Portal de oportunidades atende jovens em acolhimento

Portal de oportunidades atende jovens em acolhimento

Projeto do MPRS é voltado a adolescentes em situação de vulnerabilidade social

Diogo Duarte

Aproximação com o universo profissional é o objetivo da ação

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Entidades de acolhimento podem se cadastrar na plataforma “Currículo Social - Meu Sonho, Meu Primeiro Emprego”, iniciativa do Ministério Público do Rio Grande do Sul (MPRS) em parceria com empresas e instituições sociais direcionada a jovens que residem em abrigos. A expectativa é que, com esse novo recurso, as oportunidades profissionais destinadas a esse grupo se tornem mais acessíveis, facilitando a transição para a vida adulta e a inserção no mercado de trabalho. De acordo com o MP, somente em Porto Alegre, são cerca de 300 jovens que poderiam se beneficiar com a iniciativa.

Após se registrarem no site, as entidades cadastram os currículos dos jovens entre 14 e 18 anos na plataforma. Enquanto isso, as empresas publicam empregos, cursos profissionalizantes e estágios com vagas abertas. Tanto os representantes dos jovens como os recrutadores podem contatar a outra parte e demonstrar interesse.

De acordo com Cinara Braga — promotora de Justiça responsável pela articulação do projeto — a ideia surgiu a partir do desejo de conectar os jovens em acolhimento social com o mundo da empregabilidade. "O jovem do acolhimento completa 18 anos e precisa sair desses espaços de proteção […] é preciso garantir que ele consiga se manter de forma autônoma e digna", afirma.

Cinara relata que a maioria ainda não tem experiência profissional, mas almeja dar o primeiro passo nessa direção. "Queremos que todos esses jovens tenham a oportunidade do emprego", completa. Ela ainda faz um apelo: “as empresas precisam abraçar essa causa, a sociedade deve apoiar, vamos oportunizar, facilitar, efetivar o direito à cidadania, à empregabilidade, vamos tornar esses jovens produtivos, felizes, contribuindo para o desenvolvimento do nosso Estado”.

Ainda segundo a promotora, muitos dos adolescentes em acolhimento estão em situação de vulnerabilidade e tiveram seus direitos violados ou na iminência de violação. Por isso, a iniciativa busca oferecer ferramentas para que eles consigam se tornar independentes, tanto financeiramente como psicologicamente.

Uma jovem de 17 anos que é moradora de uma das instituições atendidas pelo programa do MPRS cadastrou o currículo no projeto e aguarda ansiosamente pela primeira experiência profissional. Ela vivia com a avó, que morreu há quatro anos, e foi acolhida por uma casa de passagem. “Acho que o projeto é importante não só para mim, mas também para todos que estão quase completando 18 anos e precisam de um trabalho para se manter”, ressalta.

*Sob supervisão da jornalista Simone Schmidt


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