Prefeituras fazem manifestos pela sanção da Lei dos Royalties

Prefeituras fazem manifestos pela sanção da Lei dos Royalties

Três municípios do Vale do Rio Pardo paralisaram atividades nesta quinta

Otto Tesche / Correio do Povo

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Três manifestações ocorreram nesta quinta no Vale do Rio Pardo para defender a sanção da Lei dos Royalties pela presidente Dilma Rousseff, já aprovada no Congresso Nacional, e o repasse de uma parcela extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) ainda este ano para amenizar a crise financeira. As atividades nas prefeituras de Candelária e Encruzilhada do Sul pararam durante uma hora e em Sinimbu durante cinco minutos. A mobilização foi proposta pela Federação das Associações de Municípios do Rio Grande do Sul (Famurs), com o apoio da Associação dos Municípios do Vale do Rio Pardo.

Na cidade de Candelária, os servidores públicos municipais realizaram a manifestação defronte do prédio da Prefeitura entre as 8 e 9 horas. Caminhões e máquinas do município também foram estacionados na Avenida Pereira Rego para chamar a atenção dos moradores para as reivindicações. O prefeito Lauro Mainardi explica que o movimento contou com o apoio do Colégio Medianeira. Mas observa que o atendimento ao público não foi interrompido durante o horário.

Os participantes da manifestação apresentaram explicações sobre a importância da sanção da Lei dos Royalties e os problemas que as prefeituras enfrentam com a queda no repasse de FPM desde o início do ano em consequência da redução da atividade econômica e pela desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI).

Lauro Mainardi afirma que convive nos últimos dias do seu mandado com a incerteza se consequirá fechar as contas no final do ano, pois não sabe o que ainda virá de recursos. “Não jogamos um centavo fora desde o primeiro dia nos últimos oito anos de governo. Todo o dinheiro recebido foi investido e chegamos ao final do mandato apavorados por um problema que não é consequência de erro nosso”, explica. O prefeito teme que possa ser rotulado de “Ficha Suja” e perder os direitos políticos caso a queda no repasse de recursos inviabilize o pagamento de todas as contas.

Ele também defende a sanção da Lei dos Royalties, ressaltando que as receitas no País hoje estão mal divididas. “A Dilma precisa mostrar que não é a presidente apenas do povo do Rio de Janeiro, Espírito Santo e São Paulo, mas de todos os brasileiros”, ressalta, referindo-se às vantagens que estes estados atualmente possuem na distribuição dos royaties do petróleo.

A manifestação em Encruzilhada do Sul em favor da sanção da Lei dos Royalties e do repasse de uma parcela extra do FPM ocorreu entre as 11 e 12 horas. O prédio da Prefeitura permaneceu aberto, mas os servidores conscientizaram as pessoas sobre as reivindicações dos municípios. O prefeito Artigas Teixeira da Silveira informou que mais uma vez encaminhou e-mail a senadores e deputados com o objetivo de solicitar apoio às reivindicações.

Conforme o prefeito, haverá necessidade de parcelamento de algumas contas no final do ano caso não houver liberação de recursos extras, como a aposentadoria de funcionários, CEEE e outras despesas. Observa que já fez o desligamento de metade dos secretários e também estagiários pelo CIEE e corte nas funções gratificadas. Lembra que há oito anos o orçamento da Prefeitura foi de R$ 13 milhões, com uma dívida de R$ 2 milhões para a CEEE. Este ano o orçamento atingiu R$ 52 milhões e deixará R$ 10 milhões a pagar para a CEEE caso não ocorra a liberação de recursos extras pelo governo federal.

Em Sinimbu, ocorreu uma paralisação simbólica de cinco minutos defronte do Centro Administrativo em apoio à mobilização do município em favor da sanção pela presidente Dilma Rousseff da lei de redistribuição dos royalties. O ato público teve a participação de servidores municipais, secretários, o vice-prefeito Vanderlei Fredrich, o prefeito Mario Rabuske e os novos gestores a partir do dia 1º de janeiro, o prefeito eleito Clairton Wegman e o vice Plínio João Weigel. O prefeito Mario Rabuske salienta que para o município a assinatura vai representar uma recuperação da capacidade de investimento. “Praticamente estaremos recuperando o dinheiro que perdemos por ano com a queda do nosso FPM, por conta do Censo do IBGE de 2010, que nos baixou do índice de repasse de 0,8 para o de 0,6”, compara Rabuske. Atualmente, o município recebe o repasse de R$ 69.353,00 e com a redistribuição o valor vai para R$ 426.669,00.

Em Venâncio Aires não houve ato público, mas o prefeito Airton Artus pediu apoio da população na mobilização com o uso do telefone, e-mails, redes sociais solicitando a sanção da Lei dos Royalties do Petróleo. Conforme Artus, o município pode receber mensalmente em torno de R$ 300 mil em 2016 com a medida. Cálculos da Confederação Nacional dos Municípios (CNM) apontam que, pela proposta aprovada, o Rio Grande do Sul receberá no próximo ano R$ 505,7 milhões de um total de R$ 8 bilhões. O Estado ficará com R$ 122,8 milhões e as prefeituras dividirão R$ 382,9 milhões.

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