Em dia de forte valorização do real, dólar fecha em baixa, em R$ 5,21

Em dia de forte valorização do real, dólar fecha em baixa, em R$ 5,21

Bolsa terminou terça-feira em baixa de 0,11%, a 104.309,74 pontos, ainda acumulando 9,74% no mês

AE

No exterior, dólar caiu para o menor patamar desde março

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O real teve dia de forte valorização, e foi a moeda com melhor desempenho internacional ante o dólar. O movimento foi reflexo de uma conjunção de fatores externos e internos. Nas notícias domésticas, a moeda norte-americana bateu mínimas, na casa dos R$ 5,16, o menor nível desde o começo de junho, durante a solenidade no Congresso em que o ministro Paulo Guedes entregou a proposta de reforma tributária do governo ao Senado. No exterior, o dólar caiu para o menor patamar desde março em meio à aprovação do fundo bilionário de recuperação na Europa e do noticiário positivo sobre testes para vacinas contra o coronavírus. Operadores relataram ainda perspectiva de ingresso de capital por conta de captações corporativas.

Nesse ambiente, o dólar no mercado à vista caiu 2,44% e encerrou em R$ 5,2113, menor cotação desde 23 de junho. No mercado futuro, o dólar para agosto terminou em baixa de 2,51%, em R$ 5,2060 às 17h. Após a cerimônia no Senado, investidores recompuseram posições, com o nível de R$ 5,16 atraindo compradores, e a queda do dólar, que havia superado 3%, passou para a casa dos 2,3%.

A simplificação do regime proposto pela reforma tributária do governo é "muito bem vinda", mesmo sem gerar receitas, avalia o diretor e economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, que participou de live nesta tarde do Estadão. "A carga tributária é extraordinariamente alta no Brasil", afirmou ele, que destacou ainda que o sistema tributário brasileiro é ineficiente e gera distorções. "O Brasil tributa muito e gasta mal."

Para o economista do Goldman, apesar do empenho em avançar com a reforma tributária, a necessidade mais urgente do Brasil será prosseguir com a reforma fiscal, na medida em que o País já começou a pandemia com contas fiscais deterioradas. "O Brasil já tinha um problema sério, estava atrasado na agenda", disse ele. "A situação fiscal que já era precária, vai ficar ainda mais vulnerável. As reformas fiscais se tornaram mais importantes e urgentes." No exterior, a imagem do Brasil não está muito positiva, disse ele.

No exterior, o DXY, índice que mede o dólar ante moedas fortes, operou hoje no menor nível desde março. O euro se valorizou, atingindo as máximas em seis meses, após a União Europeia conseguir aprovar o fundo bilionário, após dias de negociações e impasses. "O dólar é empurrado para novas baixas enquanto o apetite por risco ganha fôlego", avalia o analista de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. "Um acordo histórico foi alcançado", afirmaram os analistas do grupo financeiro holandês ING sobre o fundo de recuperação europeu, que teve quatro dias de controversas negociações.

Ibovespa

Numa terça-feira sem direção única em Nova Iorque, o Ibovespa fez pausa na escalada que o trouxe do fundo do abismo de março para níveis mais próximos aos que prevaleciam antes da pandemia, sustentando os 104 mil pontos, sem reação significativa à proposta, amplamente antecipada pelo governo, para a reforma tributária. Assim, alguns segmentos com ganhos acumulados, como o de varejo (Magazine Luiza -3,10% na sessão), passaram por realização, enquanto o noticiário corporativo deu direção a papéis como os da Vale (-1,81%), em baixa após a divulgação, ontem à noite, de dados mistos sobre produção e vendas, que também colocaram em terreno negativo as ações de siderurgia (CSN -1,77%).

Ao final de uma sessão em que oscilou entre mínima de 103.732,33 e máxima de 105.449,23 pontos, o índice de referência da B3 apontava leve baixa de 0,11%, aos 104.309,74 pontos, saindo de 104.426,49 na abertura. O giro financeiro foi moderadamente elevado, a R$ 33,0 bilhões. Nestas duas primeiras sessões da semana, o Ibovespa avança 1,38%, com perdas no ano a 9,80%. No mês, o Ibovespa sustenta até aqui ganho de 9,74%, acima dos acumulados em junho e maio (8,76% e 8,57%, respectivamente), e não muito distante da força observada em abril (10,25%), no que foi seu melhor resultado para o mês desde 2009 (15,55%).

Em dia de petróleo em alta e de divulgação de dados da ANP sobre a produção da estatal (em alta de 9,2% em junho), as ações da Petrobras contribuíram para dar equilíbrio ao Ibovespa na sessão, em alta de 2,77% na PN e de 2,09% na ON no encerramento do dia. O segmento de bancos, outro peso-pesado do índice, também teve desempenho positivo, com destaque para Santander (+2,81%) e Bradesco PN (+2,70%), um pouco abaixo do observado nesta tarde, quando o Ibovespa conseguia sustentar leve ganho.

"Seria um dia para fogos de artifício, mas o mercado já tinha precificado em grande medida a proposta do governo para a reforma tributária, que em verdade é bem restrita, limitada - está mais para uma não-reforma. A tendência é de que olhe mais para o que já estava na Câmara e no Senado, como a proposta do Appy. A questão agora é saber qual será o grau de ambição para mudar o sistema tributário", diz Pedro Paulo Silveira, economista-chefe da Nova Futura.

Na ponta negativa do Ibovespa, Qualicorp fechou em baixa de 6,41%, no dia em que sócio-fundador da empresa, José Seripieri Jr, foi preso em operação que investiga o senador José Serra (PSDB-SP) por caixa 2 na campanha eleitoral de 2014 - a empresa de planos de saúde teria repassado de forma irregular R$ 5 milhões ao candidato.

"O Ibovespa conseguiu atingir alguns alvos importantes e que mostram sua força, considerando que hoje bateu nos 105 mil - agora, só faltam os 107 mil pontos, outro ponto de resistência importante neste momento. Acredito que teremos uma certa lateralização", diz Fernando Góes, analista gráfico da Clear. "Vejo os papéis de consumo, que já estão subindo há algum tempo, um pouco esticados, e os bancos com performance boa", acrescenta. "O mercado deve continuar subindo lentamente, e o que devemos ver são algumas altas se intercalando entre setores."

Taxas de Juros

O real teve dia de forte valorização, e foi a moeda com melhor desempenho internacional ante o dólar. O movimento foi reflexo de uma conjunção de fatores externos e internos. Nas notícias domésticas, a moeda americana bateu mínimas, na casa dos R$ 5,16, o menor nível desde o começo de junho, durante a solenidade no Congresso em que o ministro Paulo Guedes entregou a proposta de reforma tributária do governo ao Senado. No exterior, o dólar caiu para o menor patamar desde março em meio à aprovação do fundo bilionário de recuperação na Europa e do noticiário positivo sobre testes para vacinas contra o coronavírus. Operadores relataram ainda perspectiva de ingresso de capital por conta de captações corporativas.

Nesse ambiente, o dólar no mercado à vista caiu 2,44% e encerrou em R$ 5,2113, menor cotação desde 23 de junho. No mercado futuro, o dólar para agosto terminou em baixa de 2,51%, em R$ 5,2060 às 17h. Após a cerimônia no Senado, investidores recompuseram posições, com o nível de R$ 5,16 atraindo compradores, e a queda do dólar, que havia superado 3%, passou para a casa dos 2,3%.

A simplificação do regime proposto pela reforma tributária do governo é "muito bem vinda", mesmo sem gerar receitas, avalia o diretor e economista-chefe do Goldman Sachs para a América Latina, Alberto Ramos, que participou de live nesta tarde do Estadão. "A carga tributária é extraordinariamente alta no Brasil", afirmou ele, que destacou ainda que o sistema tributário brasileiro é ineficiente e gera distorções. "O Brasil tributa muito e gasta mal."

Para o economista do Goldman, apesar do empenho em avançar com a reforma tributária, a necessidade mais urgente do Brasil será prosseguir com a reforma fiscal, na medida em que o País já começou a pandemia com contas fiscais deterioradas. "O Brasil já tinha um problema sério, estava atrasado na agenda", disse ele. "A situação fiscal que já era precária, vai ficar ainda mais vulnerável. As reformas fiscais se tornaram mais importantes e urgentes." No exterior, a imagem do Brasil não está muito positiva, disse ele.

No exterior, o DXY, índice que mede o dólar ante moedas fortes, operou hoje no menor nível desde março. O euro se valorizou, atingindo as máximas em seis meses, após a União Europeia conseguir aprovar o fundo bilionário, após dias de negociações e impasses. "O dólar é empurrado para novas baixas enquanto o apetite por risco ganha fôlego", avalia o analista de mercados do banco Western Union, Joe Manimbo. "Um acordo histórico foi alcançado", afirmaram os analistas do grupo financeiro holandês ING sobre o fundo de recuperação europeu, que teve quatro dias de controversas negociações.


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