Ibovespa segue NY, sobe 0,54% em novo recorde e dólar sobe

Ibovespa segue NY, sobe 0,54% em novo recorde e dólar sobe

Após sucessivas máximas, dólar termina o dia em R$ 4,011, em alta

AE

Em alta desde a abertura, o Ibovespa fechou aos inéditos 108.779,33 pontos

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O bom desempenho das bolsas de Nova York foi importante referência para levar o Índice Bovespa a um novo pregão de alta nesta segunda-feira, registrando novos recordes históricos. A expectativa mais otimista em relação às relações comerciais entre Estados Unidos e China foi o principal motor para as ordens de compra nas bolsas de Nova York, onde a segunda-feira foi de ganhos generalizados. No front doméstico, o cenário foi de otimismo cauteloso, principalmente no que diz respeito ao leilão da cessão onerosa, cuja proximidade tem gerado volatilidade nas ações da Petrobras.

Em alta desde a abertura, o Ibovespa fechou com aos inéditos 108.779,33 pontos, com alta de 0,54%. Na máxima do dia, alcançou recorde intraday aos 109.352 pontos (+1,07%). Entre os ganhos mais significativos do dia estiveram as ações da Vale (+2,85%) e das siderúrgicas, que, apesar da queda dos preços do minério, avançaram com os sinais de maior entendimento entre EUA e China. Gerdau PN subiu 4,96% e foi a maior alta do Ibovespa. Usiminas PNA ganhou 2,29%. As units da Klabin também refletiram a expectativa de arrefecimento da guerra comercial, registrando ganho de 4,83%.

"O clima é positivo no Brasil, mas foi o cenário internacional que determinou esse novo dia de alta do Ibovespa. Pela importância do acordo entre EUA e China, há boas chances desse otimismo perdurar por mais tempo, se os entendimentos se confirmarem", disse Vítor Miziara, analista da Criteria Investimentos.

Já as ações da Petrobras foram fator de instabilidade ao longo do pregão, principalmente no período da tarde. Assim como aconteceu na última sexta-feira, o vaivém das cotações foi influenciado pelas especulações em torno do leilão da cessão onerosa, marcado para quarta-feira.

O diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, alertou que o megaleilão do pré-sal é um projeto único no mundo, que envolve grandes valores e, por isso, tende a atrair poucos atores, que devem participar em consórcios para dividirem custos e riscos. Nesse cenário de ocorrência pouco acirrada, ele previu que os ágios no leilão não deverão ser muito elevados.

A possibilidade de uma guerra de liminares também gerou instabilidade nas cotações, embora esse evento já fosse esperado. Uma ação popular impetrada na Justiça Federal de São Paulo por associações de petroleiros tenta impedir o leilão. Os autores alegam que as regras da oferta são lesivas ao patrimônio público e que falta previsão legal para a entrada de novas empresas nas áreas a serem leiloadas. Ao final do pregão, as ações da Petrobras seguiram em sentidos diferentes, com ganho de 0,70% na ordinária e baixa de 0,23% na preferencial.

Dólar

Após uma manhã sem sinal definido, o dólar se firmou em alta nesta segunda-feira, tendo renovado sucessivas máximas no fim da tarde. Segundo operadores ouvidos pelo Broadcast, sistema de notícias em tempo real do Grupo Estado, paralelamente a um movimento de maior resistência da divisa americana ante emergentes durante a tarde, houve internamente uma calibragem nas expectativas com a entrada de recursos com o leilão do excedente da cessão onerosa, marcado para quarta-feira e que, desde a semana passada, tem pressionado para baixo a moeda americana. Além disso, pesa também sobre o real uma cautela com a divulgação da ata do Copom, nesta terça pela manhã.

Após sucessivas máximas próximas ao fechamento, o dólar terminou o dia cotado em R$ 4,0112, em alta de 0,41%. No pico, chegou aos R$ 4,0152, bem distante da mínima atingida pela manhã, quando tocou os R$ 3,97.

Depois de uma semana de intensa expectativa com uma entrada massiva de recursos com o leilão de campos de petróleo marcado para essa quarta-feira, os investidores reavaliaram suas posições. Pesou para isso noticiário de que alguns campos podem apresentar mais riscos e não atraírem compradores.

Mais cedo, o diretor-geral da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), Décio Oddone, afirmou que o megaleilão é um "projeto único no mundo" e que pode atrair poucos atores, que devem preferir se reunir em consórcios para dividir custos e riscos. Além disso, Oddone pontuou que as áreas de Atapu e Sépia, que não devem contar com interesse da Petrobras, são áreas de maior risco, o que pode afetar o apetite dos investidores. Além disso, uma ação popular impetrada na Justiça Federal de São Paulo por associações de petroleiros tenta impedir o leilão.

"O mercado vem bastante otimista com esse leilão, mas o negócio começou a dar alguma patinada. Acho que não está descartado o otimismo, mas esse noticiário ajudou a limitar o viés positivo do real no curtíssimo prazo", disse o operador da Hcommcor corretora, Cleber Alessie.

Para ele, o mercado vive uma "ressaca" do bom humor na semana passada e trabalha cauteloso não só ante os resultados do leilão, mas também na iminência da divulgação da ata do Copom, o que deve ajudar os investidores a interpretar melhor os próximos passos da política monetária pelo Banco Central. Além disso, aponta, o mercado quer ver o que de fato será apresentado pela equipe econômica em termos de pacote para reformas nos gastos públicos.

"Vejo com bons olhos o mercado cauteloso. É perigoso esperar um pacote lindo e um baita fluxo com o leilão. Os ativos estão em níveis animadores, mas o mercado não quer se antecipar", disse.

O operador da Advanced Corretora, Alessandro Faganello, destaca que o movimento de alta do dólar frente o real segue o observado também em outros emergentes. Após dias de maior apetite ao risco, o que favoreceu as divisas emergentes, o dólar teve um dia de maior força lá fora. No fim da tarde, tinha alta frente à maior parte dos emergentes. Ante uma cesta de moedas fortes, medidas pelo índice DXY, renovava máximas próximo às 17h e subia 0,34%.

Taxas de juros

O mercado de juros operou sob maior cautela no período da tarde desta segunda-feira, com as taxas renovando máximas na última hora da sessão regular, junto com o dólar, que não se sustentou abaixo de R$ 4. Desse modo, as curtas, que oscilaram boa parte do dia perto dos ajustes de sexta-feira, fecharam com viés de alta e as longas praticamente zeraram a queda para encerrar estáveis. Nesta véspera da divulgação da ata do Copom, os investidores continuaram ajustando suas posições ao comunicado, que não sinalizou necessariamente para mais cortes da Selic em 2020. Tal postura mais defensiva limitou a oscilação das taxas curtas, enquanto o alívio visto na ponta longa foi proporcionado pelo clima positivo no exterior.

As taxas fecharam a sessão regular nas máximas e continuaram a subir na etapa estendida. A do DI para janeiro de 2021 fechou a 4,50%, de 4,49% na regular e 4,469% no ajuste de sexta-feira. A do DI para janeiro de 2023 terminou a regular em 5,42% e a estendida, em 5,43%, de 5,371% no ajuste anterior. A do DI para janeiro de 2025 subiu de 5,981% para 5,99% (regular) e 6,00% (estendida).

Desde que o comunicado combinou os termos "cautela" e "atual estágio do ciclo econômico" para se referir à política monetária depois de dezembro, o mercado vem recolocando prêmios na ponta curta e intermediária, entendendo que os diretores quiseram corrigir um excesso de otimismo que vinha levando algumas instituições a apostarem na Selic a 4%, ou menos, ao término do processo de afrouxamento.

"O mercado parece ter encontrado um equilíbrio com as taxas curtas um pouco mais elevadas e cautela sobre a Selic terminal depois que o BC deu uma 'segurada' nas apostas", disse o trader de renda fixa da Quantitas Asset Matheus Gallina. "O mercado tirou boa parte das quedas embutidas nos curtos e, por entender que o ciclo não vai tão longe hoje, a curva começa a desinclinar", completou.

Nesse cenário de proximidade do fim do ciclo, a tendência é de alívio nos DIs longos, que nesta segunda recuaram durante boa parte do dia em função do exterior, onde o otimismo sobre o fechamento de um acordo comercial entre a China e os Estados Unidos alimentou o apetite pelo risco.

O volume negociado no mercado de juros foi baixo, como normalmente ocorre às segundas-feiras, em especial nesta semana carregada de eventos domésticos importantes, como a entrega das propostas de reformas econômicas ao Congresso e a ata do Copom, nesta terça, e o IPCA de outubro, que sai na quinta-feira.


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