Guedes critica teto de gastos: "era para o governo não crescer"

Guedes critica teto de gastos: "era para o governo não crescer"

Para o ministro da Economia, limitação das despesas prejudicou o desempenho de sua pasta: "não estávamos crescendo"

AE

Paulo Guedes, atual ministro da Economia, criticou o teto de gastos

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O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse, nesta quarta-feira (28), que o teto de gastos impediu o crescimento econômico do país sob o atual governo. Ele também falou que as afirmações sobre o desrespeito da gestão federal à regra fiscal não passam de notícias mentirosas. "Disseram que furamos o teto. Isso é fake news. O teto era pra governo não crescer, e não estávamos crescendo", analisou.

O ministro comparou o teto de gastos a uma obra inacabada, uma casa sem paredes, com o chão comprimindo o teto com o aumento de despesas. As críticas de Guedes foram feitas durante sua participação em um programa de rádio (Pânico Jovem Pan), nesta quarta-feira (28).

Ele falou que o Congresso precisa reassumir o orçamento público: "Fizemos, em tempos de guerra, o que os políticos não fazem em períodos de paz. A classe política mantém 96% do orçamento carimbado, e briga por 4%."

Guedes também declarou nunca ter recebido qualquer proposta indecorosa. "Não vi nenhuma proposta indecente no governo, se acontece no subterrâneo, é outra conversa", disse.

Os governos de Lula

Para o ministro da Economia, o crescimento econômico visto nos dois mandatos do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva ocorreu na esteira da estabilização atingida pelo país, por meio do Plano Real. Ele disse que Lula teve méritos ao incluir os cidadãos mais carentes no orçamento público, por meio do Bolsa Família, por exemplo, mas voltou a falar que a gestão Bolsonaro aumentou o gasto com benefícios sociais, de 0,4% do PIB (Produto Interno Bruto) para 1,5%.

"Lula conseguiu crescer na esteira da estabilização anterior, mas logo acabou o gás", completou.

Guedes também criticou decisões judiciais, matérias jornalísticas e decisões de políticas que, segundo ele, são tomadas "fora das quatro linhas". "Quando um juiz do STF [Supremo Tribunal Federal] sai das quatro linhas, descredencia o Supremo [Supremo Tribunal Federal, a mais alta instância do poder judiciário brasileiro]. Eu também, de vez em quando, dou uma escorregada. O barulho da política abafou a realidade econômica", declarou.

O ministro afirmou, novamente, que o BC (Banco Central) teve uma atitude correta quando aumentou os juros para combater a inflação, mas opinou sobre a taxa, dizendo que ela deve cair no próximo ano.

Leis e pesquisas em xeque

O ministro da Economia ainda colocou em dúvida o funcionamento das leis no Brasil, levando em conta o fato de o ex-presidente Lula ser candidato à Presidência da República em 2022. Questionado sobre a possibilidade de uma pessoa que foi presa ser candidata, Guedes falou que o sistema precisa ser mudado. "Prender e ser elegível, o direito funciona ou não funciona? Não condeno pessoalmente A, B ou C, temos que mudar o sistema."

Ele afirmou que o nível de corrupção "desabou" durante o governo Bolsonaro e disse que, se casos de corrupção ainda existem, eles ocorrem nos porões de Brasília. "Se tiver corrupção em 20% do orçamento secreto, é de R$ 3 bi. A corrupção sistêmica desabou", garantiu.

O ministro também questionou alguns critérios usados nas pesquisas eleitorais. "Nas pesquisas existem parâmetros, usam o Censo de 2010. Mas se muda o parâmetro, dá a vitória pra outro lado", analisou.


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