Com um investimento de cerca de R$ 270 milhões, a White Martins inaugurou sua segunda planta no Rio Grande do Sul. Instalada em Campo Bom, a unidade é totalmente sustentável e terá capacidade para produzir 370 toneladas de oxigênio, nitrogênio e argônio, destinados à indústria gaúcha e ao setor hospitalar. O empreendimento deve gerar 100 empregos diretos.
A principal cliente da nova planta será a Verallia, fabricante global de embalagens de vidro para alimentos e bebidas, também sediada no município. Apenas para o abastecimento da empresa, serão destinadas 120 toneladas de oxigênio por meio de gasoduto. O restante da produção será comercializado, sendo de 20% a 30% a hospitais.
Os gases produzidos são insumos essenciais para diferentes segmentos, como o siderúrgico. O argônio, por exemplo, é utilizado no mercado de solda, enquanto o nitrogênio e o oxigênio atendem a uma gama maior de clientes.
De acordo com o presidente da companhia, Gilney Bastos, o investimento na região Sul é estratégico, e a expectativa de retorno não é imediata, mas de médio e longo prazo. “A gente confia no crescimento do Estado e investe para isso”, afirmou.
A planta de Campo Bom é a primeira do Brasil com a produção sustentável, graças a uma tecnologia que permite a reutilização da água sem gerar efluentes industriais. “É impressionante como uma tecnologia de 113 anos pode se reinventar”, avaliou o diretor de produção, Lucas Machado.
A White Martins também é autossustentável energeticamente. No Estado, um parque eólico no Chuí abastece as operações da empresa na região Sul. “A gente tem a preocupação e orientação de ser uma empresa sustentável”, destacou o presidente.
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A empresa centenária está em solo gaúcho há mais de 60 anos, com unidades em Sapucaia do Sul, Caxias do Sul, Pelotas, Passo Fundo e Canoas, além do polo petroquímico de Triunfo. A construção da nova planta começou em 2023 e exigiu 320 mil horas trabalhadas para sua conclusão.
Próximo passo: hidrogênio verde
Agora, o próximo passo da White Martins é a instalação de uma nova fábrica de hidrogênio verde — e o Rio Grande do Sul pode ser o palco desse empreendimento.
Como produtora de material base, a companhia estuda os potenciais clientes para a abertura de uma nova unidade. “Estamos em uma discussão longa com o Estado para ver quem vai comprar esse produto”, informou Bastos.
Se for definido um comprador principal — que pode estar no Brasil ou no exterior, já que a Europa é uma grande consumidora —, a empresa definirá onde será instalada a nova fábrica e ficará responsável pelos investimentos, operação e financiamento.