Ibovespa tem pequena alta e dólar sobe a R$ 3,8272

Ibovespa tem pequena alta e dólar sobe a R$ 3,8272

Mercado atuou em compasso de espera, principalmente por votação da Reforma da Previdência

Estadão Conteúdo

Moeda variou 0,5% no aguardo de encontro entre EUA e China

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Ainda que de forma tímida, o Índice Bovespa registrou nesta segunda-feira sua quarta alta consecutiva, em um ambiente de agenda escassa, mas de expectativa por eventos importantes dos próximos dias. Depois de ter subido 4,5% nos últimos três pregões da semana passada, neta segunda o índice foi contido por movimentos de realização de lucros e terminou o pregão praticamente estável, com alta de 0,05%, aos 102.062,33 pontos, mantendo-se em patamar recorde. Os negócios somaram R$ 12,4 bilhões, abaixo da média das últimas semanas, reforçando o clima de compasso de espera.

Entre os eventos aguardados para a semana estão a divulgação da ata da reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), o IPCA-15 de junho e, externamente, as negociações entre Estados Unidos e China na reunião do G20. No entanto, é a reforma da Previdência que segue como prioridade para o investidor do mercado brasileiro. A declaração do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), de que o relatório da reforma deverá ser votado na comissão especial até quinta-feira reforçou o clima de otimismo do investidor em relação ao avanço da matéria. A ideia é que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) seja votada em plenário até 15 de julho, último dia antes do recesso parlamentar.

Para Ariovaldo Ferreira, gerente de renda variável da H.Commcor, a falta de fôlego mostrada pelo Ibovespa ao longo do pregão revelou movimentos naturais de realização de lucros, uma vez que o índice acumulou ganhos de 4,50% nos últimos três pregões da semana passada. Com o resultado desta segunda, o índice contabiliza valorização de 5,19% no mês. "Foi um pregão de calmaria, com investidores embolsando um pouco dos ganhos recentes. A expectativa é que o índice busque os 105 mil pontos, mas isso vai acontecer aos poucos. Será necessário que o País vá avançando nas reformas para que o índice busque novos patamares", afirma.

Para Luiz Roberto Monteiro, operador da mesa institucional da Renascença Corretora, o mercado segue confiante na aprovação da reforma, mas quer ver qual o texto a ser aprovado nesta semana na comissão especial. "O mercado subiu em função da expectativa de avanço da matéria, mas estará atento às modificações no texto. O investidor quer saber qual será ao final o tamanho da desidratação da reforma; se ela terá impacto considerável, próximo do que o governo espera", afirma.

A segunda-feira, 24, foi o dia de agenda mais fraca da semana e o dólar teve uma sessão de poucas oscilações e volume baixo de negócios. Na espera pelos eventos dos próximos dias, que começam a ganhar força nesta terça-feira, e após ter caído nos três últimos pregões, a moeda americana fechou em leve alta de 0,05%, a R$ 3,8272. No exterior, o dólar caiu ante a maioria das moedas emergentes e também perante divisas fortes, como o euro, mas o real não acompanhou este movimento.

Operadores de câmbio destacam que muitas expectativas positivas, principalmente sobre a reforma da Previdência, já foram incorporadas aos preços do dólar nos últimos dias e agora os agentes esperam a confirmação destas notícias para direcionar a moeda. No mês, a divisa americana acumula queda de 2,5% e, nos últimos 30 dias, a moeda americana recua quase 5%.

A comissão especial da Câmara dos Deputados retoma nesta terça-feira os trabalhos sobre a reforma e a expectativa é de votação na quinta-feira. O JPMorgan acredita na possibilidade de votação do texto no plenário da Câmara até meados de julho, ou seja, antes do recesso parlamentar. Com essa visão, o JP segue com posição 'overweight' (desempenho acima da média do mercado) no câmbio, um dos poucos mercados da América Latina com essa recomendação. Os estrategistas em Frankfurt do Commerzbank destacam que o dólar pode testar nas próximas semanas níveis perto de R$ 3,70, após buscar nos últimos dias os menores patamares desde abril. Nesta segunda, na máxima do dia, o dólar foi a R$ 3,83, com alguns investidores tentando recompor posições, após as três quedas consecutivas. O movimento, porém, não se sustentou, e na mínima, caiu a R$ 3,80.

"A agenda da semana será agitada, com destaque para as reuniões do G-20", destaca o sócio e estrategista da Tag Investimentos, Dan Kawa. No encontro, no Japão, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, e o da China, Xi Jinping, terão uma reunião para falar da questão comercial entre os dois países. Além do G-20 e da retomada dos trabalhos da comissão especial, o mercado de câmbio terá na sexta-feira a definição do referencial Ptax de junho e a rolagem dos contratos de dólar futuro para agosto.
Para a reunião de Trump e Xi Jinping no G-20, a diretora de moedas em Nova York da BK Asset Management, Kathy Lien, avalia que caso os dois líderes se aproximem de um acordo, o dólar pode perder força na economia mundial. Já se o encontro for cancelado ou sofrer atrasos, pode haver um movimento de fuga para o risco, afetando negativamente as moedas de emergentes.


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