Preço do combustível volta a subir no Rio Grande do Sul
Postos mantiveram média de R$ 3,89 por litro de gasolina
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“Quanto mais sobe, é pior. Eu levava e buscava minha esposa no trabalho. Agora só busco, porque não vale a pena”, disse o aposentado Daniel Martins, 48 anos. Apesar de estar informado sobre a previsão de aumento, ele não conseguiu abastecer antes. O advogado André Maciel, 35, afirmou que está cada vez mais difícil manter o tanque cheio. Ele não se surpreendeu com a mudança do valor, já estava esperando.
Conforme o presidente do Sindicato do Comércio Varejista de Combustíveis e Lubrificantes (Sulpetro/RS), Adão Oliveira, a diferença entre os preços pode ser explicada pela data em que os empresários receberam combustível das refinarias. Os que compraram antes da meia-noite estão com o valor antigo.
Preço pode subir mais e Procon monitora
Antes da alta do ICMS, o preço de pauta era de R$ 3,86 para o litro da gasolina na refinaria. Agora passou para R$ 3,99. Por isso, é possível que o valor suba ainda mais nas bombas. Isso se deve à pesquisa de preço feita em janeiro com base em 3,8 milhões de notas fiscais com os valores praticados pelos postos de gasolina no Estado. O valor médio cobrado para o litro da gasolina se aproximava de R$ 3,99, conforme a Secretaria Estadual da Fazenda. Em virtude disso, não poderia continuar tributando sobre R$ 3,86, que era para ser o valor de pauta com a alta do ICMS.
O Procon Porto Alegre alerta que aumento de até 10 centavos é o esperado. Porém, mais do que isso, é abuso e pode ser denunciado. O coordenador de Relações Institucionais, Roberval Ferreira de Barros, disse que a instituição está monitorando o comportamento do mercado e, caso seja detectado reajustes muito altos sem justificativa, as equipes irão para a rua fiscalizar. “Temos uma expectativa de aumento de 5 centavos para o diesel e 10 centavos para a gasolina. Não é o momento para repassar outros custos para o consumidor”, declarou. Os estabelecimentos não devem aproveitar o início de mês para cobrar o aumento de imposto e subir ainda mais o preço com esse argumento. O Procon estimula que os consumidores pesquisem os locais mais baratos, pois a concorrência ajuda a regular os valores.
“Acompanharemos o aumento em função da mudança de cálculo da Receita Estadual. Na continuidade da ação permanente de fiscalização dos postos, estaremos atentos também aos valores estipulados, impedindo que haja abusividade no reajuste dos preços para o consumidor final”, ressaltou o diretor executivo do Procon Porto Alegre, Cauê Vieira.
O Procon Porto Alegre realizou três ações de fiscalização em 45 postos de combustível da Capital nos meses de janeiro e fevereiro deste ano. No período, pelo menos, dois foram autuados por terem elevado sem justa causa o preço do óleo diesel, enquanto o aumento do imposto estadual foi somente sobre a gasolina e o etanol. Um terceiro estabelecimento foi autuado para apresentar documentos que comprovassem as alegações feitas. As denúncias podem ser realizadas pelo site ou pelo aplicativo do Procon Porto Alegre.
