Mesmo após desoneração, motoristas seguem insatisfeitos com os preços dos combustíveis

Mesmo após desoneração, motoristas seguem insatisfeitos com os preços dos combustíveis

Presidente Lula assinou MP que mantém suspensão de tributos federais por prazo determinado

Felipe Faleiro

Na Capital, litro da gasolina, que havia ultrapassado R$ 5, voltou a patamares abaixo deste valor

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Motoristas ainda estão insatisfeitos com os altos preços dos combustíveis registrados nas bombas da Capital, mesmo depois a publicação, nesta semana, de uma medida provisória, assinada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que prorroga a desoneração de tributos federais sobre os combustíveis. Na prática, as alíquotas de PIS/Pasep e Cofins sobre gasolina e etanol ficam suspensas até o próximo dia 28 de fevereiro, e para óleo diesel, biodiesel e gás liquefeito de petróleo (GLP), até 31 de dezembro.

Estacionado em um posto da rua Voluntários da Pátria, no bairro São Geraldo, nesta quarta-feira pela manhã, o dentista Bruno Rasador, morador do bairro Moinhos de Vento, disse que os preços prejudicam quem faz longas viagens. “As pessoas que precisam abastecer acabam sentindo no bolso”, afirmou ele, enquanto aguardava o abastecimento. Em outro estabelecimento, na avenida Farrapos, o aposentado Ricardo Batista, morador do Navegantes, também lamentou o preço mais alto. “Tenho que levar meu neto no hospital, buscar minha família no serviço, então é bem complicado”, salientou.

A majoração dos preços assustou na última virada de ano, mas a situação do setor parece cada vez mais próxima de um equilíbrio. O presidente do Sindicato dos Postos de Combustíveis do RS (Sulpetro), João Carlos Dal’Aqua, observa que, a partir desta definição dos tributos, há um natural ajuste do mercado. “Quem não elevou o preço até o momento, não tem porque fazer qualquer nova alteração. É questão de poucos dias para que os preços estejam próximos dos patamares anteriores”, afirma ele. O Sulpetro, no entanto, não monitora preços.

O diretor-executivo do ProconRS, Rainer Grigolo, diz que o aumento dos combustíveis era algo esperado no final do ano passado. No entanto, ele reitera que é preciso especial atenção quando os preços oscilam de maneira desregrada, principalmente para cima. “É vedado aos postos de combustíveis especularem valores, em que pese a política de livre comércio. Como houve a prorrogação da política tributária no último dia 2, a expectativa é de que os preços se estabilizem em valores próximos aos praticados ao final de 2022”, diz Grigolo.

Já o presidente do Sindicato de Taxistas de Porto Alegre (Sintáxi), Luiz Nozari, critica duramente a majoração, e diz que “impostos abusivos” poderão levar a categoria a uma situação “insustentável”. “Seremos obrigados a solicitar reajustes, que, por sua vez, nos trará a fuga de clientes. Isto faz com que saiamos de um ciclo virtuoso de retomada da clientela para um ciclo vicioso de perda de passageiros”, comenta.

A presidente do Sindicato dos Motoristas em Transportes Privados por Aplicativos (Simtrapli RS), Carina Trindade, afirma que de 30% a 40% nos ganhos dos trabalhadores do setor vão para a gasolina e o GNV, os principais combustíveis do segmento. “Para nós, é melhor que continue a desoneração dos combustíveis, para que continuemos tendo a margem um pouco maior, uma vez que os aplicativos tiveram um pequeno aumento nos valores das tarifas no ano retrasado, mas nenhum em 2022”, comenta ela.

Caso continue a desoneração, a gasolina, que está um pouco mais barata atualmente do que o GNV, continuará mais viável para este profissional. Ainda segundo Carina, a cada aumento de combustíveis, o impacto é “muito grande” no valor obtido por quilômetro rodado. “E, se seguir a desoneração dos impostos, com certeza o combustível vai se manter em um valor baixo. Quando se aumenta o combustível, aumenta a despesa do veículo, e quando se baixa o preço deles, a despesa acompanha”, observa.


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