Movimento do dólar leva apreensão ao agronegócio

Movimento do dólar leva apreensão ao agronegócio

Variação deve impactar receita nas exportações

Patrícia Feiten

Grãos dependem da precificação em dólar

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O tombo do dólar, que na semana passada engatou quatro sessões de baixa, deixa o agronegócio apreensivo. A variação impacta negativamente a receita das exportações de commodities como soja e milho. Essa conta tende a reduzir as margens de lucro, podendo até significar prejuízos para produtores que usam insumos agrícolas importados e que compraram com a divisa em alta antes do plantio da safra de verão 2022/2023.

O economista Luiz Fernando Gutierrez, analista da consultoria Safras & Mercado, observa que os preços de contratos futuros da soja na Bolsa de Mercadorias de Chicago já vinham recuando em razão da expectativa de produção recorde no Brasil. “Temos um mercado que já está pressionado pela entrada da safra e agora estará mais pressionado por queda do câmbio. Dois fatores que formam o preço, que são os prêmios de exportação e o dólar, estão caindo, e isso é bem negativo”, avalia. O dólar encerrou a sexta em R$ 4,9151, menor patamar em dez meses, com queda de 2,83% na semana. No mês a desvalorização é de 3,03% e no ano, de 6,91%.

O economista lembra que um dos fatores por trás da desvalorização é o ingresso de recursos externos no Brasil, motivado pela taxa básica de juros Selic, hoje em 13,75% ao ano. A taxa elevada favorece investimentos em renda fixa, atraindo investidores estrangeiros. “Vamos ter momentos de queda de câmbio como este, mas entendo que vão ser pontuais, o câmbio deve voltar a trabalhar acima de R$ 5 em breve”, prevê, referindo-se ao plano de medidas proposto pelo Ministério da Fazenda para controle das contas públicas.

O dólar em baixa, porém, pode ser vantajoso para interessados na compra antecipada de insumos. Segundo Gutierrez, a tendência é de preços mais estáveis ou até mais baixos nesta temporada, principalmente no caso de fertilizantes, item de maior peso nos custos da lavoura.


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