Governo Lula discute com Petrobras redução nos combustíveis

Governo Lula discute com Petrobras redução nos combustíveis

Ideia do Planalto é compensar reoneração de impostos federais nos preços, que deve ocorrer no início de março

R7

Petrobras está na lista de empresas que devem ter processo de privatização interrompido

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A Petrobras pode reduzir os preços dos combustíveis para compensar a volta de impostos federais. A desonareção tem fim previsto para esta terça-feira (28). O assunto foi pauta na reunião na sede da petroleira, na segunda-feira (27), com participação de representante do governo Lula.

Com a volta dos tributos, o preço médio do litro da gasolina deverá ficar R$ 0,68 mais caro nos postos já a partir da quarta-feira (1º), calcula a Abicom (Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis). 

Segundo fontes ouvidas pelo R7, o aumento no valor do combustível fóssil pode ser de até 0,87 por litro. Procurado, o Ministério da Fazenda confirmou que a redução de preços para compensar a reoneração é uma das possibilidades em discussão.

Preço atrelado ao estrangeiro

Desde 2017, os preços praticados pela estatal são atreladas ao mercado externo. Esse procedimento se chama PPI (Preço de Paridade de Importação). Por exemplo, se o barril do petróleo fica mais caro ou a cotação do dólar aumenta, o valor dos combustíveis no Brasil cresce. Isso ocorre a partir de reajustes feitos pela companhia.

No momento, os preços do diesel e da gasolina da Petrobras estão com um prêmio na comparação com as cotações internacionais, uma "gordura" na política de paridade com os valores externos que permitiria uma redução visando compensar o impacto inflacionário da volta dos tributos.

A pasta da economia conta com um aumento de quase R$ 29 bilhões na arrecadação do governo a partir da reoneração, ao mesmo tempo em que a ala política manifesta preocupação com a pressão sobre inflação e juros.

"Há um espaço dentro da política de PPI (Preço de Paridade de Importação) para uma compensação", disse uma fonte à Reuters, em condição de sigilo. "Preço é uma possibilidade quente", adicionou uma segunda fonte.

Ao comentar sobre o PPI, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na noite desta segunda-feira que tal política "significa que há um colchão" que permitiria aumentar ou diminuir o preço dos combustíveis, e que isso poderia ser utilizado.

Já a Petrobras disse, em comunicado, que ajustes de preços seguem as suas políticas comerciais vigentes. 

Com tudo, o uso da tal "gordura" é considerada uma estratégia "paliativa" para "acomodar" o problema no curto prazo.

"Não haverá nenhuma solução fora do normal ou do trivial até abril, depois podem fazer o que quiserem", disse uma das fontes, ao citar o movimento de troca de diretores e conselheiros que está em curso na empresa pelo novo governo, que busca uma mudança na política de preços atual da Petrobras.

O Ministério de Minas e Energia divulgou no fim da noite de segunda-feira a relação de indicados da União para compor o novo conselho de administração da companhia.


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