Ex-diretor do FMI, Rodrigo Rato é condenado a 4 anos e meio de prisão
Ex-chefe desviou dinheiro de bancos espanhóis que presidiu entre 2010 e 2012
publicidade
Eles foram acusados de desviar um total de mais de 12 milhões de euros entre 2003 e 2012, utilizando cartões bancários "ocultos" para pagar despesas estritamente pessoais, sem controle ou declarações às autoridades fiscais. Os gastos cobertos por esse dinheiro incluíram gasolina, compras em supermercados, viagens caras, compra de bolsas de luxo ou noitadas em boates.
O caso provocou um grande escândalo na Espanha, em plena crise econômica, especialmente porque estas irregularidades continuaram enquanto o Bankia passava por sérias dificuldades financeiras, terminando por ser salvo da falência por muito pouco em 2012. O Estado teve de injetar mais de 22 bilhões de euros de fundos públicos, precipitando um resgate bancário europeu de mais de 40 bilhões.
Contra a impunidade
Rato poderia escapar da prisão imediata, se recorrer desta decisão, como o fez o cunhado do rei da Espanha, Iñaki Urdangarin, que foi deixado em liberdade nesta quinta-feira depois de ser condenado na semana passada a mais de seis anos de prisão em um caso de corrupção. No entanto, a justiça espanhola decidiu em janeiro enviar para a prisão cinco ex-executivos de um banco de poupança, condenados a dois anos de prisão por peculato, a fim de não incentivar a "impunidade".
Atualmente com 67 anos de idade, Rato foi ministro da Economia do país e um dos pilares do Partido Popular (PP) de Mariano Rajoy, no poder na Espanha. Vice-presidente do governo de José Maria Aznar de 1996 a 2004, dirigiu o FMI depois de deixar o cargo e até 2007.
Este caso é apenas uma parte do enorme dossiê criminal do Bankia. Rato também está sendo processado por fraude, apropriação indevida de ativos corporativos, falsificação de documentos e uso de documentos falsificados.
Sua curta carreira de dois anos como banqueiro levou ao maior escândalo bancário da história da Espanha: a constituição controversa do Bankia por meio da fusão de bancos de poupança já em dificuldades, incluindo Caja Madrid, a sua entrada no mercado de ações desastrosa e alegada fraudes, e, por fim, a sua estatização forçada.
Durante o julgamento, Rato apresentou como "perfeitamente legal" o sistema de cartões não declarados, afirmando que o mesmo já existia antes de sua chegada à presidência do Bankia em 2010. Segundo a acusação, Rato manteve o "sistema corrupto" criado em 1999 pelo ex-presidente da Caja Madrid, Miguel Blesa, que, em seguida, foi reproduzido no Bankia.