Ibovespa sobe 0,16%, mas encerra semana com perda acumulada de 0,61%

Ibovespa sobe 0,16%, mas encerra semana com perda acumulada de 0,61%

Dólar a vista fechou em R$ 3,77

AE

Em julho, no entanto, Índice Bovespa contabiliza alta de 1,83%

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A recuperação parcial das ações do setor financeiro e de consumo permitiu ao Índice Bovespa voltar ao terreno positivo nesta sexta-feira, compensando as perdas dos papéis de commodities. No final do pregão, o indicador avançou 0,16%, aos 102.818,93 pontos. No acumulado da semana, houve queda de 0,61%. Em julho, no entanto, o índice contabiliza alta de 1,83%.

O cenário internacional foi pano de fundo para os negócios durante todo o pregão e também apoiou o movimento de alta no mercado brasileiro. O crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos de 2,1% na margem no segundo trimestre, abaixo dos 3,1% no primeiro trimestre, mas acima das expectativas, de 1,9%. O dado reforçou apostas de uma redução de 0,25 ponto porcentual nas taxas básicas americanas, mas manteve a percepção de força da economia local.

Política monetária e balanços, aliás, devem ser a tônica de toda a próxima semana no Brasil e nos Estados Unidos. Coincidentemente, os bancos centrais dos dois países fazem suas reuniões de política monetária, das quais se espera corte de juros. Nos balanços corporativos, concentrarão as atenções os resultados de bancos, commodities e empresas de varejo. Entre essas, estão previstas para a próxima semana os resultados de Itaú Unibanco (29), Lojas Renner (30), Vale (31) e Petrobras (01).

"Uma recuperação mais forte dos bancos, à exceção de Bradesco, foi que favoreceu a alta da Bolsa hoje, uma vez que Petrobras teve fortes perdas após o guidance da empresa apontar queda na produção. Não chegou a ser uma queda expressiva, mas é um fator que poderia melhorar o grau de alavancagem operacional da companhia", disse Glauco Legat, analista da Necton Corretora.

Em seu relatório de produção, a Petrobras cortou em 3,6% sua perspectiva de produção neste ano de 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia (boed) para 2,7 milhões de boed, com variação de 2,5% para mais ou para menos. De acordo com a estatal, o corte refletiu sobretudo as dificuldades enfrentadas no mês de junho com a estabilização das plantas de gás dos novos sistemas de produção de Búzios, devido a sua maior complexidade, o que elevou o tempo de comissionamento das plantas de gás. Ao final dos negócios, Petrobras ON e PN caíram 3,12% e 2,79%, nesta ordem.

Na análise por índices setoriais, as maiores altas ficaram com o Imobiliário (IMOB), que avançou 1,87% e com o Iconsumo (ICON), que avançou 1,41%. Esses dois índices também lideram as altas no acumulado do mês, influenciados pela expectativa de medidas de incentivo à economia. O Ifinanceiro (IFN) subiu 0,21%.

Dólar

O mercado de câmbio operou descolado do exterior nesta sexta-feira ao contrário do resto da semana. O dólar fechou em queda, enquanto se fortaleceu no mercado internacional. Contribuiu para a baixa um leilão de recursos do Banco Central e operadores ressaltam que também houve ingresso de capital externo, além de um movimento de realização de lucros após as altas recentes, que levaram a moeda americana a bater nos negócios de ontem em R$ 3,80.

O dólar à vista fechou a sexta-feira em R$ 3,7725, em queda de 0,25%. A moeda subiu 0,71% na semana, a segunda consecutiva de alta. Mas no mês, o dólar recua 1,77% e no ano, 2,55%.

Passada a semana relativamente calma no noticiário doméstico e internacional, e com baixa liquidez no mercado, a expectativa é que as mesas de operação fiquem mais agitadas na semana que vem. O evento mais esperado é a reunião de política monetária do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), que começa na terça-feira, 30, e termina no dia seguinte e pode ter o primeiro corte de juros nos Estados Unidos em anos. No mercado local de câmbio, no mesmo dia é a definição da taxa Ptax, usada para contratos cambiais e em balanços corporativos e o Banco Central também inicial sua reunião de política monetária.

"Hoje houve um pouco de realização de lucros, após as altas dos últimos dias", destaca o responsável pela área de câmbio da Terra Investimentos, Vanei Nagem. "O leilão do BC também deu tranquilidade ao mercado", completa. O Banco Central ofertou US$ 1 bilhão em linha (venda de dólar à vista com compromisso de recompra).

Para a reunião de política monetária do Fed, principal evento para o mercado de moedas da semana que vem, os estrategistas do banco JPMorgan esperam corte de 0,25 ponto porcentual nos juros americanos, em reunião que pode ser marcada por ao menos um voto dissidente. O Fed deve reconhecer ainda que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) americano mostrou perda de fôlego, ressalta o JP.

Hoje, dados do segundo trimestre mostraram avanço de 2,1% do PIB americano, acima do 1,9% esperado por Wall Street, o que ajudou a fortalecer o dólar no mercado internacional, sobretudo ao ajudar a reduzir as apostas de corte mais intenso de juros pelo Fed, de 0,50 ponto. Para os estrategistas do Rabobank, desde que a tensão comercial entre a China e os Estados Unidos não aumente nas próximas semanas, o corte de juros pelo Fed pode estimular a busca por ativos de risco e a ida de investidores para emergentes no curto prazo, em busca de retorno. Com isso, as moedas de emergentes devem se fortalecer.

Juros

No último pregão da semana que antecede as decisões de política monetária aqui e nos Estados Unidos, o mercado de juros futuros doméstico operou em ritmo lento, com investidores sem disposição para promover alterações substanciais dos prêmios de risco. Em uma sessão de liquidez bastante reduzida, as taxas dos principais contratos futuros de Depósito Interfinanceiro (DI) apresentaram oscilações modestas.

Sem indicadores de atividade e inflação capazes de recalibrar as apostas para a reunião do Copom na próxima semana (dias 30 e 31), o DI para janeiro de 2020 terminou estável, a 5,59%. Grosso modo, as taxas refletem cerca de 60% de chances de redução da Selic em 0,50 ponto porcentual, para 6% ao ano. Entre os economistas ouvidos pelo Broadcast, o placar se inverte: 27 aguardam corte de 0,25%, ao passo que 24 projetam redução de 0,50 ponto.

Na parte intermediária da curva, DI para janeiro de 2021 passou de 5,45% para 5,46%. Já o DI para janeiro de 2023 foi de 6,35% para 6,31%. Entre os mais longos, DI para janeiro 2025 recuou de 6,90% para 6,87%.

A falta de apetite pode ser explicada pela movimentação expressiva de queda dos prêmios ao longo de julho. No acumulado desta semana, por exemplo, houve queda tanto dos contratos curtos - sobretudo após a divulgação do IPCA-15 de julho, na terça-feira - quanto dos longos, na esteira do recuo dos rendimentos dos Treasuries. Principal veículo para apostas sobre o rumo da Selic neste ano, a taxa do DI para janeiro de 2020 caiu 7 pontos-base desde o fechamento do dia 19. Já o contrato para janeiro de 2025, mais ligado ao ambiente externo e à percepção do risco, caiu 7 pontos-base.

Além do Copom, os investidores locais monitoram as expectativas para o encontro do Federal Reserve (Fed, o banco central americano), cuja decisão também será anunciada no dia 31. Pela manhã, foi divulgado que PIB americano cresceu 2,1% no segundo trimestre (taxa anualizada), na primeira estimativa do governo, acima da mediana das projeções de 46 instituições compiladas pelo Broadcast (1,9%).

O crescimento acima do esperado esfriou a expectativa de que o Fed poderia reduzir a taxa básica - hoje entre 2,25% e 2,50% ao ano - em 0,50 ponto porcentual. Isso abriu espaço para uma alta do dólar no mercado global e evitou uma queda maior dos rendimentos dos Treasuries, referência para a renda fixa global.

Segundo Matheus Gallina, sócio e gestor de renda fixa da Quantitas, sem novidades capazes de alterar as expectativas para o Copom, o mercado tende a andar de lado. "Se não houver sinal ou notícia que possa mudas as expectativas para a política monetária, o mercado tende a trabalhar em ritmo lento. Agora está todo mundo esperando o fato em si, que é o anúncio do novo nível de juros não só no Brasil, mas também nos Estados Unidos", afirma Gallina, ressaltando que mesmo o resultado acima do esperado do PIB americano "não teve impacto relevante nos mercados locais".


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