O impacto total da Inteligência Artificial (IA) nos negócios, serviços e no modo de vida ainda é incerto. Fato é que muito do que era promessa já está existindo na prática e revolucionando experiências e produtos. E com essa base é fundamental quebrar o "não dá para fazer", aponta o professor e especialista no assunto, Sérgio Guerreiro, da Universidade Nova de Lisboa. "Pessoas gostam de negar a necessidade de IA. Se quiser trocar a cultura da empresa é preciso trocar o "não dá", por "sim, mas". E daí começar a repensar", explicou.
Guerreiro foi um dos palestrantes no curso de Inteligência Artificial para Comércio e Serviços ao qual a comitiva empresarial da Fecomércio participou nesta segunda-feira. Ao grupo, ele ressaltou que as empresas e negócios que não pensarem na nova lógica da inovação vão ficar pelo caminho. "É preciso olhar para o negócio e avaliar o que se estás a fazer", pontuou.
A transformação digital, porém, não é um caminho único, mas depende de uma série de ações, que envolvem desde estratégia e cultura empresarial até a adoção de tecnologias e insights. Ele utilizou o próprio exemplo da Europa. Recentes relatórios, segundo ele, apontam para um crescimento do uso e de investimentos em IA por parte das empresas. E, por fim, não deixou de fazer provocações: "Onde estamos é muito distante de onde poderemos chegar".
Como funciona o uso na prática
Experimentar roupas sem usá-las, redecorar a sala e ter certeza que os móveis vão caber ou ainda ter um app que avalia se os exercícios físicos estão dando os resultados certos. Esses são alguns casos do uso de IA na área de comércio e serviços e que tem impulsionado a inovação de práticas.
No campo administrativo, por exemplo, a IA pode otimizar recursos e automatizar tarefas repetitivas, assim como em outras empresas.
Porém, especificamente no caso de serviços, pode melhorar o relacionamento com o cliente, por meio da identificação do sentimento de rejeição, permitindo ações reativas positivas, ou ainda qualificar o processo de venda.
Utilização traz mais benefícios aos negócios
Segundo Marta Poggi, consultora e responsável pela programação técnica da missão, esse tipo de formação tem impacto extremamente positivo, uma vez que proporciona também a geração de conhecimento. "São (as IAs) ferramentas que deixam os negócios mais produtivos, eficientes e lucrativos", apontou.
Na mesma linha, a coordenadora do curso de MLKT e responsável pelo Hub de Inovação do UniSenac RS, Cláudia Mallmann, também vê como positiva a formação. "O curso foi uma demonstração de como podemos usar a IA em vários segmentos. É preciso, porém, ver a compatibilidade das iniciativas", ressaltou.
Assista o vídeo do CP sobre o assunto: