Galípolo afirma que elevação dos juros “está na mesa” do Copom
Comitê de Política Monetária do Banco Central monitora mercado interno e externo
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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira que a autarquia depende de novos dados sobre a evolução da inflação e que uma alta da Selic (a taxa básica de juros) “está na mesa” do Copom.
Segundo Galípolo, o colegiado também não forneceu nenhum “guidance” (sinalização) para decisões futuras na ata da última reunião, que aconteceu no final de julho. Segundo ele, o cenário alternativo em que o IPCA ficaria em 3,2% no primeiro trimestre de 2026 não deve indicar que o Banco Central manterá a Selic parada em 10,5%. “Essa frase foi lida como retirar da mesa a possibilidade de alta (na Selic), mas esse não é o diagnóstico. A alta está na mesa do Copom e precisamos ver como a situação irá se desdobrar”, afirmou Galípolo, durante evento promovido pela Warren Investimentos.
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Quando questionado sobre os impactos da política fiscal no trabalho do BC, Galípolo respondeu que o desenrolar da política fiscal não pode mudar a percepção do órgão sobre a perseguição da meta de inflação. “Enquanto diretor do Banco Central, vamos perseguir (a meta da inflação). Isso pode se dar com um custo maior ou menor”.
Ex-secretário executivo do Ministério da Fazenda, Galípolo é visto hoje como o nome mais forte para ocupar o lugar do atual presidente do BC, Roberto Campos Neto, cujo mandato se encerra no fim do ano. Nos últimos dias, ele tem dado declarações que endossam um aperto na política monetária, no caminho contrário ao que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva vem defendendo desde o início do governo. Na quinta-feira passada, por exemplo, Galípolo disse que não faria sentido ser indicado como diretor do Banco Central sem poder aumentar os juros.
Em palestra na FGV, Campos Neto afirmou que, independentemente de quem seja seu sucessor, o BC terá um compromisso "inequívoco” de trabalhar para levar a inflação à meta. Sem o estresse que marcou os negócios em outros dias, o dólar fechou em queda de 0,34%, cotado a R$ 5,49. Foi a primeira vez desde 17 de julho que a moeda norte-americana ficou abaixo, no fechamento, do piso psicológico de R$ 5,50.