A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 0,48%. Os resultados foram divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na manhã desta quinta-feira.
O principal fator por trás da alta, foi aumento da energia elétrica residencial que apresentou variação de 10,31%, contribuindo com 0,41 ponto percentual (p.p.) para o índice geral. Essa alta expressiva é explicada pelo fim da incorporação do Bônus de Itaipu, creditado em agosto, e pela vigência contínua da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que adiciona um custo extra na conta de luz. Além disso, reajustes tarifários em cidades como São Luís (27,30%), Vitória (12,37%) e Belém (8,05%) contribuíram para o aumento regionalizado
A taxa acumulada pela inflação no ano foi de 3,64%, de acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado acumulado em 12 meses ficou em 5,17%, resultado também inferior à mediana, de 5,21% e próximo do piso, de 5,15%, com teto de 5,30%.
Índices regionais
Quanto aos índices regionais, São Luís apresentou a maior variação (1,02%) impulsionada pela alta da energia elétrica residencial (27,30%) e do café moído (4,31%). A menor variação (0,17%) foi registrada em Salvador, por conta das quedas no tomate (-20,08%) e no seguro voluntário de veículos (-6,36%).
Em Porto Alegre, a variação em setembro foi de 0,50%. Já na variação acumulada, o índice ficou em 3,70% e aquela medida em 12 meses foi de 4,41%.
Em setembro, três dos nove grupos de produtos e serviços pesquisados vieram com variação negativa: Artigos de residência (-0,40%), Alimentação e bebidas (-0,26%) e Comunicação (-0,17%). No lado das altas, as variações ficaram entre o 0,01% de Transportes e o 2,97% de Habitação.
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Em Habitação, destaca-se também a variação da taxa de água e esgoto (0,07%), com o reajuste tarifário de 7,84% em Aracaju (7,34%), a partir de 1º de setembro, e de 4,81% em Vitória (0,16%), vigente desde 1º de agosto. O resultado do subitem gás encanado (0,01%) decorre do aumento de 6,41% nas faturas em Curitiba (0,20%), a partir de 1° de agosto, e da redução média de 1,22% nas tarifas do Rio de Janeiro (-0,04%), também a partir de 1º de agosto.
No Vestuário (0,63%) destacam-se as altas na roupa masculina (1,06%), na roupa infantil (0,76%) e na roupa feminina (0,36%).
No grupo Despesas pessoais (0,51%) os principais destaques ficam com o pacote turístico, que subiu 2,87%, e o subitem cinema, teatro e concerto com alta de 2,75%, após a queda de 4,02% em agosto, em razão da semana do cinema.
Em Saúde e cuidados pessoais (0,17%), o plano de saúde (0,50%) coloca-se como o principal impacto no grupo (0,02 p.p.).
Transportes
Após a queda de 0,27% registrada em agosto, a variação do grupo Transportes (0,01%), reflete a alta nos combustíveis (0,87%) que, em agosto, caíram em média 0,89%. À exceção do gás veicular (-1,24%), os demais combustíveis apresentaram variações positivas em setembro: etanol (2,25%), gasolina (0,75%) e óleo diesel (0,38%). No lado das quedas, destacam-se o seguro voluntário de veículos (-5,98%) e a passagem aérea (-2,83%).
Registre-se, também, o reflexo da gratuidade concedida no metrô (-0,64%) em Brasília
(-10,69%), e no ônibus urbano (-0,52%), em Brasília (-10,69%) e Belém (0,78%), além da redução de tarifa em Curitiba (-3,21%). Adicionalmente, o táxi (1,73%) incorpora o reajuste médio de 24,53% nas tarifas em Belém (8,54%), a partir de 12 de agosto, e de 12,37% nas tarifas em São Paulo (4,20%), a partir de 11 de agosto.
Alimentação em queda
Pelo quarto mês consecutivo, o grupo Alimentação e bebidas (-0,26%) registrou queda na média de preços. A variação de setembro foi influenciada pela alimentação no domicílio que caiu 0,41%, após a redução de 0,83% de agosto, com destaque para as quedas do tomate
(-11,52%), da cebola (-10,16%), do alho (-8,70%), da batata-inglesa (-8,55%) e do arroz (-2,14%). No lado das altas sobressaem as frutas (2,40%) e o óleo de soja (3,57%).
A alimentação fora do domicílio registrou desaceleração na passagem de agosto (0,50%) para setembro (0,11%). Em igual período, o subitem lanche saiu de 0,83% para 0,53%, e a refeição foi de 0,35% para -0,16%.