FCDL-RS estima aumento de 1,5% no PIB e até R$ 4 bilhões a mais no comércio do RS com mais isenções do IR em 2025
Projeções foram feitas pela entidade em coletiva nesta quinta-feira em Porto Alegre

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A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do RS (FCDL-RS) estima um crescimento de 1,5% no PIB do Rio Grande do Sul no próximo ano, e o varejo, 2,2%, com limites superiores de 2,2% e 2,7%, respectivamente, mas apenas caso o Estado consiga ampliar sua capacidade de investimentos. Já o PIB do Brasil deverá aumentar 1,2%. Os dados foram apresentados pelo presidente da entidade, Vitor Augusto Koch, e o diretor e professor da Escola de Negócios da PUCRS, Gustavo Inácio de Moraes, nesta quinta-feira, em sua sede, em Porto Alegre.
Os números podem ser impactados principalmente pela perspectiva de aumento na isenção do Imposto de Renda, anunciado pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. “Estamos bastante esperançosos, especialmente neste pacote, onde haverá um incentivo a partir da tabela do IR para pessoas que recebem até R$ 5 mil. Este impacto pode gerar (um movimento de) até R$ 40 bilhões dentro do comércio no país, representando, no RS, de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões”, disse Koch.
Segundo ele, “quando há dinheiro novo, aumenta a probabilidade de negócios, principalmente de quitação de débitos antigos e melhoria na obtenção de crédito”. Setores individuais também que podem se beneficiar com esta ampliação da isenção incluem transportes, com potencial aumento de 19,3% nos investimentos das famílias, habitação (11,5%) e saúde e cuidados pessoais (10,1%), além de outros.
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Conforme Moraes, as enchentes tiveram grande impacto econômico em 2024 no Estado, tanto quanto em 2023, porém de maneira mais intensa. Os auxílios econômicos subsequentes “foram capazes de religar a economia, mas não de sustentar o ciclo econômico”, ao menos no comércio. Com isso, o setor no RS apresentou queda de 4,15% em setembro na comparação com os três meses anteriores, e 5,18% nos seis meses anteriores.
No entanto, no comparativo com os últimos 12 meses, houve um crescimento de 9,44%. Os dados são do IBGE. Já o comércio ampliado, que inclui, conforme o instituto, veículos, motos, partes e peças; material de construção; e atacado especializado em produtos alimentícios, bebidas e fumo, cresceu 11,1% no RS em 12 meses, 3,04% em seis meses e se manteve estável (-0,02%) em três meses.
No entanto, no Paraná, os aumentos foram expressivos: 20,3%, 14,9% e 18,4%, respectivamente. Para 2025, outra preocupação dita pela entidade é a questão fiscal, cujo desequilíbrio impede a redução dos juros, contribuindo para que a economia não avance. Na visão de ambos, ainda não houve uma agenda sustentável no terceiro mandato do presidente Lula, diferentemente do que aconteceu nos dois primeiros, potencialmente ampliando o déficit em relação ao PIB.
“Isto coloca o Brasil em uma situação de vulnerabilidade, e o Banco Central, assim, conduz sua política monetária de maneira apertada”, salientou Moraes. A entidade ainda projeta a taxa Selic em 13,5%, ainda acima da meta atual, de 11,25%. A inflação oficial, ou o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) anual, deverá ficar em 4,2%, e o Índice Geral de Preços – Mercado (IGP-M) anual, que regula variações do aluguel, por exemplo, em 5,4%.