FMI diz que acesso às vacinas amplia desigualdades na recuperação econômica

FMI diz que acesso às vacinas amplia desigualdades na recuperação econômica

Organização financeira propôs um plano de 50 bilhões de dólares para vacinar pelo menos 40% da população mundial

AFP

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A recuperação deve ser mais rápida do que o esperado nas economias desenvolvidas, mas mais lenta para os países emergentes, em particular devido ao acesso desigual às vacinas contra o coronavírus, alertou nesta terça-feira (27) o FMI, que mantém sua previsão de crescimento global de 6% em 2021.

"O acesso às vacinas se tornou a principal linha de ruptura que divide a recuperação global em dois blocos", disse o FMI em uma atualização trimestral de seu Relatório Perspectivas da Economia Mundial (WEO).

De um lado, as economias mais avançadas, que têm acesso às vacinas e "podem esperar uma normalização da atividade este ano". Do outro, países que têm pouco ou nenhum acesso a elas e "continuarão enfrentando um ressurgimento de infecções e o aumento do número de mortes relacionadas à Covid-19".

O Produto Interno Bruto (PIB) deve, portanto, crescer mais rápido do que o esperado nas economias desenvolvidas, de 5,6% em 2021 (0,5 ponto a mais do que nas últimas projeções de abril). Em contraste, os mercados emergentes e as economias em desenvolvimento devem experimentar um forte crescimento este ano, mas mais lento do que o esperado anteriormente, de 6,3% (-0,4 ponto).

A Índia, devastada pelo ressurgimento do vírus devido à variante delta, vive a desaceleração mais acentuada em suas perspectivas econômicas, com crescimento esperado de 9,5% (-3 pontos). A situação também se deteriora para a China, com crescimento esperado de 8,1% (-0,3 ponto).

Acesso às vacinas e apoio orçamentário 

Quase 40% da população das economias avançadas está totalmente vacinada, em comparação com 11% nas economias de mercado emergentes e uma pequena fração nos países em desenvolvimento de baixa renda, detalha o FMI, que recentemente propôs um plano de US $ 50 bilhões para vacinar pelo menos 40% da população mundial até o final do ano. "Eu diria que estamos mais preocupados do que em abril", declarou à AFP Petya Koeva Brooks, vice-diretora do Fundo Monetário Internacional (FMI).

O surgimento de variantes altamente contagiosas pode custar à economia global US $ 4,5 trilhões até 2025, avisa a economista-chefe do FMI, Gita Gopinath, em um blog publicado nesta terça-feira. "As diferenças de apoio político são uma segunda fonte do agravamento da lacuna" entre os países, comentou ela.

Assim, os Estados Unidos devem experimentar um crescimento de 7% este ano (+0,6 ponto) e 4,9% em 2022 (+1,4 ponto) graças aos planos de investimento em infraestruturas e gastos com políticas sociais que poderão ser adotados em breve no Congresso. O FMI enfatiza que esse vigor econômico deve ter um impacto positivo sobre seus parceiros comerciais.

O mesmo ocorre na zona do euro, onde o plano de estímulo "Next Generation" deve estimular o crescimento, agora esperado em 4,6% em 2021 (+0,2 pontos). A situação também deve ser melhor do que o esperado no Reino Unido, com o PIB crescendo 7,0% (+1,7 ponto).

 Preços dos alimentos em alta 

"Alguns mercados emergentes como Brasil, Hungria, México, Rússia e Turquia também começaram a aumentar suas taxas básicas para evitar pressões de alta sobre os preços", disse Gita Gopinath.

O FMI apela aos bancos centrais para que mantenham seu apoio às economias e não restrinjam suas políticas imediatamente, estimando que "a inflação deve retornar aos níveis pré-pandêmicos na maioria dos países em 2022", apesar do "risco de que pressões transitórias possam se tornar mais persistente".

O FMI agora espera, para as economias desenvolvidas, inflação de 2,4% em 2021 (+0,8 ponto) e 5,4% (+0,5 ponto) nos países em desenvolvimento.

"A inflação deve permanecer alta até 2022 em alguns mercados emergentes e economias em desenvolvimento, em parte devido à pressão contínua sobre os preços dos alimentos e desvalorizações cambiais, criando uma nova lacuna", comentou a economista-chefe. Boas notícias, porém, no plano do comércio internacional, que deve registrar crescimento de 9,7% em 2021 (+1,3 pontos), "apesar das perturbações na oferta no curto prazo".

No longo prazo, para 2022, a projeção para o crescimento do PIB global é elevada em 0,5 ponto, para 4,9%.


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