303 bilhões em 2021, disse o grupo de seguradoras com sede em Zurique. Mas os danos cobertos pelas seguradoras aumentaram 3,3% em relação a 2021, fixando-se em US$ 125 bilhões, devido em parte a uma "inflação excepcional", disse Martin Bertogg, diretor de cobertura de catástrofes, citado no comunicado.

Este é o segundo ano consecutivo em que os valores de indenização por catástrofes naturais ultrapassaram os US$ 100 bilhões, disse a Swiss Re. A inflação aumentou os custos de indenização, principalmente para prédios, casas e veículos danificados por desastres naturais. O aumento dos custos de materiais e a escassez de mão de obra também levaram a custos mais altos para reparos em edifícios.

Nos Estados Unidos, o custo agregado de substituição de edifícios aumentou 40% em 2022 em relação ao início de 2020. "Embora a inflação possa cair, a crescente concentração de valor em áreas vulneráveis a catástrofes naturais continua sendo um fator-chave no aumento dos custos", disse Bertogg.

A Swiss Re destacou que houve uma tendência de aumento de 5% a 7% nos prejuízos médios anuais nos últimos 30 anos. "Esperamos que a tendência continue. O crescimento foi e será impulsionado pela gravidade crescente das perdas por catástrofes individuais (...) e um cenário de intensificação dos riscos devido às mudanças climáticas", decalrou a gigante dos resseguros.

 Furacão Ian 

O furacão Ian foi de longe o evento mais caro do ano passado, com perdas de seguros avaliadas em US$ 50 a 60 bilhões. A tempestade foi a segunda catástrofe natural mais cara para as seguradoras desde o furacão Katrina em 2005. Ian, um furacão de categoria 4, matou mais de 150 pessoas, quase todas na Flórida, destruiu bairros inteiros e deixou 4 milhões de pessoas sem energia.

Segundo o relatório, todas as regiões do mundo sofreram algum evento significativo. Em fevereiro de 2022, as tempestades Eunice, Dudley e Franklin no noroeste da Europa causaram juntas mais de US$ 4 bilhões em perdas de seguros.

A França teve sua maior perda anual (US$ 5 bilhões) com tempestades de granizo. As perdas globais por inundações ficaram acima da média, com o principal evento no leste da Austrália entre fevereiro e março de 2022. "Isso resultou em perdas de seguro de US$ 4,3 bilhões, o maior custo para uma catástrofe natural na Austrália", disse a Swiss Re. No Brasil, as chuvas ficaram abaixo da média e afetaram as colheitas, principalmente de soja e milho, gerando perdas de seguros de US$ 1 bilhão.

 


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