Paralisação da Receita trava fronteira do Brasil com a Argentina

Paralisação da Receita trava fronteira do Brasil com a Argentina

Servidores pressionam o governo por ampliação de recursos para o órgão e regulamentação do pagamento de bônus

R7

publicidade

A paralisação dos auditores da Receita Federal pressiona o maior porto seco do Brasil, na fronteira com a Argentina. Seiscentos e trinta e quatro caminhões aguardam, nesta quarta-feira, na alfândega de Uruguaiana (RS), liberação aduaneira para seguir com o transporte de cargas importadas ou exportadas do país. O volume de caminhões está no limite da capacidade do pátio da Receita, que comporta 640 veículos cargueiros. 

De acordo com o Sindicato Nacional dos Auditores-Fiscais da Receita Federal do Brasil (Sindifisco), estão sendo liberados apenas alimentos perecíveis, animais vivos e medicamentos. O último balanço calcula que há 142 despachos à espera de distribuição, 577 senhas represadas e 92% do armazém utilizado. A emissão de novas certificações de OEA (operador econômico autorizado), um programa de controle aduaneiro, também está suspensa.

Caminhões com cargas de arroz, feijão, café e açúcar também estão parados nas alfândegas de Pacaraima (RR), Boa Vista (RR) e Manaus (AM). A greve segue por tempo indeterminado, de acordo com os representantes da categoria. 

Os servidores da Receita iniciaram a paralisação e a entrega de cargos em dezembro de 2021, como forma de pressionar o governo a ampliar recursos para o órgão e regulamentar o pagamento de bônus de produtividade. A categoria negocia os benefícios desde 2016, e as medidas estão previstas na lei 13.464/2017. 

A mobilização foi deflagrada após o anúncio de reajuste dos salários dos funcionários da Polícia Federal e Polícia Rodoviária Federal. Desde então, ao menos 1.288 servidores já entregaram cargos em comissão e funções de confiança em todo o país, e os protestos se estenderam a outras carreiras da elite do funcionalismo, como os funcionários do Banco Central (BC) e os auditores do Trabalho. 

Segundo o presidente do Sindifisco da regional de Brasília, George Alex de Sousa, há o risco iminente de a paralisação também afetar os aeroportos, tanto no transporte de cargas quanto no de passageiros. "O desejável é não precisarmos chegar ao ponto de incomodar ainda mais a sociedade, mas isso depende de o governo cumprir o que foi apalavrado no ano passado, por meio de vários encontros com seus representantes, inclusive com os ministros Paulo Guedes, Ciro Nogueira e o presidente da República", ressaltou.

Julgamentos paralisados

A debandada dos conselheiros da Receita Federal também paralisou os julgamentos das turmas das delegacias regionais de julgamento e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). Na segunda-feira, uma portaria do Ministério da Economia oficializou a suspensão das atividades até 28 de janeiro. 

O Carf integra a estrutura do Ministério da Economia e julga as autuações da Receita, como uma espécie de segunda instância recursal. É um órgão paritário, ou seja, deve ter número igual de conselheiros representando a Fazenda e os contribuintes. Sem parcela dos conselheiros fazendários, os julgamentos estão travados.


Azeite gaúcho conquista prêmio internacional

Produzido na Fazenda Serra dos Tapes, de Canguçu, Potenza Frutado venceu em primeiro lugar na categoria “Best International EVOO” do Guía ESAO

Mais Lidas





Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895