“O cidadão não sabe quanto paga de imposto”, diz relator da reforma tributária

“O cidadão não sabe quanto paga de imposto”, diz relator da reforma tributária

Deputado Aguinaldo Ribeiro detalhou reforma ao governador Eduardo Leite e parlamentares

Felipe Samuel

Ribeiro participou de reunião-almoço do Tá na Mesa especial, da Federasul, na Capital

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Em meio às discussões sobre as alterações no sistema tributário brasileiro, o relator da reforma tributária, deputado federal Aguinaldo Ribeiro (PP/PR), apresentou nesta segunda-feira as propostas para a cobrança e distribuição para estados e municípios da arrecadação do novo Imposto sobre Valor Agregado (IVA). Em reunião-almoço do Tá na Mesa especial, da Federasul, Ribeiro explicou que a mudança prevê tributação no destino e unificação de bens e serviços. 

Ribeiro garantiu que a reforma não vai resultar no aumento da carga tributária, apesar da complexidade do sistema tributário brasileiro. “Construímos um sistema que é tão obscuro, que o cidadão não sabe quanto paga de imposto, nem o empresário, nem ninguém. Ele é tão cumulativo que não conseguimos recuperar nenhum resíduo tributário ao longo da cadeia”, afirmou. O progressista reforçou que o tempo de transição poderá levar até 50 anos.

Durante o encontro, o governador Eduardo Leite afirmou que “causa desconforto” a ausência de representantes da região Sul no grupo de trabalho que trata do tema, defendeu a inclusão de parlamentares da região e reforçou seu apoio à reforma. Ao mesmo tempo, lideranças de entidades empresariais e parlamentares gaúchos demonstraram preocupação em unir forças para consolidar uma proposta única para defender na comissão da Câmara dos Deputados. 

De acordo com Ribeiro, as propostas de emenda à Constituição (PECs), 45/19 da Cãmara, e 110/19, do Senado, determinam duas transições: uma setorial e outra federativa. “Existem contratos que foram feitos entre União, estados e municípios e precisamos respeitar esses contratos. Para a gente rever isso, tem que ser também uma decisão Federativa. De nossa parte, como relator, estamos tranquilos em qualquer tipo de transição que haja conforto para Federação. É importante colocar isso”, afirmou. 

Conforme Ribeiro, a maioria dos governadores já sinalizou positivamente para a implantação do IVA dual, que prevê um tributo único federal e outro estadual e municipal. “A gente tem que pensar na ruptura de conceito, do modelo que a gente tem hoje, e passar para um modelo totalmente novo”, destacou. “Enquanto a gente tiver apego ao sistema que a gente tem hoje, fica difícil da gente compreender o que é que nós estamos propondo”, completou.

Ele salientou a importância do conceito da tributação do destino e da unificação da tributação para o consumo. Não tem mais bem, não tem mais serviço, não tem mais direito, tudo é consumo. E aí vem um conceito que é fundamental que, em última instância, não temos o contribuinte. Temos o cidadão que é o consumidor, que vai pagar no final das contas na tributação sobre o consumo. É ele quem irá pagar o imposto, que é o responsável por esse imposto”, garantiu. 

Na avaliação de Ribeiro, a implementação de um IVA nacional único seria bom para a sociedade e o empresário. Ninguém está falando aqui em perder autonomia, porque nós não iríamos fazer no Congresso Nacional um tratado em que você tira autonomia do estado, município e união. Não queremos isso. Por isso que a gente tem que pensar um pouco fora da caixinha”, destacou.

 


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